sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A Beija-Flor contra a boataria 2015

Ditadura
Com enredo definido, muito característico ao que a escola bem sabe produzir, a diretoria da Beija-Flor de Nilópolis já prometeu um desfile nunca antes visto na história da Sapucaí. Parafraseando o ex-presidente Lula? Talvez...

Nessa viagem pelo milionário enredo sobre a Guiné Equatorial, a Beija-Flor já está lidando não apenas com a expectativa do desfile para apagar de uma vez por todas o desastroso Boni, o tal "astro da comunicação", depois de um ano conturbado, sendo bombardeada pela crítica e admiradores, e até por setores da própria escola, sobre  samba e enredo. O 2015 nasceu com uma esperança do #VamosVirarEsseJogo, entretanto, diante da situação tanto econômica, como de governo propriamente dita, numa dura ditadura em que vivem os moradores do país africano, com índices do IDH muito abaixo da média mundial, a escola de Nilópolis parece que está embarcando numa espécie de campanha contra-Guiné, logo, contra o desfile da "Deusa da Passarela".

O que deve se levar em consideração, é que mesmo vivendo numa dura ditadura, talvez realmente não fosse o caso de se exaltar um lugar onde as pessoas vivem sob  o jugo da opressão, no entanto, a escola tantas vezes campeã sabe muito bem desenvolver um enredo com temática africana. Vejamos as críticas:

  • Se a crítica está fundada no patrocínio, é hora então, de repensarmos os tantos outros patrocínios e formas de se colocar um carnaval na avenida que diversas escolas escolhem;


  •  Se a crítica está fundada na ditadura, é nítido que a escola não vai tocar nesse assunto, o que até poderia fazer como forma democrática, talvez até para apagar aqueles anos de chumbo com desfiles em exaltação ao regime militar no Brasil, mas não deve seguir esse caminho, tem muita grana envolvida;


  •  Se a crítica é por conta das condições de desenvolvimento humano naquele país, ora, tantos outros enredo já passaram pela Sapucaí sem essa preocupação, e que seja a oportunidade, através de ações comunitárias e humanitárias, apresentações culturais abertas ao povo da Guiné, que a escola possa levar um tanto de alento e cultura para nossos irmãos distantes.


Em suma, a escola vai precisar sim, se desdobrar para levar um história competitiva que soe de bom gosto, tanto aos julgadores, como crítica e sambistas; o que o mundo do samba não irá admitir é ver um regime ditador, um povo oprimido, passar como se fosse feliz na avenida. A luta do poder econômico com milhões na avenida, não funcionou em 2014, não vem funcionando em carnavais recentes, e certamente não funcionará em 2015, se não tiver aliado a um bom enredo, com samba de qualidade e notícias boas do  povo que vai ser homenageado.

E começou um ano, para se provar que a escola quer ajudar a mudar a história de um povo que sofre pelas mazelas de um regime anti-democrático, onde cabeças são decepadas em praça pública ainda, quando a voz do ditador não é ouvida ou questionada. A maré de virar a mesa na Beija-Flor, começou com um onda de boatos e verdades que se misturam entre si, não pelo desgosto à escola, mas pela luta democrática que os brasileiros tem pela liberdade e qualidade de vida, muito conquistadas pós-regime militar e diante dos últimos  12 anos de governo de esquerda reiniciados por Lula no Brasil. 

A Beija, pode sim, virar esse jogo, mas é preciso olhar pra dentro de si com muita humildade, respeito às Instituições democráticas e lutas de um povo que só quer ser livre!

Vamos Virar Esse Jogo Beija-Flor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário