quarta-feira, 1 de abril de 2015

Como não defender o título da Beija-Flor de Nilópolis?

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Beija-Flor 2015
A vida realmente nos reserva inesgotáveis surpresas, e uma delas é a devassa campanha que o jornal O Globo vem travando contra a Beija-Flor de Nilópolis desde antes de a Deusa da Passarela mostrar seu carnaval, resgatando até a juíza aposentada Denise Frossard para re-julgar o caso do jogo do bicho e suas relações com algumas escolas de samba, mas na tal passada matéria apresentava apenas a azul e branca de Nilópolis, numa tentativa clara de inviabilizar todo o trabalho que a escola vinha realizando.

Para além das discussões da forma de patrocínio, se o dinheiro é legal ou não, porque esta preocupação deve ser analisadas nas instâncias judiciais, e ainda para se definir que tipo de patrocínio pode ser aceito por uma escola de samba, é preciso separar todas estas inquietações do prático trabalho e desfile que uma agremiação apresenta na Sapucaí, porque estas perguntas não estão sanadas nem pelo Poder Público, e muito menos pela LIESA, tenhamos cautela para não servirmos de urubus do carnaval, como o Sistema Globo o faz na política e em tantos outros temas.

Algumas vezes já fui acusado de perseguir a Beija-Flor, mas o tempo mostra que meu compromisso é com o carnaval e o samba, fundado no que acredito. Aí, dentro desta lógica me pergunto: como contestar a vitória de uma escola de samba que levou para a avenida um desfile quase que impecável, dentro dos critérios de julgamento?

Naquela noite de segunda-feira, Beija-Flor, juntamente com Salgueiro e Unidos da Tijuca saíram da Sapucaí como francas candidatas ao título, e vamos então nos debruçar sobre as imagens e posterior notas dadas a estas escolas, e veremos que ganhou quem errou menos, num dos anos mais equilibrados dos últimos tempos.

Acho que muita gente quando quer levianamente contestar este título de 2015, se esquece do esforço sobrenatural que o povo nilopolitano ensaia em sua quadra, da sua bateria impecável, do seu casal de mestre-sala e porta-bandeira quase que hors concours, de sua harmonia e evolução, se seu primor em fantasias e um elenco liderado pelo experiente Laila em busca de qualidade e perfeição, e ao samba de 2015 um espetáculo à parte.

Dizer que ao menos quatro agremiações contestam este título, é muito pouco para um jornal com as referências de O Globo, era necessário dizer quem são, falta credibilidade na campanha contra o resultado, parece mais uma tentativa de golpe, costumeira às Organizações Globo. Quanto às mudanças de julgadores, a plenária da LIESA representada pelso presidentes das agremiações é soberana. Talvez eu até tenha alguma restrição à alguns títulos conquistados pela Beija, e outras agremiações, não este!

E a quem deseja ser campeão em 2016, é bom saber que vamos precisar cometer menos erros, ser mais profissionais e sobretudo, não nos prendermos ao rivanchismo, para saudarmos o que mais nos importa que é o carnaval de qualidade.

Sinceramente, não acho que o corpo de julgadores da LIESA seja o mais confiável, que as normas estejam dentro de um parecer justo, que não precisemos avançar na credibilidade, mas o caminho, definitivamente não é contestar um título que, para quem consegue comparar com as demais apresentações deste ano, foi, ainda que por décimos, superior a tudo que pude ver neste 2015, a despeito de nosso gosto e carinho pela agremiação vencedora. Por hora, vamos estudar e respeitar o regulamento!

Um comentário:

  1. O problema não é a Beija-Flor em si nem o enredo polêmico, mas as coincidências esquisitas ocorridas com o júri. Quando a escola frequentou as campeãs, a troca de jurados era discreta. Mas quando ela ficou de fora dos desfiles de sábado, aí alguém lá dentro "rodou a baiana" e aí foi que a troca foi mais expressiva. E o resultado foi que a escola teve quesitos mal julgados, como samba-enredo e evolução, no primeiro canetada injustamente e no último gabaritando também de forma injusta.

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