quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dona Beta de Vila Isabel - guerreira ou covarde?



Vila Isabel 2015
A Vila de novo sorrindo?

A expectativa para 2015 era de que a Unidos de Vila Isabel fizesse seu desfile redentor, para logo se libertar do medíocre 2014, e o que veio foi um enredo extremamente cultural e significativo, vimos contratações interessantes, e ainda um samba extremamente competente, que no entanto não funcionou para o desfile, com comunidade feliz e participando de um cronograma para entrega de fantasias bastante respeitoso a escola esteve muito bem vestida, como deve ser ao componente, acertos e erros, a Vila  sem dúvidas realizou um carnaval infinitamente superior ao que antecede a gestão de Elizabeth Aquino, a Dona Beta, e Luciano da Vila, seu vice. No entanto, com o péssimo resultado deste ano, todo aparente esforço desta diretoria executiva não se fez suficiente para que a turma do quanto pior melhor se acomodasse em suas confortáveis cadeiras de oposição e críticas, ainda que  com um certo fôlego, esta administração tenha contratado um dos melhores carnavalescos da atualidade, o talentoso Alex de Souza que já trabalha no enredo para 2016.

Vila Isabel 2014
O problema da Vila hoje é de gestão numa dívida que gira em torno de R$ 10 milhões, segundo informações da própria escola, e precisamos considerar como esta dívida foi adquirida, como que uma Instituição que apresentava sua situação financeira bem confortável em pouco tempo se esfacelou e entrou num declínio visto ao longe.

Dona Beta fora eleita com a difícil missão de resgatar a auto-estima do povo de Noel, ajustar a gestão administrativa, e ainda colocar um carnaval digno na avenida. Não era tarefa fácil, entretanto, não era impossível, o que parece é que esta equipe não conseguiu gerir poucos recursos e iniciar austeridade nos gastos, com isso a situação parece ter evoluído para o ápice da crise financeira.

A renúncia de Dona Beta soa para muitos como o fracasso declarado de sua incompetência, falta de coragem e mesmo omissão ao cargo para o qual fora eleita num processo eleitoral democrático, entretanto as pressões de gerir uma escola de samba com as marcas históricas de Vila Isabel, realmente pesam,  ainda mais quando se envolve o fator "problema familiar" de extrema complexidade como é o caso, é preciso neste momento ser menos cruel, ser mais honesto, mais digno, mais respeitoso, mais solidário, mais humano. 

Dona Beta

Não estou aqui de forma alguma para defender a referida gestão, não tenho nenhum tipo de ligação com esta, muito menos com quaisquer outra, no entanto, não poderia me isentar em emitir opinião, ainda que muitos discordem com o fato, em ser humano, ser pessoa muito mais neste momento. Dona Beta tem uma história fantástica pelo samba, de amor e entrega a este grêmio, e sua história não pode ser maculada por uma disputa de poder, arrogância e extrema ausência de sensibilidade. Se a Presidenta não se sente mais capaz e/ou confortável para se manter no cargo, é legítima sua renúncia, mas que seja  aceita de forma respeitosa por todos, ainda que entre críticas à sua gestão, vamos zelar pelo bom senso e rezar pelo melhor ao povo de Vila Isabel.

Um abraço à guerreira Dona Beta!

Segue link de declaração da iminente renúncia: https://www.facebook.com/elizabethaquino.beta/posts/966664886707256:0

terça-feira, 28 de abril de 2015

Até quando os deuses mangueirenses guiarão a Verde e Rosa? #FelizMangueira87

Quadra da Mangueira
 Até quando nossos ancestrais mangueirenses nos guiarão?

Acordei hoje com esta inquietude... Há 87 anos valentes sambistas se reuniam no Morro de Mangueira, para fundar um grêmio que iria arrebatar milhares de corações por tantas gerações formando assim, uma nação em verde e rosa. Eles só queriam fazer samba, e no final de tudo acabaram fazendo, o que hoje é a maior paixão de tantos pelo mundo inteiro.

Passamos de nossos célebres fundadores para tantos mangueirenses que se destacaram ao longo de nossos 87 anos, na música, cultura, política, no vendedor de bala do trem, no dia-a-dia, na vida comum; no Morro, a energia que mantém esta escola viva e soberana, ainda que desde 2002 sem soltar o grito de "é campeã", continua a emanar e suster os pilares de uma instituição cultural que não cedeu ao modismo, não se contaminou com os excessos da tal industrialização do carnaval, e  talvez por isso, pague hoje, um alto preço por "ainda" não se enquadrar a nova "dança do samba".

Para além de nosso amor, a história de quem veio antes de nós nos traz orgulho ao ponto de ter gente lá fora do mundo verde e rosa, a nos julgar demasiados vaidosos, para não tecer adjetivos pejorativos neste espaço sobre nosso comportamento ao lembrar, falar, defender e viver nossa agremiação. Realmente, o mangueirense possui características muito singulares e extremamente legítimas, sua história o permite. 

Até aqui nossos ancestrais nos guiaram, e por mais 87 anos estarão conosco, e ainda teremos muitos outros, porque esta é ainda e sempre será uma fábrica de gente bamba. Para o dia de hoje, quero abraçar Alcione, Leci Brandão, Sr. Hélio Turco, Sr. Nelson Sargento, Tia Suluca, Tia Chininha, Sr. Raymundo de Castro, para assim me sentir abraçando cada mangueirense espalhado pelo mundo, famoso ou desconhecido, diretor, funcionário, componente, gente que só viu a Mangueira pela tv, gente que só ouviu falar desta lendária escola de samba e se apaixonou, tantos corações e apenas uma paixão: a Estação Primeira de Mangueira.
Mangueira 87 anos
Vamos seguir com fé, guiados por nossos deuses mangueirenses, e visando o futuro que está diante de nós com garra e coragem, a faca no dentes, e o coração no bico da chuteira para que nossa maior alegria não perca jamais sua real missão, que é cantar, encantar e preservar o samba, que "agoniza mais não morre".

Talvez, não estejamos no melhor momento de nossa história, mas juntos já  viramos o jogo em diversos momentos, nunca fomos do luxo ou da riqueza, mas nossa força quando imputada de forma calorosa nos fez chegar até aqui como a "maior escola de samba do planeta", com 18 títulos, sendo 01  Supercampeonato,  como a maior detentora de prêmios do Estandarte de Ouro (maior premiação reconhecida do mundo do samba), com sambas e histórias encantadoras e deveras inesquecíveis, passamos tantas e tantas vezes pela avenida como um povo que apesar dos revezes da vida, se manteve sambista de corpo e alma.

No dia de hoje, e em todos os dias, não nos esqueçamos de vestir nosso verde e rosa, "pra mostrar  a essa gente que o samba é lá em Mangueira..."


Feliz Mangueira 87 Anos !
Mangueira

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Samba 90 - por Marcos Paulo Gomes


Mocidade Independente de Padre Miguel

No final dos anos 80 terminava uma era de sambas como: Festa Profana, Ratos e Urubus, Kizomba, Ziriguidum 2001... Começa uma nova era os anos 90, na frente das demais escolas a Mocidade Independente de Padre Miguel com seu carnavalesco Renato Lage criou enredos que lhe propôs sambas maravilhosos como: Vira, Virou, a Mocidade chegou, Chuê Chuá... As águas vão Rolar e quem não se lembra de Sonhar não custa nada. Com esses sambas lhe proporcionou a escola de Padre Miguel dos 2 Títulos (1990,1991) a Mocidade começava os anos 90 com grande estilo.


Em 1992, a Paulicéia Desvairada da Estácio de Sá lhe deu o seu primeiro e único titulo do grupo especial para a escola do Morro de São Carlos, no ano seguinte a Estácio teve um dos sambas mais bonitos da história do carnaval: A Dança da Lua quem não lembra dos Clareos, e a frase:  “A Estácio tem a Lua como par”. Até o hoje do mundo do samba lembram dessa belíssima obra, mas nada se comparar com o furacão vermelho e branco chamado: Salgueiro, nem o belo samba da Estácio, com o Explode Coração o Salgueiro levantou a Sapucaí conquistando o titulo. Em 1995, a Imperatriz conquistava o seu bicampeonato depois de uma briga com a Portela os dois tinham os melhores sambas do ano, “Mais Vale um Jegue me Carregue, Que um Camelo que me Derrube... Lá no Ceará” do lado da Imperatriz e “Gosto que me Enrosco” da Portela, no final deu Imperatriz depois de carnavais não há altura da Portela a própria tinha  a melhor desde do seu titulo em 1984, até hoje muitos dizem que a Portela merecia o titulo, mas... Coisas do carnaval.
Estácio de Sá 1992

Com o grande número de escolas no grupo especial 18, o ano de 1996 lhe proporcionou sambas de vários gostos, de bons, ruins e péssimos. Como por exemplo: falar sobre sobrinha de Sol até Um carnaval dos Carnavais, enredos da Unidos da Ponte e da estreante do grupo especial da Unidos do Porto da Pedra que surpreendeu com um samba muito bom e um desfile que lhe deu um 9 lugar uma ótima colocação para a estreante de Niterói. 

A Mocidade com um desfile com a assinatura de Renato Lage conquistava o 5 titulo em sua história o 3 com Renato Lage. Um samba pouco lembrado é o samba do Império Serrano, uns dos maiores sambas da agremiação. Depois do titulo, a Mocidade entrava no carnaval de 1997 com tudo para ganhar o bicampeonato tinha o melhor samba, tinha o melhor carnavalesco da época , mas o carnaval é uma caixinha de surpressas , depois de um carnaval que quase foi rebaixada a Unidos do Viradouro venho com Dominguinhos do Estácio, Joãozinho trinta e Mestre Ciça com a sua batida funk na bateria a Viradouro com conquistou o seu primeiro campeonato no grupo especial. No mesmo ano a Mocidade perdia o seu patrono Castor de Andrade.
Chico Buarque da Mangueira - 1998
O ano de 1998 teve sambas maravilhosos com o destaque da atual campeã da época da Viradouro, mas nesse ano teve uma coisa curiosa teve duas campeãs a Mangueira e a Beija-Flor. No ano de 1999 começava o era da Imperatriz ou a era Rosa Magalhães, mas o que começava era dos cd’s  as gravações de estúdio os sambas melhoram a suas qualidades, nesse ano o destaque não foi do especial, foi o grupo de acesso com o samba “O Dono da Terra” da Unidos da Tijuca colocou o seu nome de melhores sambas que passaram na Sapucaí. Em 2000...


Autor do Texto: Marcos Paulo Gomes da Silva, Torcedor do Vasco, Império Serrano e Unidos da Tijuca.      

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mas que enredo para 2016 hein, Imperatriz Leopoldinense?

Zezé Di Camargo e Luciano
Quem gosta do enredo de Imperatriz 2016?

O "sambista moderno" gosta de analisar projetos de desfile antes de sua concepção, se por gosto próprio ao tema apresentado, esta tese tinha algum sentido quando o carnaval era samba no pé e tradição, mas com a"industrialização" de nossos desfiles, vai vencer quem conseguir produzir o mínimo de categoria cultural aliado ao bom gosto, boa estrutura, talento, equipe e o "bendito" dinheiro em caixa.

No enredo a que se propõe a Imperatriz Leopoldinense para 2016, parece que vai angariar um valor estimado em R$ 5 milhões para homenagear a dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Bem-vindo aporte financeiro em tempo de crise vivida por algumas agremiações e carnaval acima da média das décadas passadas!

O talento do carnavalesco Cahê Rodrigues, e a presença reestrutura da Imperatriz ao cenário das seis  escolas mais bem preparadas para competir carnaval, não podem ser diminuídos por se gostar ou não do tema, que por si só pode ser rico ou pobre, vai depender muito da linha a ser adotada.

O mundo sertanejo é capaz de produzir, sim, grandes enredos, não tenho dúvida alguma. Confesso não ser um admirador da música sertaneja, mas isto não me impede de acreditar num carnaval competitivo, e num trabalho primoroso com o tema escolhido. Julgar se a dupla merece ou não ser homenageada me parece pretensioso demais para um mundo democrático e festeiro como é o carnaval carioca.

No mais, vamos recolher nossas aflições ingênuas e seguir para o que os gresilenses nos dirão em sua sinopse, disputa e escolha de samba, e por fim sua fábrica de sonhos, comandada por um dos mais talentosos profissionais, ora carnavalesco de Imperatriz Leopoldinense, e por fim, o grande desfile de botas, sanfona, viola e um bom chapéu na cabeça, para saudar os filhos de Francisco. 

Que venha  2016!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Como não defender o título da Beija-Flor de Nilópolis?

000_Mvd6666415
Beija-Flor 2015
A vida realmente nos reserva inesgotáveis surpresas, e uma delas é a devassa campanha que o jornal O Globo vem travando contra a Beija-Flor de Nilópolis desde antes de a Deusa da Passarela mostrar seu carnaval, resgatando até a juíza aposentada Denise Frossard para re-julgar o caso do jogo do bicho e suas relações com algumas escolas de samba, mas na tal passada matéria apresentava apenas a azul e branca de Nilópolis, numa tentativa clara de inviabilizar todo o trabalho que a escola vinha realizando.

Para além das discussões da forma de patrocínio, se o dinheiro é legal ou não, porque esta preocupação deve ser analisadas nas instâncias judiciais, e ainda para se definir que tipo de patrocínio pode ser aceito por uma escola de samba, é preciso separar todas estas inquietações do prático trabalho e desfile que uma agremiação apresenta na Sapucaí, porque estas perguntas não estão sanadas nem pelo Poder Público, e muito menos pela LIESA, tenhamos cautela para não servirmos de urubus do carnaval, como o Sistema Globo o faz na política e em tantos outros temas.

Algumas vezes já fui acusado de perseguir a Beija-Flor, mas o tempo mostra que meu compromisso é com o carnaval e o samba, fundado no que acredito. Aí, dentro desta lógica me pergunto: como contestar a vitória de uma escola de samba que levou para a avenida um desfile quase que impecável, dentro dos critérios de julgamento?

Naquela noite de segunda-feira, Beija-Flor, juntamente com Salgueiro e Unidos da Tijuca saíram da Sapucaí como francas candidatas ao título, e vamos então nos debruçar sobre as imagens e posterior notas dadas a estas escolas, e veremos que ganhou quem errou menos, num dos anos mais equilibrados dos últimos tempos.

Acho que muita gente quando quer levianamente contestar este título de 2015, se esquece do esforço sobrenatural que o povo nilopolitano ensaia em sua quadra, da sua bateria impecável, do seu casal de mestre-sala e porta-bandeira quase que hors concours, de sua harmonia e evolução, se seu primor em fantasias e um elenco liderado pelo experiente Laila em busca de qualidade e perfeição, e ao samba de 2015 um espetáculo à parte.

Dizer que ao menos quatro agremiações contestam este título, é muito pouco para um jornal com as referências de O Globo, era necessário dizer quem são, falta credibilidade na campanha contra o resultado, parece mais uma tentativa de golpe, costumeira às Organizações Globo. Quanto às mudanças de julgadores, a plenária da LIESA representada pelso presidentes das agremiações é soberana. Talvez eu até tenha alguma restrição à alguns títulos conquistados pela Beija, e outras agremiações, não este!

E a quem deseja ser campeão em 2016, é bom saber que vamos precisar cometer menos erros, ser mais profissionais e sobretudo, não nos prendermos ao rivanchismo, para saudarmos o que mais nos importa que é o carnaval de qualidade.

Sinceramente, não acho que o corpo de julgadores da LIESA seja o mais confiável, que as normas estejam dentro de um parecer justo, que não precisemos avançar na credibilidade, mas o caminho, definitivamente não é contestar um título que, para quem consegue comparar com as demais apresentações deste ano, foi, ainda que por décimos, superior a tudo que pude ver neste 2015, a despeito de nosso gosto e carinho pela agremiação vencedora. Por hora, vamos estudar e respeitar o regulamento!