Mapa das Notas Sambas de Enredo 2014 |
Raphael Azevedo - Repórter do jornal O DIA
Mocidade - 10
A "estreia" de Dudu Nobre nas disputas de samba foi em grande estilo. O refrão principal é muito forte, e a letra é um verdadeiro presente para os componentes e torcedores da Mocidade, que sonham com a volta ao topo do Carnaval. A homenagem ao lendário Fernando Pinto também emociona. Além disso, a melodia é criativa e bem interessante. O bom resultado se completa com o desempenho da bateria e sua batida característica.
Imperatriz - 9.9
Com refrão de fortíssimo apelo popular e melodia inspirada, o samba da Imperatriz em homenagem a Zico tem tudo para fazer história na Sapucaí. E tomara que faça. A obra de Elymar Santos, Guga e parceiros tem poesia e trechos emocionantes. A gravação oficial, no entanto, não captou todo esse potencial.
Salgueiro - 9.9
Há tempos não se via um samba tão idolatrado por sua comunidade como esse. O "quesito" emoção fez com que o hino do Salgueiro se tornasse um sambaço. A primeira parte tem passagens melódicas bem interessantes e faz a composição explodir no refrão do meio com uma emocionante exaltação aos orixás. Apesar de não ter refrão principal, a obra consegue crescer na segunda parte com o verso "meu samba vai tocar seu coração", que já virou uma espécie de "mantra." O coro dos componentes, que se destaca no ínício da gravação, é outro momento arrepiante.
Portela - 9.9
Pelo terceiro ano seguido, o samba da Portela foge do óbvio, dos formatos tradicionais, e se destaca pela originalidade. A letra tem conteúdo e cita momentos importantes da história do Rio, além de exaltar o carioca com trechos de pura poesia. A melodia tem grandes momentos. Em sua estreia na Portela, o veterano Wantuir cumpriu sua missão com garra e competência. O samba é gostoso de cantar e pode crescer bastante até o Carnaval.
Vila Isabel - 9.9
Mais uma bela obra dos professores André Diniz, Evandro Bocão e Arlindo Cruz e seus parceiros. Apesar do enredo extenso, a letra é bastante descritiva, com conteúdo e tem boas soluções poéticas e melódicas. O refrão principal é fortíssimo e arrepia com os versos "O samba é a minha natureza, é bom lembrar / Tem que respeitar."
Mangueira - 9.8
Mais uma grande obra da turma de Lequinho, Igor Leal e parceiros. Apesar do enredo extenso e com muitas citações, o samba conseguiu traduzir tudo isso com emoção e versos inspirados como "Ao longe todo mundo me conhece / O meu samba é uma prece / Desço o morro pra mostrar." Na segunda parte, a composição cresce e emociona ao exaltar o momento de 'renascimento' que a escola vive. O único pecado na letra é o exagerado destaque com três versos para a Parada Gay de São Paulo (apesar da sua relevância). Vale destacar, no entanto, a acertada lembrança do "supercampeonato" de 1894, no ano que o mesmo completa 30 anos. A (empolgante) interpretação de Luizito é digna de aplausos.
União da Ilha - 9.8
Melhor samba da União da Ilha dos últimos tempos. A letra é inspirada e tem boas sacadas, principalmente na segunda parte. O refrão do meio, no entanto, fica aquém do restante. Na gravação, a interpretação de Ito Melodia é outro ponto positivo, assim como a atuação da bateria de mestre Thiago Diogo, que já estreia deixando sua marca.
Unidos da Tijuca - 9.8
Tem, no refrão do meio, o seu grande diferencial, principalmente pelo desenho melódico. A letra conseguiu retratar o enredo, que fala de Ayrton Senna e da velocidade de uma maneira geral, de forma clara e objetiva. Faltou só mais um pouquinho de riqueza poética. No entanto, os últimos versos da segunda parte, que exaltam Senna, são emocionantes e nos fazem lembrar claramente de como era bom acordar cedo aos domingos para ver a Fórmula-1.
Beija-Flor - 9.7
Acostumada a ter sambas quase sempre perfeitos, a Beija-Flor deixou um pouco a desejar. Os compositores tiveram que "tirar leite de pedra" para exaltar Boni e ainda fazer um passeio pela história da comunicação na mesma letra. Faltou poesia e mais conteúdo. A parceria teve mais sucesso, no entanto, na melodia, que é fácil de pegar. Amigo do homenageado, Neguinho da Beija-Flor acertou no andamento e mostrou todo seu talento na gravação.
Império da Tijuca - 9.6
O refrão principal é poderoso, forte, e muito bem sacado. A letra tem bastante conteúdo, lembra a força de "Kizomba" e ainda exalta a fundação do Império da Tijuca, que surgiu bem antes do Império Serrano. Após tanto tempo fora do Grupo Especial, é importante a escola exaltar o orgulho do componente e lembrar seu pioneirismo aos "desavisados." Além disso, a presença do competente puxador Pixulé no CD do Grupo Especial é um fato a ser comemorado.
São Clemente - 9.5
Um enredo tão forte como esse merecia um samba um pouco mais inspirado. Apesar de boas passagens, a letra peca no uso de alguns clichês. A melodia tem acertos, e é a coisa mais interessante da obra. A garra e a alegria de Igor Sorriso também merecem destaque.
Grande Rio - 9.5
Apesar da sinopse poética, o samba da Grande Rio não conseguiu exaltar Maricá sem abusar de clichês. Versos como "joga a rede pescador" e "o couro vai comer" pecam pela falta de criatividade. A letra, no entanto, tem acertos. E a melhor parte do samba está no fim da segunda parte: "O sol que bronzeia a morena / revela em seus olhos o brilho do mar / deixei o vento me levar No meu barquinho pelo mundo a navega."
Leonardo Bruno - editor do jornal EXTRA e titular da coluna Roda de
Samba
Império da Tijuca 10
Um samba que te tira da cadeira, faz o "chão tremer" realmente. Melodia deliciosa, proporcionando um samba guerreiro, com a cara do Império da Tijuca. O enredo inteiro é compreendido numa letra claríssima. Nota 10!
Mangueira 10
Com esse samba, já dá para imaginar a Mangueira desfilando, com seu componente vibrando na Avenida. É samba de garra, de explosão. E veja a diferença que faz um bom enredo: tudo o que é dito na letra é compreensível, os mangueirenses cantam sabendo exatamente o que estão dizendo. E como é bom ouvir Luizito! Ninguém melhor do que ele para ocupar o lugar de Jamelão. Luizito não foi valorizado nos últimos anos, mas espero que volte a ser exaltado como o grande cantor da verde e rosa.
Portela 9,9
Um samba que oferece várias nuances melódicas, ótimo para o canto, como a Portela tem feito nos últimos anos. A melodia não se torna previsível em momento algum. Logo na cabeça, traz um delicioso ôôô, mostrando o canto do Cais do Valongo, que me remeteu aos sambas tradicionais. O samba tem uma pequena queda a partir do trecho da Revolta da Chibata.
Salgueiro 9,9
O "refrão" principal é muito inteligente, funcionando como refrão sem ser (já que não repete a estrofe). Mas a volta do "canta, Salgueiro" é surpreendente e cai como uma luva para chamar o componente. O refrão do meio também é bem construído para envolver o desfilante. O enredo não fica tão claro na letra.
Mocidade 9,8
Um bom samba, com passagens interessantes que remetem ao falar pernambucano. O refrão principal, embora forte e com apelo emocional aos torcedores, me parece deslocado em relação ao restante do samba.
Imperatriz 9,7
Inicialmente, o samba causa estranheza, por ser difícil reconhecer a Imperatriz nele. Mas depois, vemos que tem uma boa letra, onde o enredo é claramente explicado. Letra e melodia chamam o tempo todo para a emoção do torcedor, a paixão do futebol, mas a gravação morna do disco acabou enfraquecendo essa característica.
Vila Isabel 9,5
Um samba que tem dificuldade para explicar o enredo. A melodia é simples, com brilho em poucos momentos. O samba parece adotar um estilo uniforme todo o tempo, sem um grande trecho de explosão ou emoção.
União da Ilha 9,5
União da Ilha + brinquedos = samba leve. Certo? Errado. Falta leveza ao samba da Ilha, o que era obrigatório nesse enredo. O refrão principal tem alguma inspiração, mas ela não reaparece no restante do samba. A letra tem passagens interessantes, mas a melodia é pouco criativa.
Grande Rio 9,4
Melodia fraca durante todo o samba. Quanto à letra, parece que os compositores não tinham muito a falar sobre Maricá. Nossa solidariedade a eles: é dureza fazer samba para um enredo desses.
Unidos da Tijuca 9,3
Esse tipo de enredo de recortes, com imagens estanques, que não contam uma história, até hoje não rendeu um samba bom. E mais uma vez a Tijuca vem com um samba todo entrecortado, sem ligação entre as partes. A melodia é simples, sem grandes novidades. Alguns trechos deixam muito a desejar, como "Impressionante a ousadia / A internet ultrapassou a energia".
São Clemente 9,2
Boa parte da sinopse fala em irreverência, mas não se nota isso em momento algum do samba, que em um de seus versos fala "rico de emoção" - justamente algo que lhe faltou. O refrão principal e o do meio são pobres.
Beija-Flor 9,1
Samba arrastado, que não consegue contar uma história. Tem alguns trechos ruins ("Um lado a comunicar, o outro comunicou") e outros inacreditáveis ("Mostra que babado é esse de samba no pé") - culpa do enredo, que vai de Boni ao Babado da Folia. Nem Neguinho da Beija-Flor, que é quem melhor grava o disco do carnaval, salvou o samba.
Marcelo de Melo - editor no jornal O Globo
Império da Tijuca: 9.9
Samba empolgante e que permite muitas bossas da bateria, o que é conveniente para o enredo, "Batuk". A melodia é variada, sem perder a unidade, e tem grandes chances de ser um dos motivos de um desfile valente. Porém, algumas soluções melódicas e da letra são comuns.
Grande Rio: 9.1
Melodia marcheada, sem variação, com possibilidades de resultar num desfile arrastado. A letra não tem criatividade e o refrão final reúne clichês que nada querem dizer e poderiam estar num samba sobre qualquer enredo: "O couro vai comer!", "Sou emoção" e "Canta meu povo, bate forte coracão!"
São Clemente: 9.8
O melhor samba da escola nos últimos anos. Interessante a descrição do surgimento das favelas na primeira parte. Boa segunda parte, na qual tanto letra quanto melodia encaminham bem a "conclusão". Falta, porém, um trecho de impacto.
Mangueira: 9.8
Do ponto de vista funcional, é muito bom porque deve facilitar a evolução, empolgar os componentes e se integrar com a bateria da escola. Como obra musical, não tem grande brilho. A letra faz uma descrição lírica das festas, assunto do enredo. Interessante que, ao se referir à Parada Gay de São Paulo, assume um conteúdo político, alertando para o respeito à diversidade. No tom adequado.
Salgueiro: 10
O melhor samba do Salgueiro nos últimos dez anos. Melodia ambiciosa no bom sentido, à altura de narrar uma grande saga, capaz de proporcionar um desfile de peso. Fica claro que os compositores quiseram ir além do refrão para "animar a galera", mas que, na prática, banalizava a vermelho e branco. E a letra dá claramente o recado em favor da sustentabilidade, sobretudo no verso: "É uma questão de querer aprender a cuidar"
Beija-Flor de Nilópolis: 9.6
Melodia razoável e que indica claramente a opção da escola de Nilópolis por sambas de verdade, em detrimento de verdadeiras marchinhas que predominam em outras agremiações. Mas, à primeira audição, não é empolgante e seu desempenho, mais do que nunca, vai depender da conhecida valentia dos componentes da azul e branco. A letra não é muito clara quanto ao conteúdo do enredo.
Mocidade: 9.5
Marcheado e sem variação. Letra e melodia de pouca criatividade e com grandes chances de soar cansativo no desfile.
União da Ilha: 9.5
A letra tem (poucos) momentos inspirados, com uma descrição lírica da relação das crianças com os brinquedos. A melodia não empolga e o verso "E pegue na estante, um livro fascinante" tem sonoridade desagradável. Uma pena, porque a ideia de mostrar a leitura como uma brincadeira capaz de fazer a garotada viajar é uma boa sacada. Grande chance de repetir 2013 com a homenagem a Vinicius de Moraes: um assunto interessante mas melodia monótona.
Vila Isabel: 9.4
Um samba sem personalidade, comum. A melodia é irregular, sem unidade, com trechos que nem parecem fazer parte da mesma obra. O trecho "A brasilidade aflora no sertão" é particularmente incômodo por dois motivos: o canto não é confortável porque a letra mal "cabe" na melodia e o texto é incompatível com a poesia que um samba deve ter. E essas características se repetem em outras partes da composição.
Imperatriz: 9.7
Bom samba. Mas tanto a melodia quanto a letra são "contidos" demais quando se leva em conta o assunto em questão, a homenagem a Zico. Seguindo a abordagem escolhida pelo carnavalesco, é formal demais para falar de futebol. Falta um momento para levantar a galera.
Portela: 9.6
Belo refrão final. O início é bonito. Mas a letra tem trechos de solução fácil e melodia irregular em alguns momentos. Alguns versos parecem não caber no tempo do canto.
Unidos da Tijuca: 9.6
Um samba sem emoção nem adrenalina, o que, numa obra que tem como mote os 20 anos sem Ayrton Senna, é surpreendente. Melodia linear e letra sem grande inspiração. Não deve comprometer o desfile mas tampouco levar a escola à vitória. Se o título vier, será por outros motivos.
Fábio Fabato - site Galeria de Samba
Avaliação geral: não há um samba-enredo com a qualidade de Vila Isabel
2013 e Portela 2012, mas a média geral é alguns décimos melhor do que nos
últimos anos. Luizito mandou bem, Roosevelt Pixulé faz um bem danado pros
ouvidos, Mocidade se recuperou à moda da casa e com gente da casa, o babado
do Boni tem pinta de novela com barriga, Portela e Salgueiro ousaram mais que
as outras no formato de suas obras, o bolo de fubá da Vila está menos
saboroso dessa vez. E que venha 2014, seus enredos e desenredos, para a
delícia, dor, sabor e desamor dos que são abastecidos anualmente pelo
combustível que move o palco iluminado. “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe ô... O show
começou!”. Observação: as falas dos carnavalescos antes de cada faixa
representam a ideia mais equivocada do século!
Salgueiro – Bonito, vigoroso, com todos os elementos pamplônicos e
Djalma-sabiáticos que chamam os salgueirenses para o front. (10)
Imperatriz – Não é perfeito como uma falta cobrada pelo Galinho, mas
dá conta do recado. Tem todos os ingredientes para fazer a Avenida delirar,
apesar de haver perdido um pouco do gás na (bela) voz do Plácido Domingos do
samba. (9,7)
Beija-Flor – Dona Beija é sempre favorita, mas o samba (que era o
melhor da disputa), ao contrário do histórico de obra geniais da agremiação,
está mais para “Amor à Vida” do que para “Avenida Brasil”. O verso “Que babado
é esse” ganha o prêmio “Pelas contas do rosário” do ano. (9,4)
Mocidade - A mistura de Fernando Pinto com Pernambuco, com Dudu Nobre
e as bênçãos de Lenine, deu em belíssimo resultado. O refrão de cabeça (ou
final) é um Alceu Valença (medida de qualidade que inventei) abaixo do
restante da obra, mas nada que atrapalhe o autêntico exorcismo
Poético-Pernam-Fernan-Pintista para o natimorto carnaval do Rock in Rio. (10)
Vila Isabel - Longe de ser o “bolo de fubá” dos últimos dois anos,
longe de um samba ruim. A competência sabida da parceria, mas com menos água
no feijão com relação a brilho melódico e poético. (9,7)
Portela – Parece truncado ali na meiúca, mas é feliz, desamarrado,
não-engaiolado, sem pegadas “mudernosas”. Para sair desfilando sem pensar nos
agruras da vida, nos problemas para conseguir mandar fax na hora de comprar
ingresso e coisas afins. (10)
Grande Rio – Samba com cara de obra fervida dos anos 80 e 90. Seria
“cult” nos dias de hoje, caso tivesse sido composto em, sei lá, 1985. Longe
dos melhores do ano, mas com o mérito de driblar a melancolia presente no DNA
e no copo da homenageada. (9,7)
União da Ilha – Depois de deixar marrom a Bossa Nova (inda bem que
Roberto Carlos é da Jovem Guarda...), a lha parece querer voltar à alegria
Augustiana que marcou sua história. O samba tem algumas passagens pouco
inspiradas, mas apresenta o mérito de tentar recuperar o sorriso da escola.
Pode crescer. (9,6)
Unidos da Tijuca – O samba apresenta todos os ingredientes da
interessante “corrida maluca” proposta pelo tema, mas está muito mais para
uma Ligier (quem se lembra?) do que para as velhas McLaren e Williams dos
eternos duelos de Senna com Prost. (9,5)
Mangueira – Luizito não enfeita, não faz firulas, não economiza. E não
erra. Samba com a cara da escola, até parecido com alguns recentes, e que
cresceu muito na gravação oficial. Perde o fôlego no finzinho – poderia ter
uns quatro versos a menos - mas recupera na virada pro refrão de cabeça. Vai
explodir. (9,8)
São Clemente – Não decola, não apresenta as características principais
da mais irreverente entre as escolas. A letra e a melodia, com oscilações a
todo instante, não marcam. Faltou Bububu. E Bobobó, claro. (9,4)
Império da Tijuca – Bonita obra (apesar de algumas oscilações em letra
e melodia), com o vigor e frescor de uma escola que se reposiciona entre as
grandes na carona de muito talento para fazer samba. Roosevelt – sim, este é
o nome do sempre bom Pixulé – mais uma vez pilota com maestria o formigueiro
de bambas. (9,9)
Aydano André Motta - jornal O Globo
Vila Isabel - Sofre na comparação com a obra-prima de 2013. A gravação
está muito acelerada. Um degrau abaixo do alto padrão a que a escola se
habituou. 9.6
Beija-Flor - O enredo difícil foi um adversário para os compositores.
Um pouco mais curto do que o normal, o samba é um esforço louvável, que usa
slogans da TV Globo para identificar o homenageado. O grande Neguinho da
Beija-Flor está muito bem na gravação e conduz um samba cadenciado, que
patina no inevitável "Boni, tu és o astro da televisão". Mas a
comunidade cantará forte como sempre. 9.5
Unidos da Tijuca - Mistura os animais velozes e a internet, além de
pôr Dick Vigarista, o vilão da Corrida Maluca, no refrão. Cita, no fim, o
homenageado Ayrton Senna. A segunda parte pisa no freio, mas as referências
ao universo pop atiçam a expectativa para o desfile concebido por Paulo
Barros. 9.3
Imperatriz - O refrão se apropria de um grito das arquibancadas como
ponto alto de um samba com estrutura tradicional. A composição vai tocar os
corações rubro-negros. Mas a escola não conseguiu manter o nível (alto) dos
anos anteriores. 9.6
Salgueiro - O refrão único, que lista os orixás, tem tudo pra ser o
acontecimento do carnaval. É o ponto alto de um samba exclente, o melhor do
ano, que certamente conduzirá os componentes num desfile eletrizante. Vai
tocar o coração dos apaixonados pela folia. 9.9
Grande Rio - Outro enredo que exige demais da criatividade dos
compositores. Deu num samba acelerado, com bons refrões, que cumpre seu papel
de descrever o que passará pela Sapucaí. E pouco mais. 9.4
Portela - A dupla Toninho Nascimento/Luiz Carlos Máximo consolida-se
como referência de qualidade. A Portela tem um samba que flui leve no ouvido,
contando o enredo de maneira clara e fácil, de novo com três refrões. A azul
e branco tem uma das grandes composições do ano. 9.8
Mangueira - O refrão principal forte casa com a vigorosa batida da
verde e rosa. Vai ser uma festa, bem no clima do enredo. A segunda parte tem
uma pequena queda, mas nada grave. O chão incrível da verde e rosa garantirá
a festança. 9.7
Ilha - As referências às brincadeiras de criança prometiam um samba
leve, com a alegria sempre sonhada para a União da Ilha. Mas os compositores
não foram tão felizes. Com dois refrões regulares, a composição brinca com o
desejo das crianças e cita a imaginação. Podia ir além. 9.3
São Clemente - A primeira frase do samba lembra o rap da felicidade,
abrindo a composição que se beneficiou do ótimo enredo. A primeira parte é
poética e agradável, mas o samba peca no refrão do meio. Reage na bela
homenagem aos sambistas. A favela termina celebrada. 9.5
Mocidade - Com referências a Ziriguidum 2001, a homenagem a Fernando
Pinto se mistura às referências a Pernambuco e aos ritmos nordestinos. O
"Padim Padre Miguel" é uma ótima ideia. Um samba bonito, como há
muito a escola não tem. 9.7
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Fonte: Site Carnavalesco
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