Mangueira |
Na chegada, na tarde de quarta-feira ao Sambódromo, o presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, era puro otimismo. Acompanhado de cinco seguranças, ele chegou dizendo que sabia da perda de pontos porque a escola estourou em seis minutos o tempo do desfile na segunda-feira, mas ressaltou que a apresentação da verde e rosa foi inesquecível. No fim da apuração, no entanto, o otimismo, no entanto, deu lugar à decepção com o oitavo lugar.
Sobre o problema com o último carro da escola, que ficou preso na torre de TV, Ivo Meireles deu a entender que a culpa foi do carnavalesco Cid Carvalho. Perguntado, antes do resultado, se o fato da Mangueira ter levado para a avenida duas baterias (totalizando 500 ritmistas) seria a causa dos problemas enfrentados pela escola, Ivo Meirelles retrucou:
— Não foi a bateria que ficou presa na torre. Erramos na hora de medir o último carro, mas fomos perfeitos nos demais quesitos e com certeza vamos recuperar isso.
O presidente reclamou das notas do quesito alegorias e adereços, principalmente pelos 9,3 dados pelo jurado Marcelo Marques.
— Eu não ia falar nada, mas sobre esse jurado vou dizer uma coisa... — disse Ivo Meirelles, que foi impedido pela filha, Vitória, de 18 anos, de completar a frase.
E este ano vai ser decisivo para a escola — e para Ivo — por causa das eleições. Após o encerramento da apuração, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PMDB) confirmou que será candidato à presidência da agremiação. Ele falou ainda que o atual presidente teria dito a ele que não irá concorrer novamente:
— Ele me disse que está muito cansado, que já passou a hora dele — disse Chiquinho.
Ivo Meirelles não comentou a declaração do candidato.
Os problemas no desfile da Mangueira irritaram até o governador Sérgio Cabral, que torce pela verde e rosa e apoia a candidatura de Chiquinho da Mangueira. Ele, que assistiu o desfile no recuo da bateria, reclamou de Ivo Meirelles.
— Ivo parece querer entender de tudo: deu nisso. Parece um antigo jogador de futebol, o Cafuringa — disse Cabral referindo-se a um atacante dos anos 70 que raramente fazia gols pelos clubes que passou.
Ivo Meirelles |
No espaço ocupado pela Mangueira na Apoteose durante a apuração, a felicidade do casal de mestre-sala e porta-bandeira Raphael Rodrigues e Marcella Alves contrastou com o ânimo dos demais integrantes. Eles comemoraram muito o fato de terem recebido somente notas dez. Muito emocionados, os dois se abraçaram e choraram.
— É a sensação de alma lavada. É o resultado de muito trabalho — disse Marcella.
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