Esta louca paixão pelo carnaval carioca, inexplicável, entendida em sua essência apenas por quem vive, esse amor por nossas escolas de samba, por vezes faz cometer injustiças, até perdoáveis, mas injustas de todo modo. Confesso já ter sido injusto em nome da paixão chamada samba carioca, mas felizmente, não no que diz respeito a este artigo.
Teve gente a começar dizer que ela estava morta, apagada, ultrapassada, que suas idéias não eram mais para este tempo de carnaval, enfim que todo seu talento respondia à outra época, felizmente estavam enganados. Bem que eu avisei!!!
Rosa Magalhães esteve sempre a mesma, com a mesma disposição, talento, e criatividade, ainda que se por alguns anos não conquistou títulos ou boas posições dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, sua genialidade nunca adormeceu, acontece que num carnaval competitivo como o nosso se tornou com o passar do tempo, há de ter tempo também para a competência de uma Comissão de Carnaval como se faz na Beija-Flor, para as inovações do gênio Paulo Barros, e para os acertos e erros que nem sempre dependem do carnavalesco, mas de outros segmentos da escolas, mas o Mestre de verdade, sabe seu tempo, reconhece que paciência é uma virtude, e não muda seu ritmo, seu estilo, apenas por críticas, de quem por vezes sequer respeita sua história. O Mestre consegue compreender perfeitamente que há espaço para todo tipo de bom gosto, e tempo para tudo acontecer.
Rosa colocou na avenida uma Vila ousada, pisou forte naquele chão com suas alegorias e fantasias, com seu carnaval de mestre, para defender um enredo de temática simples, porém genial de uma mulher que aprendeu a vencer por onde passou até hoje, e se tornou um ícone do bom gosto, talento e perfeição. Sua marca, o capricho, cuidado e criatividade com todo seu trabalho bordaram a Passarela do Samba, com cores fortes, em alto bom gosto, como é de seu costume. A grande campeã da Sapucaí voltou, para dizer que está mais viva do que nunca, e que continua a dar aulas para aprendizes, conselhos para gênios humildes, lição para quem acha que é carnavalesco, e alegria para uma nação que por sua história, tradição e força, merecia bem mais que três títulos, que venham outros, oxalá que sejam pelas mãos, mente e coração de uma Rosa Magalhães que há décadas encanta todos nós pelo tamanho e qualidade de sua arte.
Sim, a Campeã voltou! Aplausos para Rosa Magalhães!
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