sábado, 3 de outubro de 2015

Uma final de samba que a Mangueira merecia


Confesso não ser um dos  grandes amantes das disputas de samba, acabo sempre me apegando a uma obra em especial e, se ela é descartada me causa uma falsa sensação de fracasso para a escola, sem contar que seu início quase sempre é bastante tedioso, com a mistura de grandes parcerias às medíocres. Mas por hoje, o fato é que, em Mangueira se viu este ano, talvez, sua melhor safra nos últimos 20 anos, a Verde e Rosa beirou a perfeição em quase tudo que se avançou com fôlego para a grande final.

Do retorno de Nelson Sargento às disputas, fomos até a poesia ímpar da parceria de Tantinho da Mangueira, que ousou com um belo samba resgatando toda a tradição a  que esta escola nos ensinou a respeitar. Do prazer de ouvir Eraldo Caê ao lado de Lecy Brandão e parceiros, a Velha Manga foi filtrando sambas, que por si só já dariam um belo desfile.

Chego ao dia de hoje com um problema pessoal a resolver, a trajetória a que estes sambas que aí estão percorreram não foi capaz de me fazer escolher por um apenas, as obras de Lequinho e seus parceiros ao lado de Alemão do Cavaco e parceiros, se destacam nesta grande final por serem fiéis à sinopse, mas muito por se tratarem de obras que, se escolhidas, cumprirão papéis distintos neste 2016 mangueirense.

A parceira de Lequinho traz um acerto afro ao tema de forma impactante, é um samba pra ninguém ficar sentado, cheio de magia e fundado no já conhecido talento deste grupo de poetas, é um típico samba que não lhe dá tempo de pensar em nada mais do que se ouve, é um samba que envolve e contagia.

Alemão do Cavaco e seus parceiros, trouxeram uma obra em primeira pessoa, como o foi em 2011, com um samba muito correto à sinopse e de uma leveza que cativa, vai ganhando força ao poucos, explode na hora certa, não cansa, é suave, e rico em detalhes poéticos que nos alçam a querer aplaudir com veemência uma escola que não desistiu do Samba.

A terceira parceria de Pedro da Flor, chega viva a esta final com todo mérito que lhe é dado numa das mais acirradas disputas do ano, com uma torcida forte, o samba foi tomando forma na quadra, não chega com o mesmo gás das demais composições, mas enriquece esta final.

A verdade é que, às claras, a Mangueira mostra mais uma vez que não está de brincadeira quando o assunto é samba! Chega neste momento com total credibilidade de que, não deve nada a ninguém que não seja seus próprios enlouquecidos apaixonados torcedores.

Alguns de nós estamos aqui pensando, talvez, que aquele samba que escolhemos lá atrás e fora desclassificado, era o melhor, no entanto, ao amanhecer do dia seremos todos um samba só... Um samba capaz de nos devolver a dignidade e emoção de ver uma Sapucaí de pé para, oras, ver a Estação Primeira de Mangueira mostrar seu carnaval em sua justa homenagem à Menina dos Olhos De Oyá!

Vamos Mangueira, Essa É A Hora!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Quem não seguiu o mendigo Joaõsinho Beija-Flor?

Beija-Flor 1989
Estranho como a gente no carnaval foi fazendo tantas experiências, algumas nem tão bem sucedidas, mas quase que a maioria tão boas, que as surpresas, daquelas de marcar época parecem já complicadas de surgirem.

Paulo Barros surgiu ao "grande carnaval" em 2004 trazendo uma gama de soluções para esta ausência de novidades, assim como Rosa Magalhães ao seu tempo, Renato Lage, Arlindo Rodrigues, a Comissão de Laíla. Fernando Pamplona, o grande mestre, incendiou este conceito de que carnaval é algo mutável, mas também não pode ser trocado a preço de banana, têm tradições que precisam ser consideradas para além do gosto/desejo de se transformar e/ou renovar.
Tijuca 2004
Logo após a contratação do genial Paulo Barros para o carnaval 2016 na Portela, seu vice-presidente Falcon, declarou: "só não pode mexer com nossa porta-bandeira", alusivo à tentativa frustrada de dar visibilidade ao casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade em 2015.

É claro que as arquibancadas e galerias do povo que vem ver carnaval no Rio de Janeiro, e aos amantes que aqui vivem o ano inteiro respirando este doce aroma das escolas de samba, esperam todo ano por algo que seja novo e surpreendente, mas este novo pode também ser um espetáculo revestido de tradição, desde que se tenha uma visão de bom gosto e elegância. 

As surpresas que esperamos para este 2016, não precisam necessariamente serem pontes explodindo na Sapucaí, ou Comissões com elementos alegóricos gigantescos, ou bossas enormes de bateria, homens voando pela avenida ou algo  de outro mundo, é preciso acima de tudo ter o senso da tradição, que não pode se perder com estes efeitos mirabolantes, e em seguida, não menos importante, ter atenção e cuidado quanto ao capricho e bom gosto destas escolhas.

Surpresas muito agradáveis por exemplo, eu vi ao desfile produzido pelo carnavalesco Fábio Ricardo nestes últimos dois anos, tanto em sua homenagem à Maricá quanto ao 'baralho' de 2015, onde soluções muito criativas e positivas renderam um bom resultado à Grande Rio, ainda que sob suspeitas de que com grana tudo fica mais tranquilo de se executar.

Acho que 2016 nos reserva senão surpresas, ao menos ansiedade, para vermos o trabalho do carnavalesco Leandro Vieira e a homenagem da Estação Primeira de Mangueira à Maria Bethânia, as soluções que a Imperatriz trará para a homenagem que presta aos sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano, o Salgueiro com jeito malandro do casal Lage, a Rosa e seus palhaços na promessa de uma São Clemente competitiva, Paulo Barros na tradicionalíssima Portela, e algumas outras expectativas não menores que estas.
Carnavalesco Leandro Vieira e Maria Bethânia

E que venha um outro apoteótico "mendigo Joãosinho Beija-Flor", que tenhamos a oportunidade de vermos desfiles regados de bom gosto, sofisticação, e que seus produtores consigam este difícil misto de tradição com modernidade, que as cores da Verde e Rosa sejam refundadas sem perder sua essência, que o luxo da Beija-Flor de Nilópolis venha acompanhado de novidades como aquelas de Joãosinho, que a Tijuca aperfeiçoe o estilo inovador com capricho e luxo, que a Estácio de Sá consiga mostrar mais do que a garra de seus componentes, que a Vila venha com toda sua energia e faça um desfile pra marcar época, que a Grande Rio desague com soluções equilibradas e a marca do bom gosto de Fábio Ricardo, que a União da Ilha possa nos fazer ver uma desfile diferente ao que estamos esperando, que as baterias se superem, os intérpretes dediquem suas vidas pelo melhor microfone. E que tantas outras apostas se concretizem, e que sejamos ao final disto tudo, simplesmente surpreendidos! 

E quem não seguiu o mendigo Joãosinho Beija-Flor?

                                                                   

Joãosinho Trinta

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O tal samba de escritório

Quadra Vila Isabel
Eis aí, o samba! Quando se pensa em samba, logo vem a mente um lugar harmônico, onde quase não há polêmicas... Não é bem assim! Vamos rapidamente entender primeiro onde surge este artigo. Um dos períodos mais movimentados e animados durante o ano em uma escola de samba é, normalmente, a disputa de samba enredo. Durante essa disputa de samba parcerias de compositores vão semana a semana apresentando seus sambas de forma eliminatória até chegarmos ao campeão, no samba que a escola levará pra Sapucaí. Bem, a polêmica da qual trataremos aqui está em alta entre os compositores, o conceito “samba de escritório”.

O “samba de escritório” é utilizado para considerar um compositor tradicional de uma escola que ajuda ou até é acusado de fazer o samba para uma parceria de outra escola, porém não assina o samba. É visto por muitos compositores por falta de respeito e ética. Historicamente esta crítica não faz muito sentido. Vamos para o berço do samba, em 1916, onde neste período a casa da baiana Ciata, localizada na Cidade Nova, era uma referência para os negros e mestiços músicos do Rio de Janeiro. Foi nesta localidade que o compositor Donga, filho da Tia Amélia, outra baiana, percebeu que aqueles versos cantados nas rodas de música poderiam virar um samba. Fez-se então a parceria com o Jornalista Mauro de Almeida na composição do samba “Pelo Telefone”, registrada na Biblioteca Nacional e gravada na Odeon. Mas nem todos aceitam essa história, há uma corrente que defende que este samba não foi feito por eles. Anos depois, no período já da morte de Donga, nascia Noel Rosa. Noel Rosa foi um excelente compositor, vendeu diversos sambas, fazia parcerias muitas vezes por interesses financeiros, neste período outros compositores agiam da mesma forma, Ismael Silva, Wilson Batista. 


Nos dias de hoje não é visto ninguém por em cheque a qualidade e talento desses gênios. Como também são absurdas acusações desse nível. O compositor tem o prejuízo com o palco, interpretes, com artigos para enfeitar suas torcidas, e ainda iriam querer rachar com mais um o valor dos direitos do samba, sendo que parte fica para a escola, outra parte tapa os prejuízos da disputa, sendo que este mais um nem assinou o samba? Não faz sentido. E mesmo que fizesse, para que prender e encurralar o talento? Ajudar, recebendo algo ou não, é antiético? Incompreensível. Se este conceito “samba de escritório” for realmente o que se diz, que continue! Quantos mais sambas de qualidade e feitos por grandes compositores melhor!         

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Aos 20 anos, intérprete e compositor chega à final do samba na Viradouro

Vitinho Lima
O carioca Paulo Vitor de Lima Silva, mais conhecido como Vitinho Lima, chega com todo gás para disputar a final de samba enredo no Unidos do Viradouro no próximo sábado, defendendo a parceria de  Douglinhas Campos, Rodrigo Cachorrão, João Professor, Kátia Azevedo e Karla's,  boa oportunidade para o samba que vem de Niterói despertar novos nomes no carnaval carioca.

Ele frequenta o mundo do samba desde os 7 anos, ainda como componente de escola mirim, mas foi em 2008 que começou sua dedicação à arte de compor, mas sem nunca assinar uma obra  repassando sempre para “amigos” suas composições, isto até 2014. A convite da Inocentes da Caprichosos, estreou no carro de som como intérprete, e ainda apoio ao lado de Diego Nicolau na Renascer de Jacarepaguá.

Para esta temporada  Vitinho Lima, inscreveu samba no Porto da Pedra, é um dos intérpretes que estará defendendo uma das obras que concorrem na grande final para da vermelha e branca de Niterói. A evolução de Vitinho não é a toa, dedicado, estuda canto e cavaco na Escola Júbilo na Arte, em Pilares.

Salgueirense de coração, Vitinho Lima se prepara para o grande desafio de sua carreira, despontando em meio a uma excelente geração de compositores que chega para fazer história.



Blog Raymondh:   Das dificuldades de se fazer um carnaval no grupo das escolas mirins, a recompensa de poder cantar o sambas da criançada recompensa? 

Vitinho Lima:   Olha a dificuldade e muito, só quem está  la sabe. O dinheiro e mínimo e muitas das vezes a escola não  tem apoio eu vejo o empenho  dos presidentes  que fazem o impossível para esse grupo muitas vezes esquecido não  acabar, teria que ser o mais valorizado pois de la saem os futuro intérpretes,  passistas, coreógrafos  e etc .E muito gratificante pois ser intérprete  e o sonho de muita criança  ali, e você  acaba sendo o espelho e o herói  delas, eu quando era componente mirim meu sonho era cantar samba.E num desfile um menino passou por mim e disse tio quero ser igual a você quando crescer e me encheu de lágrimas. Com certeza vale muito a pena não  pelo dinheiro mais pelo valor em poder cantar e ver o sorriso em cada rostinho cheio de esperança. Fazemos por amor.



Blog Raymondh:    É possível disputar uma parceria de samba hoje em dia, sem grana no grupo de acesso?

Vitinho Lima:   Olha sem grana nenhuma acho difícil, pois se tem que pagar intérpretes,  cordas e outras coisas. Mais com pouco da pra se fazer um bom trabalho, a parceria a qual eu participo não  tem muito dinheiro, mas creio  que nossa união  que nos  faz evoluir.Na verdade não  basta só dinheiro tem que saber compor e a cima de tudo ter um bom intérprete  que saiba como levar o samba . O intérprete oficial da parceria  o qual defendo na Viradouro ele e muito conhecido mais e muito bom e soube levar nosso samba.



Blog Raymondh:    Qual a diferença de oportunidades em disputar samba no acesso para o grupo especial?

Vitinho Lima:   E muito difícil alguma parceria da oportunidade  a quem não é   muito conhecido, não há  muita diferença  do acesso pro especial.Pois sempre procuram nome de peso ,mais o que muda e o investimento  e acredito que se  você  correr a atrás  a oportunidade  aparece, nunca fui de ficar sentado no sofá  esperando ela chegar, porém parto do seguinte princípio  de sempre está  preparado  para quando ela aparecer dar meu melhor.


Blog Raymondh:    Como você avalia a safra de sambas que aí estão, alguns já escolhidos, e outros ainda em disputa no grupo de acesso?

Vitinho Lima:    Esse ano diferente do ano passado já  posso dizer que tem muito samba bom, fica até  difícil  escolher algum favorito. A safra está  muito boa os compositores a cada ano evoluem muito,e aparecem cada vez mais compositores não  tão  conhecidos mais com sambas bons. Esse ano a safra melhorou até  pelos enredos escolhidos pelas agremiações. Vai ficar boa a briga.


Blog Raymondh:    Há isonomia na escolha das obras, ou algo além da qualidade define quem vence uma disputa no grupo de acesso hoje?

Vitinho Lima:    Sim com certeza, eu estou  vendo que esse ano muitas escolas que ja escolheram seus sambas, estão  escolhendo pela beleza do samba e não  pelo nome do compositor,  e na minha opinião  isso e primordial pois nome e fama não  leva título  na avenida e sim uma obra bem elaborada que toda vai abraçar e cantar pois a força da comunidade  e força  da escola.



Blog Raymondh:  Muita gente boa migrou do grupo especial para o  acesso, tanto compositor como intérprete, na sua opinião, a que se deve isso?

Vitinho Lima:  Eu não  vejo que migrou , eu vejo que estamos chegando a um lugar a qual a qualidade doa intérpretes  e de compositores  está  cada vez maior.Onde todo mundo estuda procura melhorar e assim quem não  se atualiza estuda fica para  trás. E acredito que a safra irá  melhorar a cada ano com novos intérpretes  e novos compositores que estão  vindo por aí.Essa migração  se da ao acesso ser uma escada para o grupo especial.



Blog Raymondh:    Qual seu grande sonho no carnaval?

Vitinho Lima:   Meu grande  sonho no carnaval e assumir uma escola de samba, cantar na escola de samba do meu coração  o salgueiro e ganhar um samba com meu nome. E ver cada ano o espetáculo  evoluindo  e todas as agremiações com belos desfiles.



Blog Raymondh:   Qual a expectativa para a final da Viradouro, no próximo sábado?

Vitinho Lima:    Olha minha expectativa  e  das melhores pois qualquer um dos quatro samba que ganharem eu ficarei feliz, porem quero muito que o qual eu defendo leve.Tenho uma paixão  pela Vradouro e são 4 belas obras que estão  disputando ser o hino, que vença o melhor e que todos nós  possamos fazer uma otima apresentação.E muito ansioso  nem consigo  dormir  direito.


Blog Raymondh:    E qual sua expectativa para o carnaval 2016?

Vitinho Lima:   A minha expectativa  e que esse amo seja um dos mais belos  e melhores carnavais, tem grandes  enredos , grandes sambas, e também  creio que as escolas evoluíram  muito. O que pode deixar um pouco  a desejar esse ano e a questão  da crise mais creio que os carnavalescos vão  usar a criatividade  a cima de tudo.E ser um carnaval inesquecível  , e também  estou muito confiante na minha escola do coração  o salgueiro que sou suspeito a falar , mas acho um belo enredo. E acredito num grande carnaval tanto do especial e maior ainda no acesso.
Unidos do Viradouro 





O dia em que o Império Serrano conheceu seu samba...

Império Serrano
O samba do Império Serrano – o que faz um samba ser escolhido?

Há muito que nossas manhãs de carnaval clareiam com um pouco menos de brilho, é o que samba já não se faz mais o grande ator desta festa “popular”.

Na ânsia de exporta glamour e sofisticação, vimos o tempo passar para além do samba, e a indústria do carnaval se fez de modo quase ordinária, a valorizar tanto o capital financeiro, que o samba já não é mais aquele de tantos bambas, eternizados em nossos corações.

A escolha do GRES Império Serrano de levar um samba menos popular, e talvez com uma gota a menos de requinte e qualidade, acendeu esta semana a chama de todas as discussões sobre o tema. Em que dia o samba se perdeu?

Temperatura mais baixa, passadas algumas boas horas após a questionável escolha do  Império Serrano de levar o samba de parceria de Arlindo Cruz para a Sapucaí em 2016, vamos lá ao que realmente interessa.
O  caso do Império, serve apenas como bom exemplo para mostrar que o samba, hoje, tem conceitos bem mais distintos à qualidade e bom gosto, é bom que se registre.

O Império conseguiu com a escolha de seu excelente enredo produzir uma safra de sambas significativa no que tange a qualidade; os sambas que chegaram à final já eram por si só vencedores. Ocorre que, pelo visto nas redes sociais, de onde acompanhei, e com um bom ouvido atento às obras, era possível perceber que a parceria de Paulinho Valença despontava como favorita, não por se ter mais poder financeiro para bancar esta pareceria, ou mesmo marketing, ou quem sabe boa torcida, mas porque tocou ao coração de quem deseja ver o Império no lugar de onde nunca deveria ter saído.

Não se pode dizer que o samba de Arlindo seja ruim, ou que não vai cumprir seu  papel, o problema, e que bom problema este, é que a escola dispunha de outro gigante samba, e que pelo correr dos dias, caiu no gosto popular e na veia daquela legião de apaixonados imperianos da Serrinha.

Hoje, infelizmente um samba pode ser escolhido por tantos motivos que esta página não comportaria, talvez o amigo do presidente, ou aquele que mais investiu, ou aquele que tem mais acesso nos sites especializados na cobertura, mas a grande verdade é que o samba nunca deveria ter deixado de ser o que era, o hino de uma grande festa.

Como sambistas, a gente não pode deixar isso aqui virar um estádio de futebol  com gangues inimigas, nem tão pouco uma disputa eleitoral onde partidos políticos se dilaceram em busca do poder, vamos preservar a boa amizade no samba, vamos lutar cada dia para que a raiz de nossa alegria não se apague.
Meus cumprimentos a toda parceria liderada pelo grande poeta-sambista Paulinho Valença, que em seu desabafo via facebbok, expressou todo seu amor porém,  inconformidade, não com o resultado, mas com a forma que se encaminhou tal processo.Veja link: https://www.facebook.com/paulinho.v.valenca?ref=ts&fref=ts ). 


Mas fica aqui meu  não diferente respeito ao grande compositor Arlindo Cruz e sua turma, que honrosamente tanto serviço prestaram ao Velho Império de Guerra, e que agora este seja, o samba de TODOS O os imperianos, para vermos de novo uma escola forte e campeã passar pela Sapucaí, e como costuma dizer o campeão da semana: “ eu ainda sou do tempo em que escola de samba era, Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano.”

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Análise dos Enredos 2016 - Grupo Especial - São Clemente, Mangueira e Salgueiro largam na frente

Praça da Apoteose

COLOCAÇÃO
AGREMIAÇÃO
MÉDIA DE PONTUAÇÃO

1º lugar

Acadêmicos do Salgueiro
São Clemente
Estação Primeira de Mangueira


9,975

2º lugar

Unidos da Tijuca

9,9

3º lugar

Portela

9,825 (critério de desempate, uma nota 10 a mais que Estácio de Sá)

4º lugar

Estácio de Sá

9,825

5º lugar

Unidos de Vila Isabel
Imperatriz Leopoldinense


9,775

6º lugar

Beija-Flor de Nilópolis

9,75

7º lugar

Mocidade Independente de Padre Miguel

9,625

8º lugar

União da Ilha do Governador

9,45

9º lugar

Acadêmicos do Grande Rio

9,3

A análise aqui tratada, refleti o olhar atendo sobre os enredos que passarão na Sapucaí em 2016, não trata de forma alguma de sugerir nota ou qualidade deste quesito na avenida, pois bem sabemos como trata o manual de julgadores da LIESA para avaliação dentro do desfile. O que temos em mãos são as sinopses, e por elas foram guiadas todas as justificativas. Notas, aqui apresentadas, significam apenas orientação quanto à qualidade comparativa, nada mais.


Estácio de Sá
Enredo: “Salve Jorge! O Guerreiro na fé
Dougg Fernandez:   Com toda certeza será um dos desfiles mais emocionantes que assistiremos na avenida em 2016. Com uma sinopse clara e muito bem redigida, quem lê, consegue deportar-se a cada setor da escola. No quinto setor, a escola menciona o sincretismo de São Jorge com Ogum, o que “joga” essa parte do enredo em um lugar comum. Nota: 9,9

Luccas Matarazzo:   Uma sinopse bem escrita, para um enredo já passado pela avenida, e tantas outras vezes citado. A escola poderia ter abusado do novo, encontrando outro caminho para abordar o tem, o que não foi feito, causando repetitividade de um tema já bastante explorado no carnaval carioca.  NOTA 9,7

Marcos Paulo G. da Silva:   De volta ao Grupo Especial a primeira escola de samba do Brasil vem com um enredo nada original: São Jorge, feito por diversas escolas e de várias formas possíveis.  A religião tem o poder de falar de São Jorge várias vezes e te tocar emocionalmente ou não, é um enredo forte pode dar aquela força que a escola precisa pra permanecer na elite do carnaval carioca, coisa que tá sendo difícil durante esses anos. Nota: 9.8
Raymondh  Júnior:   Abrir os desfiles do grupo especial 2016 com um enredo extremamente energizado, parece-me uma excelente alternativa para uma escola que vai brigar para permanecer no grupo. A sinopse assinada pelo trio de carnavalesco da Estácio é, de longe impecável no que diz respeito aos traços da trajetória de Jorge, o cavaleiro que se tornou Santo na fé. Narrando a energia que possui, a geografia por onde viveu, sua caminhada de fé, sua interação como padroeiro de lugares, grêmios, símbolos e lendas que nos remetam a São Jorge foram considerados, e a chegada do Santo Guerreiro a terras brasileiras tratando do sincretismo onde se tornou Ogum para as religiões de matriz africana. Completa narrativa deste já tão falado personagem no carnaval carioca, que mais uma vez volta a nos encantar. Único ponto contrário do meu gosto a este enredo é a repetição do tema, nada além, o que certamente não será avaliado pelos julgadores no dia do desfile. NOTA 9,9


União da Ilha
Enredo:   “Olímpico por natureza. Todo mundo se encontra no Rio”
Dougg Fernandez:   Um enredo fraco, em um dia que, não é o mais querido pelos sambistas e, em uma posição que não podemos dizer que foi injusta, porque foi escolhida pelo próprio Presidente. O enredo da Ilha começa falando sobre as modalidades da Olimpíadas, e quando você percebe já está citando a curtição do carioca. Os Deuses que de acordo com o enredo são os “visitantes”, somem e só reaprecem no final “azarando”. No geral, a sinopse diz muita coisa e acaba ao dizendo nada que faça entender de fato o enredo. Nota: 9,5

Luccas Matarazzo:  Fora o patrocínio que manda no enredo, é desastrosa a escolha da Ilha, que já abordou as olimpíadas em 2012, os carnavalescos estão tentando tirar água de pedra para salvar a história, e se perderam nesta sinopse mediana.  NOTA 9,2

Marcos Paulo G. da Silva:   ” Londres-2012, Rio-2016 Olimpíadas, mas uma vez enredo já feito... pela mesma União da Ilha. Como fazer de um enredo já visto e repetido pela escola ? tem que ter muita criatividade, e uma nova abordagem diferente de 2012, falando mais do Rio de Janeiro e suas belezas naturais e colocando os jogos Olímpicos como fio conduto essa é União da Ilha do Governador. Nota: 9.7

Raymondh Júnior:   As olimpíadas voltaram a ser o tema da União da Ilha, já que em 2012 trouxe um enredo que abordava o evento esportivo que acontecia em Londres, mas já com uma alça para as  de 2016, só por isso, já acho um enredo comprometido no que se diz respeito a criatividade. Isto posto, vamos para a sinopse que trata o enredo como sendo uma viagem do Olimpo ao Rio de Janeiro, cheia de gírias, com um jeito carioca ao extremo, os autores brincam com símbolos olímpicos misturados com o cotidiano do carioca. O enredo parece tratar de forma “divertida” as competições. Quanto à qualidade do enredo, não me convenceu.   NOTA 9,4




Beija-Flor de Nilópolis
Enredo:   “Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade Natal. Marquês de Sapucaí – O Poera Imortal”

Dougg Fernandezz:   Com uma proposta totalmente diferente de 2015, onde a escola de Nilópolis falou sobre África, para 2016, virá homenageando um fidalgo. A Beija Flor faz uma cronologia exata de quem foi o homem que dá nome à passarela do samba, e ao final de sua sinopse fala sobre a própria passarela, citando os sambas antológicos e grandes artistas que por ali passaram, se a escola fará isso, não se sabe, entretanto, a sinopse aponta que provavelmente no último setor terá uma emocionante e justa homenagens aos grandes carnavais que todos já viram passar pela avenida. Nota 10

Luccas Matarazzo:   Nova Lima, Marquês de Sapucaí (que nada tem haver com as escolas de samba, é bom frisar), e um enredo que se as pessoas soubessem quem realmente foi o Sapucaí, saberiam que é político, no entanto, embora a sinopse marque bem este ponto na vida do homenageado, a escola parece que vai esconder isto, talvez pelo momento em que a política passa no Brasil de rejeição total.   NOTA 9,5

Marcos G. da Silva:   Depois do título duvidoso por parte do mundo do Samba a escola de Nilópolis vem com um enredo sobre ela... Marquês de Sapucaí. Desenvolvido pela comissão de carnaval da escola o enredo conta da origem do Marquês até o palco do maior espetáculo áudio visual do planeta. Nota: 9.9

Raymondh Júnior:   O Marques de Sapucaí, será retratado no desfile da Beija-Flor, como um poeta imortal, vindo da pequena cidade Nova Lima, a escola vai retratar sua vida, de forma ao que consta a sinopse do enredo, enfatizando sua vida acadêmica, profissional, sua ligação estreita com a política, onde foi deputado, senador, desembargador, ministro, conselheiro,e preceptor de D. Pedro II. Boa ou não esta história, é bom que se registre, que embora a avenida por onde desfilam as escolas de samba leva seu nome, entretanto, o sambódromo não, Passarela Professor Darcy Ribeiro é o real nome. O Marquês de Sapucaí, não tem e não teve ligação alguma com o samba, sua vida foi sempre ligada ao Império, amigo do governo. Poderia ser outro amigo do Império, mas a escola vai retratar este. Boa oportunidade para as pessoas conheceram um pouco mais sobre o Marquês, no entanto, ainda que desenvolvido pela talentosa comissão de carnaval da campeã Beija-Flor de Nilópolis, me parece um enredo pouco encantador.   NOTA 9,6


Grande Rio

Enredo: “Fui no Itororó beber água, não achei. Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei”


Dougg Fernandez:    Mais um enredo CEP da Grande Rio com uma “pitada” de homenagem. Enredo confuso, a sinopse não diz ao certo do que se trata o enredo, até porque a própria cidade não tem muito que se contar. O quinto e sexto parágrafo dedicam-se totalmente ao futebol da cidade. Nota 9,5

Lucas Matarazzo:   A tentativa dos pesquisadores em produzir uma sinopse que nos fizesse achar que este enredo encanta, e é interessante saiu frustrada, a sinopse pareceu-me ainda pior do que o anúncio do enredo que homenageia a cidade de Santos  e seus quase nada encantos, é sem dúvidas o pior enredo do ano.  NOTA 9,0


Marcos Paulo G. da Silva:   Com um enredo meio confuso a escola de Duque de Caxias sonha com o seu primeiro titulo no Grupo Especial, mas a sinopse não ajuda. Os compositores vão ter que te muita inspiração pra fazer uma bela obra, contudo á homenagem a Santos vai passar pelo futebol vitorioso do clube santista. Nota: 9.6

Raymondh Júnior:   Os talentosos Fábio Ricardo e Roberto Vilaronga que assinam a sinopse, bem que tentaram nos fazer acreditar que este enredo é interessante, mas não é. Vamos aos fatos, a escola quer homenagear a cidade de Santos, e vai passear pela lenda da tal fonte de água, passeando pelo Santos F.C. , Neymar e Pelé. A verdade é que a cidade de Santos tem poucas atratividades para serem carnavalizadas, talvez a grana da Grande rio salve de alguma forma este enredo de gosto bastante duvidoso. NOTA 9,1


Mocidade Independente de Padre Miguel
Enredo:   “O Brasil de La Mancha: Sou Miguel, Padre Miguel, Sou Cervantes, Sou Quixote, Pixote Brasileiro”

Dougg Fernandez:   Mocidade escolheu um ótimo enredo, a sinopse é bem complexa, de difícil entendimento, o leitor não consegue imaginar o que vem no desfile, a não ser que releia diversas vezes. A Mocidade contará a viagem de um cavalheiro por Terras Brasileiras, depois de um ano desastroso, a Mocidade com toda certeza fará um carnaval para lavar a alma do torcedor independente. Nota 10

Lucas Matarazzo:   Essa confusão toda na troca de enredo da escola, que após anunciar recuou e viu que não tinha grana para bancar um enredo autoral, já é desastrosa. Quanto ao enredo apresentado, nada tem haver com o Dom Quixote De La Mancha, que tanto nos admira, a escola cria um personagem para desbravar o Brasil em busca de dias melhores, parece carregado demais de crítica e pouco alegre, como deve ser o carnaval.   NOTA 9,2

Marcos Paulo G. da Silva:  Com um enredo já visto na passarela do samba a Mocidade tenta fazer um Dom Quixote diferente, a missão cabe a Alexandre Louzada e Edson Pereira. Desde 2003 sem participar do Desfile das Campeãs a escola de Vila Vintém vem ao longo dos carnavais buscando a sua identidade que lhe fez ser uma das grandes escolas do Rio de Janeiro. Nota: 9.7

Raymondh Júnior:    O enredo da Mocidade é um viagem a que se descobre o tal Quixote brasileiro que a escola presta a nos apresentar, com analogias ao clássico Dom Quixote De La Mancha, a escola de Padre Miguel traz um enredo politizado, tratando de questões sociais, criticando as dívidas históricas que este país tem com seu povo, mas de forma lúdica também a nos encantar com as belezas e diversidades deste país continental. O importante é saber se a escola vai conseguir registrar suas impressões sobre assuntos tão distintos entre si, sem perder a forma e leveza a que se merece um desfile de carnaval. NOTA 9,6


Unidos da Tijuca
Enredo:  Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado

Dougg Fernandez:   Depois de cantar a Suíça e fazer nevar na avenida, Tijuca vem com um enredo totalmente brasileiro, cantará o Brasil em sua mais pura essência, a labuta do homem do campo, que usa a Terra como fonte de sobrevivência. Nota 10

Lucas Matarazzo:   Bom enredo, sinopse impecável, mas ficou difícil não ver aquela Vila Isabel já consagrada em 2013 na avenida, claro que a Tijuca com suas pirotecnias vai se diferenciar, mas quanto à sinopse, segue o tema já recentemente abordado pela co-irmã. NOTA 9,7

Marcos Paulo G. da Silva:   Depois do seu primeiro carnaval sem Paulo Barros, a escola do Borel vem com um enredo falando do homem do campo e a vida simples do campo. Sobre a sinopse uma das melhores do carnaval pode proporcionar um samba estandarte de ouro, que á tempos a Unidos da Tijuca não tem samba de alto nível desde 1999 “O Dono da Terra”. Qualquer comparação á Unidos de Vila Isabel 2013 é mera semelhança. Nota: 10

Raymondh Júnior:    A Tijuca vai prestar uma espécie de “culto” ao solo sagrado para narrar seu enredo, passeando pela agricultura organizada, o cultivo natural dos alimentos básicos para sobrevivência do homem, como essa vida se dá no campo.O lavrador e sua vida serão apresentados neste carnaval. Para além da boa sinopse, e um tema importante para quem tanto luta e trabalha pelo crescimento deste país, é claro, que a escola sabia dos riscos de ser comparada ao enredo da Vila Isabel de 2013, no entanto, o enredo “Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado” passa por outra vertente.  NOTA 9,9


Vila Isabel
Enredo: “Memórias de Pai Arrai. Um sonho pernambucano, um legado brasileiro”

Dougg Fernandez:   E a Vila mais uma vez vem cantar o sertão, dessa vez com uma homenagem à Miguel Arraes, entretanto, não se sabe se a escola está em condições financeiras de fazer um enredo de homenagem, caso esteja, será um desfile muito aguardado para 2016. Nota 9,9

Lucas Matarazzo:   Um enredo sem a cara do carnavalesco, pesado, ainda que diga não ser político e sim politizado, é impossível falar de um homem como Miguel Arraes sem falar de política, porque tudo o que ele fez na vida foi POLÍTICA ainda que seja a boa política, aquela que ajuda a mudar o país para melhor. Vai ficar difícil não ver política aí. NOTA 9,6

Marcos Paulo G. da Silva:   Depois de ser quase rebaixada pra Série A (Acesso) a escola de Noel vai para o carnaval de 2016 pra apagar as péssimas colocações dos últimos dois carnavais (2014 e 2015) e também como um tema de autoria de Martinho da Vila, que será desenvolvido pelo Alex de Sousa. É uma história pouco conhecida de Miguel Arraes que será o fio condutor para falar da vida dura nos sertões brasileiros e propriamente dele. Nota: 9.9


Raymondh Júnior:    Um enredo politizado de um grande brasileiro, o socialista Miguel Arraes, será homenageado pela Vila Isabel, em tempos de tentativa de golpe à democracia é bom que se registre a luta deste homem público pelas liberdades e sempre a serviço da esquerda. Narrando sua incansável luta pelo povo pernambucano, àquela época extremamente pobre e carente,será o  legado de Arraes que passará pela Sapucaí. Ações de cunho administrativo e força política, que é a síntese do que o homenageado fez em toda sua vida, são complicadas  para se carnavalizar.   NOTA 9,7



Salgueiro
Enredo: “A Ópera dos Malandros”

Dougg Fernandez:    O Salgueiro pode ter o melhor enredo para o carnaval de 2016, enredo com a cara da escola, a sinopse muito bem explicada, a disputa de samba já começou na quadra, com ótimos samba. Agora, falta a escola ir para avenida é mostrar aquilo que se propôs na Sinopse, sem fugir do enredo. Nota 10

Lucas Matarazzo:   Com uma boa sinopse, o Salgueiro mais uma vez se destaca pela ousadia de um tema interessante e “ jogando seu carnaval para a galera”, porque é um tema que o povo gosta, acertou bem os carnavalescos. No entanto, este universo da malandragem já passou por outras escolas em setores, algumas vezes, o que pode diferenciar é a qualidade do trabalho dos carnavalescos que são primorosos.  NOTA 9,9

Marcos Paulo G. da Silva:   Com toda a sua malandragem a academia do samba quer mais que o vice-campeonato conquistado no último carnaval. Renato Lage mostra um enredo diferente das demais agremiações, falando daquele malandro da Lapa que gosta da boemia e só chega quando o dia amanhece, dá um enredo leve, simples e fácil de compreende. Nota: 10

Raymondh Júnior:    O enredo do Salgueiro é por si só magnífico em sua concepção.  O mestre Renato Lage e sua companheira Márcia, retratam de forma leve, porém consistente, toda essa malandragem, bonita de se ver para o carnaval da Academia do Samba. Uma homenagem aos grandes “malandros”, ao sambista,  ao carioca, aos jogos que costumeiramente a malandragem vive a se deliciar, a fé, enfim, este será um enredo para ser assistido com uma bom petisco ao lado e uma bebida bem gelada.  NOTA 10


São Clemente
Enredo:  “Mais de mil palhaços no salão”

Dougg Fernandez:   A São Clemente pode se considerar a grande campeã de 2015, ela saiu daquela zona de conforto em que estava vivendo, contratou a professora para desenvolver o carnaval, escolheu um enredo que não há o que questionar e terminou o carnaval na frente de grandes potencias do carnaval. E, em mais uma cartada de mestre, para repetir o sucesso de 2015, a escola escolhe um enredo forte, irreverente, o que é sua marca, faz sátiras a coisas que deveria ser sérias, mais um formidável enredo de Rosa Magalhães. Nota 10

Lucas Matarazzo:   Linda homenagem aos grandes palhaços do Brasil e do mundo, uma sinopse maravilhosa de Rosa Magalhães e sua habilidade de carnavalizar temas de gosto interessante muito bem aflorada aqui.  Quanto à sinopse faltou apenas um pouco mais de irreverência para tratar assunto, que por si só deveria ser divertido ao extremo.   NOTA 9,9

Marcos Paulo G. da Silva:   A surpresa do ultimo carnaval a preta e amarela da zona sul com Rosa Magalhães vem com um enredo tipicamente irreverente, cara de São Clemente. Dos palhaços desde a sua origem e passando pelos movimentos de manifestação no Brasil politicamente falando, fazendo uma brincadeira com todos os movimentos que tomaram as ruas do país a São Clemente coloca todo mundo de cara pintada e nariz de palhaço pra curtir o carnaval. Nota: 10

Raymondh Júnior:   Aquele que tanto nos fez rir durante nossa infância, e até hoje vaga em nossas lembranças será retratado no carnaval da São Clemente, de forma história, e ao mesmo tempo lúdica, como só a Professora Rosa Magalhães sabe desenvolver um enredo, a escola presta uma homenagem aos grandes palhaços do mundo, de forma leve e extrovertida, rica em detalhes históricos e sofisticada pesquisa.   NOTA 10


Portela
Enredo:   “No voo da Águia, uma viagem sem fim”

Dougg Fernandez:   A Portela está vindo de dois ótimos carnavais, em 2014 todos viram na Sapucaí literalmente o despertar de um gigante, em 2015, todos puderam ver a Portela grandiosa, majestosa, como há muito tempo não se via. Para 2016, ela vem com enredo falando sobre grandes viagens, o que está muito interessante, o único receio que o Portelense deve estar, é com relação ao terceiro setor “Viagens imaginárias”, haja vista que, não é uma coisa confiável dá asas a imaginação ao atual carnavalesco da escola. Nota 10

Lucas Matarazzo:  Confusa, como toda sinopse que o Paulo realiza. A Portela pode até realizar um bom carnaval, porque as sinopses do carnavalesco ainda que aparentemente estranhos e produzindo sambas de nível bastante questionável (o que já não aconteceu agora, talvez, devido ao talento dos poetas portelenses), não se comparam ao bom nível de seus carnavais. Os sambas apresentados fugiram um tanto da sinopse para encontrarem poesia, o desfile deverá seguir o mesmo rumo, mas o que temos aqui é a sinopse é nela que baseio meu comentário, acho fraca e repleta de dúvidas ao conteúdo.  NOTA 9,6


Marcos Paulo G. da Silva:   Querendo tirar o incomodo jejum de 31 anos sem titulo a Portela vem com um carnavalesco diferente Paulo Barros criou um enredo meio com a cara da Portela sem inventar muito, por exemplo: o Mundo vai acabar ou coisa e tal, respeitando as tradições da escola. Pela sinopse e ala de compositores que alias é uma das melhores do carnaval podem dar bons sambas para as disputas de samba da escola de Madureira. Nota: 9.9

Raymondh Júnior:   A Portela nos convida a viajar pela história desde a Antiguidade aos tempos de hoje. Todo tipo de viagem possível a se caber num desfile será retratada no enredo da escola, seja pelo mundo, as imaginárias, as aventuras, aquelas de mundos perdidos, a busca pela riqueza, a virtual, são tantas as possibilidades ricas ao estilo em que Paulo Barros se consagrou, que seria impossível dizer que este não será um enredo surpreendente nas mãos deste gênio.  NOTA 9,8

Imperatriz Leopoldinense
Enredo:  ““É o Amor... Que Mexe com Minha Cabeça e me Deixa Assim... Do Sonho de um Caipira Nascem os Filhos do Brasil”

Dougg Fernandez:   Que proposta ousada da Imperatriz, escolher uma dupla que nunca se ouviu que tivessem qualquer ligação com Carnaval para serem seus homenageados. A sinopse nos aponta uma vida simples, no campo, como de fato foi a vida dos homenageados. A sinopse está confusa, não consegue entender ao certo qual a proposta do enredo, o Carnavalesco cita diversas músicas ao longo da sinopse, mas nenhuma delas é de Zezé Di Camargo e Luciano, apenas no final, é que entra uma música deles, e aí fica a pergunta, o enredo é uma homenagem à dupla ou ao mundo sertanejo ? Nota 9,6

Lucas Matarazzo:   A sinopse tentou, talvez até tenha conseguido frear a avalanche de críticas ao enredo dos sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano, o enredo patrocinado não colou ainda ao gosto do povo e crítica especializada, o enredo mediano.  NOTA 9,7

Marcos Paulo G. da Silva:   A Imperatriz tá gostando de fazer enredo em homenagem á personalidades e celebridades foi assim com Zico em 2014. Em 2016 a bola da vez é a dupla sertanejo Zezé Di Carmago e Luciano, com uma sinopse não tão focado na dupla, falando mais do sertão e sua vida do dia-a-dia e a dupla como fio conduto da história essa é a Imperatriz. Nota: 9.9

Raymondh Júnior:   A vida do sertanejo em detalhes está contida neste enredo, para homenagear a dupla de cantores Zezé Di Camargo e Luciano. Muito mais do cotidiano sertanejo, a vida simples, os sonhos do sertanejo, o cultivo a terra, a música, a fé, folclore e lendas, dão o caminho para se apresentar os homenageados da Imperatriz.  NOTA 9,9

Estação Primeira de Mangueira
Enredo:    “Maria Bethânia: a menina dos olhos D’Oyá”

Dougg Fernandez:   Para Mangueira fica a mesma curiosidade da Vila Isabel, será que a escola está em boas condições financeiras para fazer um carnaval de homenagem ? Não se sabe, mas que é um ótimo enredo, isso ninguém pode negar. Homenagem justa, emocionante, proporcionará um samba maravilhoso, como Mangueira sempre dá. Na sinopse, muito bem redigida, diga-se de passagem, nota-se nitidamente o inicio do desfile falando de toda a espiritualidade de Maria Bethania e ao longo dos setores, o seu despontar no mundo. A ansiedade consome aos amantes do Carnaval para ver o dia amanhecer em verde e rosa. Nota 10

Lucas Matarazzo:   O carnavalesco ousou e abusou de criatividade para fugir do óbvio  que seria homenagear uma cantora que completa 50 anos de carreira, partiu para um caminho de surpresas, extremamente lúdico com poesia até a alma. Linda sinopse e parece que Mangueira se recupera dos últimos anos desastrosos com carnavais irreconhecíveis desde 2007 (salvo o Nelson Cavaquinho de 2011 onde vi a comunidade lutar muito pelo sucesso do enredo).  NOTA 10 com louvor!

Marcos Paulo G. da Silva:   A verde e rosa do morro da Mangueira com a sua péssima colocação no ultimo carnaval tenta ver nos olhos de oyá horizontes melhores e dias que as primeiras colocações chegam assim como a suas tradições. Sobre o enredo é uma bela homenagem a Maria Bethânia uma das divas da música popular brasileira muito justa deixasse passagem. Nota: 9.9

Raymondh Júnior:   A fé, desta que ao longo de uma sólida carreira de 50 anos, será o fio condutor para narrar a vida de Maria Bethânia que traz ainda: sua estreita ligação com o candomblé, a que se dedicou sua vida, tem  o Recôncavo, a fé em Santos que lhe acompanham até os dias de hoje, uma passagem por Santo Amaro, a típica vida baiana, o circo, o teatro Opinião,  suas obras, e tantos registros significativos são apresentados de forma extremamente lúdica ao que pretende o carnavalesco Leandro Vieira para mostrar ao mundo “a Menina dos olhos d’Oyá”. Com uma energia evidente e acentuada, temperada de bom gosto, a Mangueira encerrará seu desfile ao  perfume de mel, pitanga e dendê, boa mistura para energizar a avenida, trazendo  arruda, alfazema e guiné para afastar toda sorte negativa para seu carnaval e a todos que se propuserem esperar a última escola do grupo especial  passar pela Sapucaí em 2016. Excelente sinopse, a Estação Primeira merecia!  NOTA 10


Referências:
·         Dougg Fernandez, passista, torcedor da Beija-Flor de Nilópolis
·         Lucas Matarazzo, jornalista, torcedor do Salgueiro
·         Marcos Paulo G. Silva, blogueiro, torcedor Unidos da Tijuca e Império Serrano
·         Raymondh Júnior, jornalista/blogueiro, torcedor da Estação Primeira de Mangueira



Comentários adicionais:

Marcos Paulo G. da Silva - Num geral os enredos são vários tem de todos os gostos novos, repetidos, inovadores, criativos é assim que o carnaval 2016 do grupo Especial começa desde as criações dos enredos á criação das sinopse que alias tem algumas excelentes e outras muito boas que podem proporcionar sambas maravilhosos pra safra de 2016. Agora é esperar os sambas porque o carnaval já começou...


JULGADOR
ESTÁCIO
ILHA
BEIJA
GRANDE
RIO
MOCIDADE
TIJUCA
VILA
SALGUEIRO
SÃO
CLEMENTE
PORTELA
IMPERATRIZ
MANGUEIRA

Dougg Fernandez
  
   9,9

  9,5

10

9,5

10

10

9,9

10

10

10

9,6

10


Lucas Matarazzo


   9,7

   9,2


9,5


9,0


9,2


9,7


9,6


9,9


9,9


9,6


9,7


10


Marcos Paulo Silva


   9,8


9,7


9,9


9,6


9,7


10


9,9


10


10


9,9


9,9


9,9


Raymondh
Júnior


   9,9


9,4


9,6


9,1


9,6


9,9


9,7


10


10


9,8


9,9


10















MÉDIA
9,825
9,45
9,75
9,3
9,625
9,9
9,775
9,975
9,975
9,825
9,775
9,975


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