segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mauro Quintaes não é mais do Império Serrano


Depois de dois carnavais na escola da Serrinha, o carnavalesco Mauro Quintaes deixou o Império Serrano nesta terça-feira. Segundo o vice-presidente de Carnaval, Luciano Vargem, a saída do artista foi "motivada" pelo desgaste normal que ocorre em dois anos de trabalho árduo no barracão".
"Foram dois carnavais de alto nível em que nossa escola foi cotada para disputar o título, faturando muitos prêmios, mas infelizmente não ascendemos ao Grupo Especial. É inegável que demos um salto de qualidade no carnaval da escola e um dos maiores responsáveis por este avanço com certeza foi o Mauro Quintaes que deixa um legado de conhecimento e visão profissional para estarmos sempre entre as melhores. Desejamos todo sucesso ao Mauro que vai respirar novos ares", disse o dirigente, em nota enviada pela assessoria de imprensa.
Mauro Quintaes deixou o Império Serrano | Foto: Divulgação
Mauro Quintaes

Lucinha Nobre e Rogerinho agora são da Mocidade


Após a saída de Feliciano e Squel, a Mocidade já tem um novo casal de mestre-sala e porta-bandeira. E não é uma dupla qualquer. Trata-se do veterano e premiado casal Rogerinho e Lucinha Nobre. Torcedores apaixonados da Mocidade, os dois voltam a dançar na escola onde começaram.
"O convite foi feito logo após a apuração. Tínhamos a proposta de uma outra escola do Grupo Especial e da Padre Miguel. Optamos por voltar para nossa escola do coração. A Mocidade está se reforçando e ficou chateada com o 11º lugar desse ano. Nossa obrigação é fazer bonito em 2014", disse Rogerinho em entrevista ao Dia na Folia neste sábado.
Depois de um Carnaval difícil, em que receberam as notas mais baixas da carreira pela Inocentes de Belford Roxo, que acabou rebaixada, Rogerinho e Lucinha agora querem ir para as cabeças. "Era o nosso sonho. Voltar para nossa escola, dançar com alegria, com apoio dos torcedores e do mundo do samba não tem nada melhor. As pessoas vão voltar a respeitar a Mocidade", completou Rogerinho.
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Lucinha Nobre e Rogerinho
Dupla defendeu a Inocentes de Belford Roxo em 2013 | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
O mestre-sala afirmou ainda que não teme que a crise política na verde e branco atrapalhe o próximo Carnaval. "Crise tem em todo lugar. Isso vai acabar agora. Teremos um carnavalesco de peso e uma direção de Harmonia também", apostou. Rogerinho e Lucinha dançaram na Mocidade pela última vez em 2001. De lá para cá a dupla passou pela Unidos da Tijuca, pela Portela e estava na Inocentes.
A notícia da nova contratação surge no mesmo dia em que foi realizado, em Padre Miguel, um protesto liderado por integrantes da Velha Guarda e sambistas que foram afastados da agremiação que pediu a saída do presidente Paulo Vianna.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Campeã Voltou!!!

Rosa Magalhães

Esta louca paixão pelo carnaval carioca, inexplicável, entendida em sua essência apenas por quem vive, esse amor por nossas escolas de samba, por vezes faz cometer injustiças, até perdoáveis, mas injustas de todo modo. Confesso já ter sido injusto em nome da paixão chamada samba carioca, mas felizmente, não no que diz respeito a este artigo.

Teve gente a começar dizer que ela estava morta, apagada, ultrapassada, que suas idéias não eram mais para este tempo de carnaval, enfim que todo seu talento respondia à outra época, felizmente estavam enganados. Bem que eu avisei!!!

Rosa Magalhães esteve sempre a mesma, com  a mesma disposição, talento, e criatividade, ainda que se por alguns anos não conquistou títulos ou boas posições dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, sua genialidade nunca adormeceu, acontece que num carnaval competitivo como o nosso se tornou com o passar do tempo, há de ter tempo também para a competência de uma Comissão de Carnaval como se faz na Beija-Flor, para as inovações do gênio Paulo Barros, e para os acertos e erros que nem sempre dependem do carnavalesco, mas de outros segmentos da escolas, mas o Mestre de verdade, sabe seu tempo, reconhece que paciência é uma virtude, e não muda seu ritmo, seu estilo, apenas por críticas, de quem por vezes sequer respeita sua história. O Mestre consegue compreender perfeitamente que há espaço para todo tipo de bom gosto, e tempo para tudo acontecer.

Rosa colocou na avenida uma Vila ousada, pisou forte naquele chão com suas alegorias e fantasias, com seu carnaval de mestre, para defender um enredo de temática simples, porém genial de uma mulher que aprendeu a vencer por onde passou até hoje, e se tornou um ícone do bom gosto, talento e perfeição. Sua marca, o capricho, cuidado e criatividade com todo seu trabalho bordaram a Passarela do Samba, com cores fortes, em alto bom gosto, como é de seu costume. A grande campeã da Sapucaí voltou, para dizer que está mais viva do que nunca, e que continua a dar aulas para aprendizes, conselhos para gênios humildes, lição para quem acha que é carnavalesco, e alegria para uma nação que por sua história, tradição e força, merecia bem mais que três títulos, que venham outros, oxalá que sejam pelas mãos, mente e coração de uma Rosa Magalhães que há décadas encanta todos nós pelo tamanho e qualidade de sua arte.

Sim, a Campeã voltou! Aplausos para Rosa Magalhães!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fala Laíla!

Laíla

No programa Globo Comunidade que foi ao ar neste último domingo (17-02), pela TV Globo, Laíla, o grande 'maestro' da arte, organização, harmonia, sucesso e excelência nos desfiles da Beija-Flor de Nilópolis, foi um dos entrevistados, e que entrevista! É bom ouvir um homem do samba, sério, que sabe o que diz, que tem uma vida dedicada a perfeição em seus trabalhos.

Foi bom ver Laíla parabenizar o belo campeonato conquistado pela Unidos de Vila Isabel, segundo  ele, já havia percebido o diferencial do samba campeão já nas gravações do CD das agremiações.

É bom estar aqui neste 'mundinho de quinta' (como bem disse  na última semana o jornalista e comentarista Arnaldo Jabour, sobre o planeta em que vivemos depois do meteorito que caiu na Rússia),  para aprender, observar e sobretudo tentar colher ao máximo das idéias, quando um gênio se expressa.

Laíla reclamou muito do espaço para a concentração das escolas de samba, e principalmente a dispersão que é de deixar qualquer um louco, é claro, que quem acompanha os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro de perto já percebeu a total falta de conforto, e de praticidade mesmo, para se realizar um bom trabalho seja para concentrar a agremiação, seja para deixar a avenida. É óbvio que não vamos diminuir nosso carnaval, a passarela do samba, e o espetáculo de uma forma geral se agigantou tanto que recuar seria qualquer coisa de doido, e Laíla defendeu com afinco esta ideia, disse que estará sempre em sua agremiação defendendo o tamanho de seu carnaval, ressaltou ainda que não dá para crescer mais, porém recuar nem pensar. O poder público é quem tem de garantir condições dignas para que nosso trabalho seja realizado de forma confortável sem qualquer prejuízo para as agremiações e componentes, afinal este é um espetáculo que move uma economia de mais de R$ 1 bi e parte disso se deve a tudo que se passa na Marquês de Sapucaí.

Ele confessou que tem problemas para entender o motivo pelo qual nos últimos anos sua agremiação vem perdendo décimos importantes nos quesitos enredo e alegorias e adereços. Que sabe a liberdade dentro da Comissão de Carnaval de gente como o carnavalesco Bira, ou a contratação de um nome experiente resolvesse esta inquietude que permeia o pensar do Mestre.

Seria difícil transmitir aqui toda essência do que se passou na entrevista, mas deu para perceber, mais uma vez o bom senso de um homem que quando vê seus diretores errar chama a responsabilidade para si, porque sabe ser o líder desta corrente, um artista que ama, protege e defende sua escola para que por longos anos continue sendo esta potência no mundo do samba. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Péssimo resultado da Mangueira cria crise na escola

Mangueira


Na chegada, na tarde de quarta-feira ao Sambódromo, o presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, era puro otimismo. Acompanhado de cinco seguranças, ele chegou dizendo que sabia da perda de pontos porque a escola estourou em seis minutos o tempo do desfile na segunda-feira, mas ressaltou que a apresentação da verde e rosa foi inesquecível. No fim da apuração, no entanto, o otimismo, no entanto, deu lugar à decepção com o oitavo lugar.

Sobre o problema com o último carro da escola, que ficou preso na torre de TV, Ivo Meireles deu a entender que a culpa foi do carnavalesco Cid Carvalho. Perguntado, antes do resultado, se o fato da Mangueira ter levado para a avenida duas baterias (totalizando 500 ritmistas) seria a causa dos problemas enfrentados pela escola, Ivo Meirelles retrucou:

— Não foi a bateria que ficou presa na torre. Erramos na hora de medir o último carro, mas fomos perfeitos nos demais quesitos e com certeza vamos recuperar isso.

O presidente reclamou das notas do quesito alegorias e adereços, principalmente pelos 9,3 dados pelo jurado Marcelo Marques.

— Eu não ia falar nada, mas sobre esse jurado vou dizer uma coisa... — disse Ivo Meirelles, que foi impedido pela filha, Vitória, de 18 anos, de completar a frase.

E este ano vai ser decisivo para a escola — e para Ivo — por causa das eleições. Após o encerramento da apuração, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PMDB) confirmou que será candidato à presidência da agremiação. Ele falou ainda que o atual presidente teria dito a ele que não irá concorrer novamente:

— Ele me disse que está muito cansado, que já passou a hora dele — disse Chiquinho.
Ivo Meirelles não comentou a declaração do candidato.

Os problemas no desfile da Mangueira irritaram até o governador Sérgio Cabral, que torce pela verde e rosa e apoia a candidatura de Chiquinho da Mangueira. Ele, que assistiu o desfile no recuo da bateria, reclamou de Ivo Meirelles.

— Ivo parece querer entender de tudo: deu nisso. Parece um antigo jogador de futebol, o Cafuringa — disse Cabral referindo-se a um atacante dos anos 70 que raramente fazia gols pelos clubes que passou.

Ivo Meirelles


No espaço ocupado pela Mangueira na Apoteose durante a apuração, a felicidade do casal de mestre-sala e porta-bandeira Raphael Rodrigues e Marcella Alves contrastou com o ânimo dos demais integrantes. Eles comemoraram muito o fato de terem recebido somente notas dez. Muito emocionados, os dois se abraçaram e choraram.

— É a sensação de alma lavada. É o resultado de muito trabalho — disse Marcella.


Duas escolas sem motivo para comemorar o resultado final dos desfiles 2013

Salgueiro


O resultado final do carnaval 2013 acabou amargando a comemoração dos 90 anos da Portela e dos 60 do Salgueiro. As duas escolas acabaram respectivamente na 7ª e na 5ª colocação. Embora tenha voltado no desfile das campeãs, o Salgueiro ficou distante do título, mesmo tendo feito um alto investimento no enredo patrocinado sobre a “Fama”. Especula-se que vermelha e branca tenha gasto cerca de R$15 milhões. Confesso, ter achado o a posição do Salgueiro no resultado final bastante incoerente com seu desfile, mas cabeça de jurado é assim mesmo, difícil de entender.

A escola da Tijuca, que ano passado foi vice-campeã, perdeu pontos em fantasias e alegorias, mesmo primando pelo luxo e acabamento nesses dois quesitos. Já durante os desfiles do Grupo Especial, os rumores eram fortes sobre a saída do carnavalesco Renato Lage. No entanto, nem nele, nem a escola confirmaram se haverá troca.

Portela

A Portela também saiu decepcionada da apuração. Cantando os 400 anos de Madureira e os seus 90 anos de fundação, a azul e branca sequer conseguiu garantir a volta para o desfile das campeãs. Na avenida, os atrasos sofridos no barracão por causa de uma crise política interna, fizeram a Portela receber um festival de notas baixas em quesitos como alegorias, fantasias, conjunto, comissão de frente. Uma das poucas ressalvas foram o samba e a bateria de Mestre Nilo Sérgio, que não perdeu nenhum décimo.

O resultado ruim da Portela deve colocar mais lenha na fogueira política acesa na escola desde o ano passado. O presidente Nilo Figueiredo enfrenta forte oposição dentro da agremiação, que tem eleições marcadas para maio. Nilo deve lançar como candidato o filho Nilo Júnior, o Nilinho.


Presidente da União da Ilha quer mudanças na bateria


A União da Ilha deverá ter um novo mestre de bateria dentro pouco de tempo. O presidente da escola, Ney Fillardi, que já manifestou interesse em contratar Thiago Diogo, da Porto da Pedra, afirmou nesta segunda-feira que vai se reunir em breve com o sambista.
Presidente da Ilha deverá fazer mudança na bateria | Foto: Divulgação
Presidente da União da Ilha
"Vou conversar com ele (Thiago Diogo). Acompanho o trabalho dele desde a época do Salgueiro com mestre Louro. Mas quero deixar claro que ainda não demiti ninguém", revelou.
Insatisfeito com as notas da bateria da Ilha, o presidente afirmou que terá que "mexer" para brigar pelas notas máximas em 2014. "Não estou satisfeito. A vida é assim, uma grande busca pelo melhor. Temos que buscar notas melhores. Até porque a Liesa tem como hábito não mudar os jurados, então tenho que mudar da minha parte. Ninguém leva nota baixa por perseguição", avaliou.
O dirigente disse ainda está preparado para contornar uma possível rejeição dentro da escola caso Thiago Diogo seja contratado. "Não sou matemático, mas vou ter que resolver esse problema".
Na Sapucaí, a bateria da Tricolor, que foi comandada pela dupla Riquinho e mestre Odilon, levou 9,7; 9,8; 9,8 e 9,6. Em 2014, o enredo da Ilha vai falar sobre brinquedos e brincadeiras.

Rapidinhas das Escolas de Samba 2013

Paulo Barros


Paulo Barros perguntou no Twitter sobre o que internautas fariam se faltasse um dia para o fim do mundo, dando a entender que poderia ser uma dica para o enredo da Unidos da Tijuca (3º lugar) no próximo ano.

O diretor de Carnaval da União da Ilha, 9ª colocada, Márcio André afirmou que vai diminuir os carros comerciais, revelando ser este o segredo das campeãs. Com o enredo sobre brinquedos, ele garante que a agremiação vai inovar.


A vice-campeã Beija-Flor, cujo enredo de 2014 será o comunicador Boni, comemorou este ano 21 anos seguidos entre as seis primeiras escolas (desde 93).
“O segredo da Beija-Flor é a organização, o trabalho em equipe, desde o carnavalesco, pintor, artesão, e o envolvimento da comunidade. Esta recebe a fantasia da escola, ensaia a qualquer dia e canta na Avenida com todo o coração”, declarou um dos carnavalescos, Fran Sérgio.

Mestre Ciça, que comanda a bateria da Grande Rio, 6ª colocada, protestou contra a nota 9,7 — descartada — em seu quesito.
“A Liesa tem que rever a escolha dos jurados. É o segundo ano que Leandro Osiris é injusto. Não há justificativa para essa nota”.



domingo, 17 de fevereiro de 2013

Boni: o que esperar do enredo da Beija-Flor de Nilópolis para 2014

Boni

A Beija-Flor de Nilópolis bateu o martelo, em 2014 é Boni na Sapucaí! O enredo pode parecer simples: um menino nascido no interior de São Paulo se apaixona  pelo rádio, inicia aí a carreira precocemente, migra para a publicidade, e o caminho natural da comunicação o leva a trabalhar na televisão, quando ainda era uma atividade experimental e desafiadora no país. No entanto o protagonista desta história é José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, Boni, o homem que inventou a televisão brasileira tal qual a conhecemos hoje - e que ainda ditou um padrão de excelência que colocou a produção televisiva nacional girando em telas pelos quatro cantos do planeta.

Mas esses, de fato, não foram seus único papéis, que construiu ao longo de mais de 60 anos da história da comunicação no Brasil. No rádio fez parte de programas históricos, como PRK-30, e na publicidade desenvolveu campanhas inesquecíveis para importantes marcas do mercado, se sabonete a avião.

Na televisão, em que ingressou em 1952, protagonizou capítulos expressivos de sua história. Não apenas na TV Globo, onde se notabilizou, mas também na TV Tupi, na TV Paulista, na TV Rio e na TV Excelsior. Os grandes autores - como Cassiano Gabus Mendes, Janete Clair e Dias Gomes -, humoristas - como Chico Anysio e Jô Soares -, e atores que se tornaram referências nacionais - como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Regina Duarte e Tony Ramos -, além de notáveis jornalistas e diretores, acompanham a trajetória de Boni, havemos de nos recordar que o famoso "plim, plim" também foi sua obra.

Boni na Sapucaí


É possível sim, bem ao estilo Beija-Flor de ser realizar um grandioso carnaval com enredo biográfico de Boni, com bom humor, visão crítica e riquezas de detalhes, característicos nos desfiles da agremiação. Havemos de ver passar na Sapucaí em 2014 um inventário minucioso de seis décadas de uma história da qual todo brasileiro faz parte. Ao final, ver-se-a que o melhor do enredo é, sem dúvida, sua própria vida.

Boni na Beija-Flor de Nilópolis


Parabéns Boni!

Vamos Beija-Flor de Nilópolis, 2014 Vem Aí!

Samba enredo voltou ao protagonismo com vitória da Vila


Gênero em crise, com a palavra decadência rondando-o há pelo menos década e meia, o samba-enredo voltou ao protagonismo com a vitória da Vila Isabel. Aliado ao apuro estético da Rosa Magalhães, que ressurge de um limbo imposto pelo desgaste dos últimos anos na Imperatriz Leopoldinense e pela ascensão do estilo Paulo Barros – que ela própria incorporou ao seu processo criativo, vide a alegoria do Girassol, esplêndida -, o samba de Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Tonico Ferreira e Leonel foi um dos responsáveis pelo desfile retumbante da escola.
Sem ele, seria um desfile muito bonito – mas sem aquele “algo a mais” que delimita a fronteira entre um desfile histórico e um desfile comum. Há alguns anos, escrevi neste espaço que a decadência do samba-enredo insere-o na teoria da morte da canção. À luz do terceiro título da escola de Noel, gostaria de retomar este assunto, para iluminar ainda mais este momento do Carnaval. 
Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Vila Isabel
O crítico musical José Ramos Tinhorão criou a expressão “morte da canção” no primeiro ano deste século; Chico Buarque deu-lhe dimensão ao encampá-la em entrevista à Folha de São Paulo, três anos depois. Por morte da canção entende-se a transformação que rompeu com os fundamentos com os alicerces que desde a década de 30 fundamentaram a música brasileira. Essa transformação é impulsionada por inovações tecnológicas e por mudanças de concepções estéticas e sociais.
Segundo o crítico José Miguel Wisnik, a canção que morreu é aquela “sofisticada melódica e harmonicamente, com letras densas e polissêmicas, intimamente entranhadas com a música, sílaba por sílaba, capaz de atingir e interessar grandes públicos, atravessar diferenças sociais, irradiando lirismo e crítica social”. Assim, o rap e a música eletrônica emergem como os gêneros mais afeitos a uma época em que a canção é coisa do passado.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Vila conquistou terceiro título de sua história
A morte, evidentemente, é simbólica: as canções ainda são compostas e consumidas, sobretudo as antigas; mas não têm o mesmo impacto, não exercem a mesma função de antes. As gerações seguintes perderam a ternura? A sensibilidade? Nossos ídolos ainda são os mesmos: a última grande geração da música brasileira foi a dos anos 60. O saudosismo, a exaltação ao passado é a tônica de espaços onde se ouve e discute música popular.
Adaptando a teoria ao samba-enredo, explica-se o quadro atual. A singularidade do samba da Vila Isabel deste ano é tanto pela beleza da obra, pela qualidade da letra, da melodia, mas também por ser funcional, palavra da moda para resumir a adequação aos tempos modernos, ou seja, a capacidade de proporcionar à escola um bom desfile. Por unir estética e funcionalidade, o samba-enredo da Vila Isabel oxigenou o carnaval do Rio – e o cérebro de quem acha que o samba é um dos principais componentes da linguagem das escolas de samba. 
Abre-alas da Vila impressionou pelo visual colorido | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Vila Isabel



Por Bruno Filipo.

Na Mocidade petição pede afastamento do Presidente Paulo Viana

Mocidade Independente de Padre Miguel


Depois de ficar em penúltimo lugar no Carnaval, o clima na Mocidade, que não estava bom, piorou de vez. Torcedores criaram uma petição pública pedindo a renúncia do presidente, Paulo Viana. Em 48 horas, foram mais de 700 assinaturas. 
“Não sou de política, sou um torcedor decepcionado. Vi que o problema não é a escola, é má administração”, explicou Juan Carlos Costa de Arruda, idealizador da petição.
Entre os nomes que aparecem na lista está o de Paulo Clenio Dos Santos Vianna Carvalho Filho, filho do presidente. Ele negou que tenha participado do movimento.“Não fui eu, alguém escreveu meu nome. Não quero me meter nesse assunto. Estou chateado com o resultado da Mocidade, só isso”.
Ex-diretor da escola, afastado por Viana, Rodrigo Pacheco contou que a luta para tirá-lo do poder não é de hoje: “Temos duas ações judiciais por falsificação de documentos tramitando e, assim que o resultado sair, vamos pedir o afastamento”. Através de sua assessoria de imprensa, Paulo Viana informou que não vai deixar o cargo e que também está chateado com as notas baixas.

Monarco quer nova Portela com eleições que acontecem em maio

A sétima colocação da Portela pode ter sido o estopim para mudanças na direção da Águia de Madureira. O clima na Azul e Branca é tenso: criticada por torcedores, agora a gestão do presidente Nilo Figueiredo é alvo de reprimendas de Monarco, da Velha Guarda. Segundo o baluarte — que integrará chapa que disputará o comando da agremiação —, “a Portela está em maus lençóis”. Já Nilo afirma que foi responsável por levantar a escola e criticou as notas dos jurados.

Portela


Para Monarco, os rumos da Azul e Branca são preocupantes. Em entrevista a uma rádio, o sambista declarou que “tem gente no comando que não ama a escola e, assim, não pode dar certo”. Ao Jornal O DIA, o bamba foi conciso: “Não tenho mais o que falar. Todo mundo sabe que a Portela não fez um bom Carnaval. A gente espera melhorar”.
Nilo preferiu evitar polêmica: “Não ouvi isso dele, que pode me procurar a qualquer hora. Agora, dizerem que a Portela não está num bom caminho, não sei o que é. Temos lutado muito para conseguir um resultado melhor. Não entendi as notas baixas. Todos que viram a escola a aplaudiram”.
Monarco vai fazer parte, como presidente de honra, da ‘Portela Verdade’, chapa de oposição na eleição marcada para maio. O candidato a presidente é Serginho Procópio, filho do lendário Osmar do Cavaco e integrante da Velha Guarda Show — apontado pelo próprio Monarco como seu sucessor. O portelense Marcos Falcon, ex-PM e sócio benemérito, será o vice.
Sobre a presença de Monarco na chapa de oposição, Nilo dispara: “É momento de eleição. Cada um está num lado, eu não sei em qual ele está”.

Entrevista com a Carnavalesca Rosa Magalhães Campeã do Carnaval Carioca

Rosa Magalhães


Com respostas ora sinceras e espontâneas, ora politicamente corretas e comedidas, Rosa recebeu O DIA em sua casa e não se esquivou de perguntas sobre seu famoso gênio indomável.
A autocrítica é direta: “Sou chata, sim! Ranzinza, nunca!”. Durante quase uma hora, a grande dama da Sapucaí, de 66 anos de idade e 42 de avenida, expôs desde gostos singelos até o seu temperamento exacerbado, que lhe rendeu o rótulo de "pessoa difícil".
“Ah, todos são! Não sou eu apenas! Todo carnavalesco é enjoado. Faz parte da profissão. É igual diretor. Alguém conhece algum diretor bonzinho? O diretor está sempre cobrando. Os carnavalescos não são difíceis. Coitados! É um contra um milhão... Às vezes sou chata para caramba, mas ranzinza não. É que tenho um limite”, acentua Rosa, entre risos, ilustrando em seguida a fama de geniosa.
“Tem um episódio que não esqueço. Ai, que vergonha! Eu disse: põe a bolotinha ali, por favor. Coloca a bolotinha ali, por favor. Olha a bolotinha ali, por favooooor!”, narra a carnavalesca, aumentando o tom de voz em muitos decibéis na terceira vez que deu a ordem ao funcionário.
Depois de gargalhar com a própria história, Rosa volta a ficar séria quando o assunto se bandeia para o troca-troca de carnavalescos pós-desfile, caso a escola não tenha obtido boas notas dos jurados. Pode-se traçar um paralelo entre carnavalescos e técnicos de futebol, que vira-e-mexe são demitidos quando o time não vai bem das pernas?
“É. Às vezes tem isso. Parece mesmo (técnico de futebol). Acham que o culpado é ele (o carnavalesco). Mas uma pessoa só responsável por tudo? Isso não existe. É um trabalho conjunto. Se algo dá errado, o conjunto fez bobagem ou pensou que iria dar certo e não deu tão certo assim. Não se deve sacrificar o profissional”, assinala.
Para falar sobre interferências de presidentes de escolas de samba no trabalho dos carnavalescos, Rosa Magalhães procura amenizar.
“Depende de onde você está, que presidente é. Cada lugar é um lugar”, diz, politicamente.

E, se fosse possível, quem Rosa gostaria de ter como parceiro para assinar com ela o carnaval de uma escola?
“Renato Lage. Seria muito legal”, responde, na bucha, a mulher que faz carnaval há mais de quatro décadas e que nunca aprendeu a sambar.

Lazer é "não fazer nada"
A heptacampeã de carnavais cariocas mora em Copacabana desde que nasceu e há sete anos vive na casa que pertenceu ao comediante Oscarito, cercada por cachorros, plantas e uma biblioteca de mais de mil livros sobre artes e figurinos. “É aqui que venho buscar referências para minhas criações”, afirma a carnavalesca Rosa Magalhães.
Foi daqueles livros que também saiu a inspiração para o trabalho que ela mais gostou de realizar — a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, em 2007, que abocanhou o prêmio Emmy de melhor figurino, o Oscar da TV americana. Os louros não abalam a humildade de Rosa.“É bom ganhar o prêmio, mas não acho que eu tenha reconhecimento internacional”, diz, com modéstia.
E para mostrar que não é só de carnaval que se vive, Rosa anuncia seu próximo desafio. “Vou fazer os figurinos de uma ópera sobre a Revolução Francesa. Tenho que trabalhar, né?”.

Esse não será seu primeiro passeio pelo universo da ópera. ‘A Menina das Nuvens’, de Villa-Lobos, encenada em 2010, também teve Rosa Magalhães na criação dos figurinos.
Filha de imortal da Academia Brasileira de Letras com uma autora de peças teatrais, de quem Rosa teria herdado a veia de desenhista? A resposta sai com um largo sorriso: “Da mãe da minha mãe, Leocádia”, diz, apontando para um prato pintado pela avó.

Rosa cursou faculdade de Belas Artes e de Figurino e deu aulas até aposentar-se. Dona de “memória de elefante”, como afirma, a carnavalesca relembra o primeiro dia em que deu aula.
“Foi um desastre absoluto. Eu tinha treinado, sabia de cor e salteado, mas quando olhei aquela sala imensa e cheia de gente, me deu um mal-estar. Olhei para a turma e disse ‘já volto’. Saí e vomitei muito. Voltei, fiz logo a chamada e dispensei todo mundo. A partir da segunda aula, deslanchei. Eu tinha 21 anos”, conta.
Rosa Magalhães tem gostos simples, como cuidar pessoalmente da enorme quantidade de plantas que ornamentam o quintal e o interior da sua casa.
“Faz bem para a cabeça”, ensina. Lazer é cinema, muita televisão, alguns livros e “não fazer nada”. Cozinhar? Só quando tem vontade.
“Uma vez fiz um jacaré que deu um trabalho danado. Eles gostaram muito (os comensais)”, orgulha-se a rainha do carnaval de 2013.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A Grande Campeã Vila Isabel


Após arrebatar Sapucaí com enredo sobre o homem do campo, escola de Martinho é a grande campeã do Carnaval 2013

Vila Isabel 2013

A Vila Isabel é a grande campeã do Carnaval 2013. Após fazer um desfile arrebatador com um enredo sobre a agricultura e o homem do campo, a escola confirmou o favoritismo e faturou o título do Grupo Especial nesta quarta-feira depois da apuração na Praça da Apoteose. Foi o terceiro campeonato da agremiação (1988, 2006 e 2013), que foi fundada em 1946 e é uma das mais tradicionais do Rio.
Última a pisar na Avenida na última segunda-feira, a Vila arrancou gritos de "É campeã" depois de uma exibição irretocável marcada pela garra dos componentes, que fizeram uma verdadeira "festa no arraiá" na Sapucaí. No total, o desfile foi orçado em R$ 12,5 milhões.

União da Ilha já definiu seu enredo para 2014


 O presidente da União da Ilha do Governador, Ney Filardi, comemorou a nona posição e ainda afirmou que a escola terá reforços para o próximo ano. "Esperava uma colocação melhor, mas estou feliz. Certamente teremos que reforçar os quesitos de harmonia e evolução", falou.
Perguntado se o carnavalesco Alex de Souza continuará na escola, o dirigente foi taxativo: "Saio eu, mas ele (Alex) não sai". Ainda na Praça da Apoteose, o presidente revelou que o enredo de 2014 será sobre os brinquedos.
União da Ilha 2013

Chiquinho da Mangueira diz que escola precisa voltar a 'brigar pelo título'



Considerado o favorito para vencer eleição, deputado lamenta 8ª colocação, critica gestão de Ivo, mas diz que respeita ousadia do atual presidente

Agora que o desfile da Mangueira já passou, o assunto na Estação Primeira é a eleição presidencial marcada para abril. Considerado o favorito para vencer o pleito, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira já faz planos para o futuro da agremiação.

Para ele, o momento agora é de fortalecer a Mangueira para o próximo desfile. "Agora podemos falar sobre eleição. Sou candidato e quero unir a Mangueira. Essa escola tem que voltar a brigar pelo título", disse. Em conversa com O DIA, o deputado comentou a gestão de Ivo Meirelles e adiantou alguns dos planos que prentende colocar em prática se vencer. 

Após acompanhar a apuração nesta quarta-feira na Praça da Apoteose, Chiquinho, como é conhecido reclamou da 8ª colocação da escola. "O resultado não foi compatível com o desfile que a escola fez. A Mangueira pagou pelos problemas que o último carro teve. Mas acho que ela merecia voltar entre as campeãs", lamentou.

Gestão de Ivo Meirelles
"O Ivo tem o valor dele. Ele é polêmico, mas tem suas virtudes. Não é fácil comandar uma escola de samba e ainda mais a Mangueira. Ele largou a carreira dele para se dedicar à escola. Se eu tiver que fazer uma crítica, faço na gestão. Mas eu respeito muito a ousadia dele. Só que tudo tem um limite"

Disputa nas urnas
"Sou candidato e vamos começar a trabalhar agora que passou o desfile. Meu vice será o Aramis (Santos). Não sei quem será o outro candidato, porque o Ivo (Meirelles) me falou que não quer mais" 

Planos
"O objetivo é fazer uma gestão com foco no administrativo e no Carnaval. Vamos fazer um desfile para brigar por título"

Reforços"Vamos fazer um grupo de trabalho para poder ver quem vai continuar na Mangueira e quem virá para somar"

Ex-presidentes"Com certeza o Elmo (José dos Santos) e o Alvinho (Alvaro Luis Caetano) voltarão para escola e vão participar ativamente"

Apoio de Sérgio Cabral
"Eu não pedi nada. O governador resolver se manifestar como mangueirense que é. Qualquer apoio é importante"

Famílias de Dona Neuma e de Dona Zica
"Vamos chamar todo mundo para sentar e conversar. Quero todas as pessoas que amam a Mangueira junto de nós. A Nilcemar (Nogueira, neta de Zica e Cartola) conhece muito de carnaval. A Chininha (Eli Gonçalves, filha de Neuma e ex-presidente) também. As alas tradicionais que foram cortadas vão voltar no ano que vem. A da Chininha é uma delas".