sábado, 31 de dezembro de 2011

Mensagem de Ano Novo

2012


Ufa! Enfim chegamos ao 31 de dezembro, num ano atípico para o mundo do samba, vimos sonhos serem queimados por gigantes labaredas de fogo na Cidade do Samba, levando Portela, União da Ilha e Grande Rio a não disputarem o título de campeã do carnaval carioca; mas pudemos nos surpreender com a força, alegria, e ousadia dessas comunidades, que decidiram não cruzar os braços, e vimos grandes espetáculos na Sapucaí, porque o carnaval é assim, surpreendente... Num ano de Roberto Carlos na avenida, mirabolantes invenções do gênio Paulo Barros, Mangueira com seu chão forte e comunidade carregando uma escola que é de fato a mais querida, com sua bateria Surdo Um parando o Sambódromo e pedindo apenas respeito, brincando de carnaval. Tantas surpresas na passarela do samba, vimos  um Salgueiro tão gigante que não conseguiu passar, e uma Rosa Magalhães eterna. O carnaval 2011 também nos trouxe de presente o talentoso Fabinho na São Clemente, mostrando que tem muita coisa boa por aí, e aos passos de Maria Clara Machado vimos uma Porto da Pedra deliciosa de ser vista, o talento de Max Lopes levando a Imperatriz de volta ao desfile das campeãs e uma Mocidade se preparando para um 2012 melhor. Mas passou... e com ele, o 2011, lembranças, sorrisos, momentos de quem esteve na Sapucaí, em casa assistindo pela tv, ou mesmo quem só soube dele pelos noticiários, de fato fizemos mais uma vez o maior espetáculo da terra acontecer.

Hoje pode ser um bom dia para avaliarmos que ser folião é ser feliz, é contar histórias que o povo muitas vezes não conhece, é mostrar que num país tão desigual e cheio de preconceitos existe sim um espaço de fraternidade, amor, alegria e conquistas: o carnaval do Rio de Janeiro.
Ouço os passos de um 2012 quem vem  vindo, com "O poema encantado do Maranhão" numa grande homenagem ao nosso saudoso Joãosinho Trinta e tantos outros maranhenses, ou seja na alegria de ver um Cacique de Ramos de verde e rosa ao som da Bateria  Surdo UM, quem sabe se deliciar pelas histórias de nosso "Jorge, Amado Jorge", ou mesmo no "Cordel Branco e Encarnado" do Salgueiro, e presenciar a coroação do Rei Luiz do Sertão nas surpresas da Unidos da Tijuca. Quer seja na negritude da Vila Isabel, ou nas festas da Bahia que a Portela vem trazendo, ou mesmo nas telas de Portinari com uma Mocidade forte e guerreira, vamos sim nos surpreender com mais um belo ano de espetáculos, teremos a oportunidade de assistir a alegria da estreante Renascer de Jacarepaguá no grupo especial, a alegria da São Clemente numa aventura por grandes musicais e a seiva materna trazendo o equilibrio da vida direto de São Gonçalo.  E quem viu uma Grande Rio chorar vai vê-la sorrir na Sapucaí, no mesmo tom de elegria que a União da Ilha promete misturar molho inglês na feijoada carioca. Preparem seus corações!

Grandes enredos, belas histórias, uma safra de sambas impecável, e um povo que não se cansa de ser feliz! Por isso este humilde blogueiro, mangueirense de coração, mas apaixonado pela arte de fazer carnaval, e alucinado pela magia que cada agremiação consegue transmitir deseja a todos um 2012 maravilhoso de muita luz, paz e alegria.


"O povo não perde o prazer de cantar
  Por todo universo minha voz ecoou
  Respeite quem pôde chegar
  Onde a gente chegou!"


Raymondh Júnior

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fantasias de Composição de Carros da Mocidade Independente de Padre Miguel

A Mocidade Independente de Padre Miguel disponibilizou os croquis dos figurinos de composições de carros que serão comercializados para 2012. As quatro fantasias divulgadas integram o enredo "Por ti, Portinari, rompendo a tela, a realidade", desenvolvido por Alexandre Louzada, carnavalesco da Estrela Guia.


Veja as imagens:

Foto: Divulgação
Fantasia: Azulejos

Carro: 04

Contato: João Luiz

(21)2415 0184

(21)7837 4623

(21)9152 1952

E-mail:aladosol@mocidadeindependente.com.br


Foto: Divulgação
Fantasia: Araras
Carro 03
Contato: Waldir / Nélio
(21) 2571 7062
(21) 9988 4138
(21) 8888 1018
(21) 7890 3910 ID: 14*1812
E-mail: alasensacao@mocidadeindependente.com.br
Valdir Mallet
(21) 3159 4776
(21) 7831 5557 ID:8*37908
E-mail: alamaioraisdosamba@mocidadeindependente.com.br



Foto: Divulgação
Fantasia: O café
Carro: 02
Contato:  Vicente de Paula
(21) 3555 4573
(21) 3555 1028
(21) 9625 6494
E-mail: alaoagito@mocidadeindependente.com.br



Foto: Divulgação
Fantasia: Índios
Carro 03
Contato: Waldir / Nélio
(21) 2571 7062
(21) 9988 4138
(21) 8888 1018
(21) 7890 3910 ID: 14*1812
E-mail: alasensacao@mocidadeindependente.com.br
Valdir Mallet
(21) 3159 4776
(21) 7831 5557 ID:8*37908
E-mail: alamaioraisdosamba@mocidadeindependente.com.br

As Musas da Portela 2012

A Portela contará com mais uma musa no desfile de 2012. Mirian Barreto, representante do clube Atlético Mineiro no concurso "Musa do Brasileirão 2011" do programa do apresentador Luciano Huck, tem 25 anos e nunca desfilou no Carnaval. 

A beldade de Conselheiro Lafaiete, que completará com Vânia Love, Juliana Diniz e Shayene Cesário o time de destaques da azul e branca, se identificou com a agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira quando passou a frequentar os eventos da Águia Altaneira, em novembro, e já está de mudança para a Cidade Maravilhosa.

Mirian Barreto será apresentada oficialmente na próxima feijoada da escola, no dia 7 de janeiro, no River Futebol Clube.

foto: Rogério Neves / divulgação
Musas da Portela

Trupe do Cirque du Soleil visita barracão da São Clemente

Foto: Divulgação
Cirque du Soleil
A trupe que agita o Rio com o espetáculo "Varekai" irá conhecer o barracão da São Clemente nesta terça feira. Os integrantes do Cirque du Soleil verão alegorias e fantasias da escola em primeira mão. Além disso, serão recepcionados por passistas e ritmistas. Para fechar a visita, os artistas circenses terão uma aula de samba.

Única escola da Zona Sul a desfilar no grupo especial do Carnaval
carioca, a São Clemente, que completou 50 anos em outubro de 2011, transformará o sambódromo em 2012 no cenário do maior espetáculo musical já montado no Brasil.

Com seu enredo "Uma Aventura Musical na Sapucaí", que conta a história deste gênero do teatro no país, a agremiação promete transformar a Marquês de Sapucaí na Broadway brasileira, levando para o maior palco e o maior público do planeta a história dos grandes musicais na cena teatral brasileira.

Enredo de fácil compreensão, a São Clemente promete um bom carnaval capaz de garantir sua permanencia no grupo especial, basta a escola cantar e se soltar, brincar de carnaval na Sapucaí, como sempre soube fazer, tem um bom carnavalesco, um ótimo intérprete e um samba razoável, que pode sim contagiar.  
Boa sorte!


Raymondh Júnior

Cenas Marcantes de Joãosinho Trinta por Jorge Mendes

  Por Jorge Mendes, colunista do site Carnavalesco


Jorge Mendes
Depois de tudo que já se falou sobre a partida de João 30, fica difícil dizer algo que não caia em lugar comum ou que não seja repetição com outras palavras. Por isso, vou revelar um filme de minha mente de três momentos que me marcaram dessa polêmica e brilhante criatura maranhense.
Cena 1: Carnaval de 1978 - A Beija-Flor acabava de obter um tricampeonato, até então inédito, furando a grande muralha das quatro grandes da época (Portela, Mangueira, Salgueiro e Império Serrano). Já incomodando as escolas derrotadas e até a própria imprensa da época, começou uma avalanche de críticas, a maioria sem fundamento. Uma de maior repercussão foi a de que J30 estaria fazendo um carnaval de forte apelo visual e, o mais agravante, utilizando material importado de alto custo. Qual foi a surpresa quando o criticado carnavalesco revelou o tal material "importado": volumosos tufos de ráfia branca, bacias de metal invertidas e decoradas e boias de isopor cortadas, também decoradas com galão, fitas e espelhos.

Cena 2: Carnaval de 1986 - O Mundo é uma Bola - Com um carnaval grandioso, figurinos maravilhosos de Viriato, trazendo inclusive famosa ala da Portela (de Campinho), prestes a iniciar seu desfile, ainda na concentração, um diretor diz a J30 que o principal destaque do abre-alas, que seria o Rei Pelé, não chegou. Parecendo já possuir um plano B na cabeça, o carnavalesco passa a percorrer as alas de trás na busca de um menino negro com uniforme de futebol para substituir o Pelé. Conseguindo seu objetivo, colocando o guri no alto do carro, mas a criança revela um pavor de altura. João, aos berros, dizia par ele desmarrar a cara, acenar e sorrir para o público; ou seja, missão impossível. Nesse momento, desaba um violento temporal. João chega ao clímax da irritação, soltando palavrões impublicáveis;... quando chega uma equipe de tv já com holofote aceso e com a encharcada repórter perguntando: "E aí Joãozinho, tudo bem ? Você acha que essa chuva pode atrapalhar de alguma forma o desfile ?" J30 se vira, já abrindo um largo sorriso e responde: " Atrapalhar ? Nunca !  Essa chuva é uma bênção dos Deuses !"
PS: Nem sei se foi por causa da chuva, mas o fato é que, mesmo não conseguindo o título, foi um dos desfiles mais arrebatadores que a Beija-Flor fez.

Cena 3: Carnaval de 1989 - O polêmico enredo Ratos e Urubus já era para ter acontecido em 88, mas com seria o centenário da abolição, foi adiado para 89. Outra famosa ala da Portela havia ingressado na Beija-Flor. A Jovem-Flu, era conhecida por fazer fantasias grandes, volumosas e de efeito visual. Para não fugir à regra, foi passado ao presidente um figurino belíssimo, um grande anjo preto e rosa. Quando o presidente, orgulhosamente foi apresentar seu magnífico protótipo ao J30, sem explicar qual sua intenção para o enredo daquele ano, nosso artista começou a rasgar, sujar de cal e queimar toda a fantasia. Terminando o"serviço", disse: "Pronto é assim que eu quero essa roupa!" , sem sequer perceber a cara de assombro do pobre presidente da ala que, sem fala, só chorava.

Sambistas Analisam o Ano de 2011

O ano de 2011 vai embora e para os amantes do carnaval carioca ficam lembranças não tão agradáveis assim. Apesar de alguns acontecimentos positivos, é inegável que as cenas do trágico incêndio ocorrido em fevereiro, na Cidade do Samba, pautarão as conversas todas as vezes que alguém lembrar deste ano. O acontecimento rendeu um carnaval incomum, quando três escolas não puderam ser julgadas, e um pré-carnaval 2012 conturbado, em que Renascer, Portela e União da Ilha precisam se adequar às instalações ainda incompletas de seus barracões enquanto produzem o desfile do ano que vai chegar.

Esse ano marcou também o 12º título da história da Beija-Flor, cada vez mais Deusa da Passarela, mais um desfile memorável de Paulo Barros, a força da Estação Primeira de Mangueira que mesmo pobre deu show na Sapucaí, o surgimento de uma safra de primeiro nível no Grupo Especial – para 2012 -, e a partida do 'gênio João'.  Algumas personalidades protagonistas do mundo do samba nesta temporada falaram sobre o ano que vai embora.


Laíla – diretor de carnaval da Beija-Flor


Podem falar o que for da personalidade dele, mas é consenso no carnaval que o principal responsável pela potência que a Beija-Flor é hoje chama-se Luiz Fernando do Carmo, o Laíla. Em 2011, ele apostou num novo estilo de carnaval: roupas mais leves que deram à Beija-Flor um rendimento ainda melhor nos quesitos de chão. A aposta deu certo e a agremiação de Nilópolis tornou-se a maior vencedora da Marquês de Sapucaí - conquistou sete de seus 12 títulos no Sambódromo -, ultrapassando a Imperatriz.


- É um ano de crescimento profissional. Conseguimos aquilo que pretendíamos sem contar com nenhum medalhão. Hoje, temos uma escola unida. Posso dizer que chego no final do ano muito feliz e com o sentimento do dever cumprido. Ganhamos um carnaval como escola de samba. Foram vários bons momentos e apenas um muito triste. A morte do João foi uma pancada forte e nós queríamos homenageá-lo em vida no desfile, mas infelizmente papai do céu o levou. Resolvemos fazer uma coisa linda no setor dele no nosso desfile de 2012 e tenho certeza que vamos fazer a Sapucaí se emocionar bastante.


Priscila Motta e Rodrigo Negri – coreógrafos da comissão de frente da Unidos da Tijuca


O assunto mais comentado do período pré-carnaval 2011 foi, sem sombra de dúvidas, o que a comissão de frente da Unidos da Tijuca traria para a Avenida. Depois do assombro que o grupo causou em 2010, quando a agremiação do Borel voltou a ser campeã depois de 74 anos, a proposta de 2011 causou mais uma vez frisson no público, que aplaudiu a comissão tijucana em todos os setores do Sambódromo.

   
- Foi um ano onde todos tinham uma expectativa enorme em cima de nós e conseguimos correspondê-la, isso foi ótimo. Criamos a nossa marca, a comissão de frente da Tijuca tem uma identidade. Este ano viajamos para Recife, Manaus e alguns outros lugares levando a comissão e a repercussão é algo que ainda nos impressiona. Só lamento o incêndio na Cidade do Samba. Por mais que a Tijuca não tenha sido afetada, temos amigos em outras escolas e sofremos junto com todos aqueles que viram seus trabalhos queimarem. O resultado do carnaval não nos chateou tanto quanto o incêndio. Encaramos o vice como um aprendizado – afirmou Rodrigo.
   
- Esse ano teve cara de alívio. Criaram muita expectativa em torno daquilo que levaríamos e fomos felizes mais uma vez. O público já nos aguarda e isso só dá mais motivação para levar coisas novas para a Sapucaí. Unimos ainda mais o nosso grupo de trabalho e acho que vamos ganhar ainda mais com isso. O incêndio foi o ponto fraco do ano. Fiquei muito triste, me senti penalizada – disse Priscila.

   
Mestre Aílton – diretor de bateria da Mangueira

O cenário parecia nada animador para ele. Há 40 dias do carnaval, Aílton assumia uma das baterias mais tradicionais do carnaval carioca. O dia do desfile chegou e a Surdo Um, comandada pelo estreante, foi a bateria que mais emocionou o Sambódromo. Seja pela brilhante paradona, que mostrou a ousadia e o conhecimento musical de quem começou a desfilar na ala com apenas 13 anos, ou pelo ritmo contagiante dos seus comandados, Aílton estreou com o pé direito num lugar que tem capacidade para se manter durante muito tempo. Nem mesmo a lamentável nota nove, dada pelo julgador Pinduca, é capaz de estragar o ano do diretor de bateria mangueirense.
   
- Foi um ano bem produtivo, apesar de muito corrido. Tive um ganho de responsabilidade muito grande ao assumir a bateria da Mangueira e agora temos o dever de, pelo menos, manter o nível, mas o desejo é melhorar. Acho que o trabalho que conseguimos fazer em pouco mais de um mês pode ser ainda melhor com mais tempo para o aprimoramento e o samba nos ajuda bastante. A minha família sempre participou da escola, sou criado na Mangueira e acho que está no sangue. Ao longo da minha vida fui me aprimorando e aprendendo ainda mais. A nota nove não estraga o ano, principalmente depois de ter lido a justificativa. Acho que o Pinduca estava muito desinformado sobre a bateria da Mangueira, o que é algo que lamento profundamente.

   
Igor Sorriso – intérprete da São Clemente

Quem viu e ouviu o desempenho de Igor Sorriso, pela primeira vez como intérprete oficial do Grupo Especial, este ano na São Clemente, pode ter testemunhado o surgimento de um dos monstros sagrados do carnaval do futuro. De temperamento calmo e sorriso fácil, o jovem cantor não esconde a timidez com os elogios, mas sabe que 2011 representou sua afirmação como intérprete no mundo samba.
   
- Este foi o ano mais produtivo da minha curta carreira. Me saí bem numa experiência nova, que era cantar no Grupo Especial e consegui firmar o meu nome. Não tive nada de improdutivo. Só tenho a agradecer o carinho de todos e a confiança da diretoria da São Clemente. Vou amadurecer ainda mais e levar isso comigo para o resto da vida.


Nilo Figueiredo – presidente da Portela


Não existe ninguém no mundo do samba que tenha conhecido os dois lados da moeda de maneira tão intensa quanto o dirigente portelense em 2011. Não bastasse o sofrimento com o incêndio no barracão da Azul e Branco, em fevereiro, o dirigente chegou a ser acusado de omitir o que a escola havia perdido no incidente. Houve também um momento interno conturbado na vida política da Portela em meados do ano, que quase culminou com a saída do dirigente. O tempo passou e o destino reservou um samba maravilhoso na trajetória portelense. A escolha acertada de Nilo durante a disputa e o novo astral do comandante trouxeram um novo ambiente à relação dele com os fanáticos torcedores da escola.


- Essas coisas acontecem na vida de qualquer um. Só posso dizer que o incêndio foi um infortúnio muito grande, um desastre na vida Portela, e esse belo samba veio para substituir essa tristeza. Ele tem feito os portelenses sentirem o orgulho mais aflorado e isso nos enche de determinação para trabalhar corretamente, fazer um grande carnaval, e rezar para que tudo dê certo no desfile. Não acho que esse tenha sido o meu melhor ano na presidência. Em outros anos ocorreram menos coisas desagradáveis. A minha impressão com o incêndio foi a de ver um filho ir embora. Tínhamos uma grande estrutura administrativa e somos determinados para montá-la de novo.


Luizinho Andanças – Intérprete da Mocidade


Desde que surgiu para o grande público, em 2003, cantando na Santa Cruz, Luizinho Andanças deixou boa impressão pela potência de sua voz e pela facilidade para interpretar obras de gosto duvidoso. Com o passar dos anos, o intérprete foi se aperfeiçoando ainda mais e, enfim, alcançou o microfone de uma das maiores escolas do carnaval carioca: a Mocidade Independente de Padre Miguel. Num ano quase perfeito para Andanças, apenas a perdoa de uma pessoa bem próxima deixa uma pontinha de tristeza.


- 2011 foi um ano de muitas realizações, coisas novas e a vinda para a Mocidade. Não posso me queixar de nada. Graças a Deus a recepção tem sido maravilhosa e pelos ensaios de comunidade já posso prever que o samba renderá muito bem na Avenida. Costumo dizer que se o desfile fosse hoje a Mocidade já estaria preparada. A única coisa triste para mim este ano foi o falecimento do meu pai, que foi embora no mês de setembro.


Olivier Luciano (Pelé) – Presidente da Cubango


Excêntrico e bem-humorado, o simpático Pelé preside a Verde e Branco de Niterói há uma década e viu sua escola no Carnaval 2011 fazer um desfile bem acima das demais postulantes ao título do Grupo de Acesso. Apesar do bom rendimento cubanguense, a escola não passou de um quarto lugar que acabou revoltando o dirigente. Depois de chiar, com muita razão, vale o registro, Pelé garante que 2011 deixou um aprendizado em sua vida.


- Eu aprendi que você fazer um grande carnaval não lhe garante o título. É frustrante. Esperei e fiz por onde conquistar um título que não veio. Em 2012, vamos fazer aquela festa bonita de novo, mas sem esperar o título. Fico feliz pela recuperação da minha comunidade, que aos poucos se regenera da tragédia no Bumba. Depois da tristeza, vimos eles sorrindo com o carnaval da Cubango.


Severo Luzardo – carnavalesco do Império da Tijuca


Quando se acha que todas as propostas plásticas do carnaval já se esgotaram, surge o artesão trabalho de Severo Luzardo no ótimo desfile do Império da Tijuca para nos impressionar. De fala mansa e personalidade avessa às badalações do mundo do samba, o gaúcho Severo Luzardo, ao lado do presidente Tê, colocaram o Império da Tijuca mais uma vez entre as principais postulantes a uma vaga no Grupo Especial. Pena que o mesmo julgamento que deu o quarto lugar à Cubango, castigou a escola do morro da Formiga com um inexplicável sétimo lugar.


- Esse carnaval foi a consagração da minha carreira. Ganhei um estandarte de ouro e a escola foi premiada 17 vezes pelo desfile. Foi uma espécie de certificado de qualidade do meu trabalho. Não penso tanto no resultado. Melhor é ter o reconhecimento de pessoas que entendam, são dignas de você ouvir o que elas estão falando, pois têm conhecimento de causa para analisar o seu trabalho. Sou um carnavalesco que busca a perfeição, estudo, testo várias coisas, isso cansa, mas quando vem o reconhecimento te dá mais força para prosseguir. Fora do carnaval também foi um ano ótimo: ganhei 12 prêmios como figurinista, entre eles um EMI Internacional com a novela Laços de Sangue, quando integrei a equipe de criação, melhor figurino com Cordel Encantado e o Jayme Monjardim me chamou para assinar os figurinos da minissérie 'O tempo e vento'. Só tenho a agradecer.

Análise dos sambas enredos 2012 por Cadu Zugliani

Por Cadu Zugliani, colunista do site SRZD

 

Indo a fundo nos sambas de 2012: uma análise mais detalhada

Uma análise mais detalhada dos sambas depois de escutar bastante a safra de 2012




BEIJA-FLOR

A escola de Nilópolis parece ter pasteurizado a forma de fazer sambas. As melodias e formas são muito parecidas ano a ano e isso não é uma crítica positiva e nem negativa. Eu, particularmente, gosto deste estilo de samba. Funciona muito bem para este povo que morre cantando pela escola. Acho até que o samba de 2012 é melhor que o de 2011 mas falta emoção. Falta aquele momento em que, como diz um grande amigo meu, a gente usa para recarregar as baterias no desfile. E isso, o samba do Roberto Carlos tinha, Maranhão não tem.

O destaque, para mim, é a cabeça do samba - "Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão..." - que é muito bonita em letra e melodia. O refrão do meio, tenho a impressão de já tê-lo ouvido 1000 vezes, mas funciona bem. Gosto também da parte final: "No rádio um reggae do bom...a arte do gênio João". Mas o que mais me incomoda é o refrão final, pobre de melodia e, principalmente, de letra, óbvia demais.

UNIDOS DA TIJUCA

Samba despretensioso, modesto, como era o Gonzagão. E é aí que ele cresce. Quanto mais o escuto, mais acho os termos nordestinos bem empregados, mais descubro passagens melódicas lindíssimas e percebo que este samba tem o mesmo estilo de melodia que o "Rei do Sertão" usava. Se foi proposital, não sei, mas é sensacional. A segunda parte então é um primor, a partir de "Simbora que a noite já vem"...até "Hoje tem coroação".

Grande expectativa para este desfile!

MANGUEIRA

Um samba de altos e baixos. Tem momentos bastante emocionantes, como a segunda parte até "...fez o meu sonho acontecer". Depois disso, se perde na melodia, deixando o final bem chato. O refrão tem o estilo dos sambas do Lequinho nestes anos de Mangueira.

Uma outra coisa que me incomoda e que, também, é característica da parceria é que, em alguns trechos, a letra não cabe na melodia "salve o novo Palácio do samba..." em outras acelera demais "...ver o bafo da onça desfilar". Mas é um samba que deve passar forte na avenida e, com certeza, ajudará muito na evolução da escola

VILA ISABEL

A Vila só cometeu um pecado: fazer um samba desses no mesmo ano em que a Portela decide lembrar dos seus melhores tempos com a obra prima sobre a Bahia. Voltando ao  samba da turma de Noel, a música é sensacional, consegue casar muito bem letra e melodia e tem momentos inesquecíveis como "...tambor africano ecoando em solo feiticeiro" e "temos o sangue de Angola correndo na veia...". Para completar, uma ousadia que EQUIVOCADAMENTE, dizem que é contracanto mas não passa de um simples pergunta-resposta. Chamo de ousado porque ainda não consegui visualizar como vai funcionar no desfile este trecho que vai de "Pelos terreiros" até "agradece com carinho". Dois refrões muito fortes e outro desfile que desperta muito a minha curiosidade. Grande samba, parabéns Vila!!

SALGUEIRO

Não há dúvida de que o Salgueiro tem se empenhado em fazer sambas melhores nos últimos anos. Nós vivemos, recentemente, depois do "Explode Coração", uma era muito chata quando todos os compositores pareciam querer achar a fórmula do sucesso do Ita, em 93. Ainda bem que isso parece que está mudando e o Sal nos brindou com ótimas  obras como Candances, em 2007, e o Rio no cinema, no ano passado. O samba deste ano não é ruim, é correto. Mas falta emoção, falta o algo mais, aquilo que torna uma obra inesquecível. Na verdade, é mais um samba numa boa safra. Ele peca por não emocionar quem está escutando a música. Passa batido sem chamar a atenção mas, assim como o samba da Mangueira, pode ajudar a escola a fazer um bom desfile.

IMPERATRIZ

Outro samba de uma qualidade excelente. Na minha opinião, falta um pouco de empolgação nele, mas é belíssimo. Já começa muito bem, a cabeça é sensacional: "Ave Bahia sagrada, abençoada por Oxalá" é um achado. E segue com várias partes muito bonitas, como "menino amado...destino bordado de inspiração."

O refrão do meio é bem escrito, tem boa melodia, mas é um pouco longo para um refrão. Talvez isso atrapalhe na empolgação da escola em geral. A segunda parte segue um espetáculo. A melodia dá uma guinada e fica ainda mais bonita. No final, um presente: a parte do Kaô Kabesilê é primorosa, belíssimo encerramento para um samba muito bonito. Parabéns aos compositores!

MOCIDADE

Não é apenas mais um samba. A Estrela Guia também veio para "cavar" seu espaço no topo do carnaval 2012. Um samba que fica na memória, de fácil interpretação e com passagens melódicas muito bonitas. Começa com um refrão que une beleza e força: "É por ti que a Mocidade canta..."

A primeira parte é morna mas muito agradável. E melhora muito no trecho "solto no céu feito pipa a voar...", desaguando num refrão do meio tão bom quanto o principal. Aí começa de vez o "passeio" deste samba. A segunda parte é brilhante, não consigo destacar sequer um trecho para ilustrar.  A Mocidade está fazendo o dever de casa, remontando sua bateria, com um excelente carnavalesco, contratou um bom cantor e vem com um belíssimo samba.

PORTO DA PEDRA

O samba do Tigre, se tivesse sido feito no ano passado, passaria como um samba normal. Mas este ano, com tantos sambas bons e alguns excelentes, a obra destoa. Ele tem momentos bonitos, como o final da segunda "Brilhou à luz da civilização...", mas não emociona. Nenhum dos refrões empolga e, para mim, a bagunça métrica do refrão principal atrapalha demais. Uma pena. Gostava demais da Maria Clara Machado do ano passado mas, este ano, ficou devendo.

SÃO CLEMENTE

Mea culpa, comecei irado quando ouvi o BUBUBU e o BOBOBO. Aquilo me tirou do sério e me deixou "surdo", sem entender que este samba consegue reunir sensações antagônicas de rara felicidade, que começa com o enredo que é de muito fácil entendimento. O samba sabe ser leve e forte ao mesmo tempo, consegue empolgar e nos fazer prestar atenção em momentos deliciosos da melodia, como no trecho "o violino anuncia...", que, para mim, é um dos melhores momentos de todo o CD. Tem uma repetição de melodia no final da primeira parte que fica um pouco chata mas que não compromete. Gosto do refrão do meio. Chegaram a dizer que lembra o "endiablado" do Porto da Pedra. Não concordo. Mas alguns trechos da letra são pobres, além do já citado refrão principal. A segunda parte começa com "de tudo aconteceu"(dava pra melhorar!!!!) mas, no geral, é uma bela aventura musical que tem tudo para divertir e empolgar quem estiver assistindo o desfile da simpática escola da zona sul.       

GRANDE RIO

Fui muito mal interpretado aqui quando falei no samba da Grande Rio. Em nenhum momento eu disse que o samba era feio. A minha opinião sobre este samba não mudou: ele não empolga, não emociona. Tem um enredo que poderia trazer várias emoções à tona, principalmente depois das dificuldades enfrentadas pela escola no ano passado. Mas o samba não traz este sentimento. Parece que estamos lendo um manual de auto ajuda. O que me incomoda é que ele não fugiu do óbvio, não encontrou soluções ricas de letra e melodia para ser um samba inesquecível. Ao contrário, virou um samba de clichês e obviedades. Mais uma vez vou dizer, NÃO É UM SAMBA RUIM, é só mais um na multidão e sem destaque.

PORTELA

10 nota 10, salve a Portela, salve a Majestade do Samba! E que bom te ver de volta depois de anos de sumiço. Que samba é este que a minha filha com 6 anos entra no carro e quer escutar antes de todos os outros. A gente "viaja na canção", sobe junto o Pelô, sente a força da batida do Olodum, mareja na procissão dos navegantes e tem a certeza de que veremos história, mais uma vez, passando na Sapucaí. O portelense deve estar orgulhoso e merece este orgulho depois de alguns anos de sufoco. Parabéns nação azul e branca. A Bahia me chamou!

UNIÃO DA ILHA

A ilha é assim, ela não quer ter o melhor samba, ela não quer ter o samba inesquecível... Ela quer pisar na avenida, contagiar o público e fazer mais um desfile com cara de Ilha e isto ela vai conseguir. Não por menos, os vencedores deste ano são compositores acostumados com a escola e com o ambiente, sabem como funciona a escola e fazem o barco "atravessar o mar" mais uma vez. Cheguei a criticar a junção, passei mal com o molho inglês na feijoada, mas tenho certeza que todo o público da Sapucaí vai se divertir. É um bom samba? Não, mas também não é ruim. Da parceria do Marquinhus do Banjo é o pior dos últimos anos, mas é um samba com cara de ilha e de empolgação. Vem quente!!

RENASCER

Na minha opinião, a escola de Jacarepaguá cometeu dois erros graves: escolheu mal o enredo e pecou ao não trazer um samba empolgante para narrar a desconhecida história de Romero Brito. O samba é bonito, tem boas passagens, mas nasce morto. Usei outro dia um exemplo. O Tuiuti, quando subiu para o especial de 2001, trouxe um samba com uma boa história e uma melodia ousada, diferente e guerreira. Não desfilou bem, é verdade, mais por culpa de sua harmonia do que do samba que se tornou inesquecível para os amantes do carnaval. A impressão que me passa é que este samba da Renascer vai tocar, vai passar e vai ser esquecido em meio a tantos outros do carnaval. Sei que a escola é alegre e pode reverter na avenida com muita raça, mas a expectativa não é animadora.

Novas Regras para Julgamento de Notas em 2012

LIESA


Algumas regras no julgamento do Carnaval de 2012 foram alteradas. Segundo a Liesa, Liga Independente das Escolas de Samba, cada quesito contará com a análise de 4 jurados e não 5, como era anteriormente, e somente as menores notas serão descartadas, prevalecendo as 3 maiores.  

As notas que variavam de 8,0 a 10,0 com decimais passarão a ser de 9,00 a 10,0, e em perído experiamental, cada 1 dos 40 julgadores poderão dar 0,1 de bonificação por quesito para 1 agremiação. Estes bônus serão divulgados junto com as justificativas das notas.

E mais uma vez a LIESA tentando secar gelo, achando que atitudes como esta vão trazer transparência para o resultado do carnaval, na verdade a transparência virá quando os jurados escolhidos forem gente do samba, e não aceitem mais presentinhos de patronos de escolas de samba e nem aceitem as pressões da mídia global, aí vamos começar a caminhar no caminho da tão sonhada transparência,  do respeito ao trabalho das escolas e do esforço do alegre folião para fazer de sua agremiação a campeã do carnaval carioca. 


Raymondh Júnior

Joãosinho Trinta na Beija Flor 2012

foto: reprodução de TV
Beija Flor 1989




Beija-Flor leva 'Cristo mendigo' para Sapucaí em homenagem a Joãosinho



A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, que prepara para 2012 o enredo "São Luís - O Poema Encantado do Maranhão", fará uma homenagem a Joãosinho Trinta no seu desfile do próximo Carnaval. Segundo a coluna do jornalista Ancelmo Gois, a azul e branca levará para fechar sua passagem na Marquês de Sapucaí um carro do "Cristo Mendigo", alegoria que em 1989 foi desenvolvida pelo ex-carnavalesco para o enredo "Ratos e Urubus, larguem minha fantasia" que deu o vice-campeonato à agremiação de Nilópolis. Na época, Joãosinho entrou em conflito com a Igreja Católica e teve sua criação censurada. Desta forma, o carro que trazia Jesus Cristo "vestido" como mendigo entrou coberto na avenida.

Joãosinho Trinta chegou na Beija-Flor no ano de 1976 e conquistou 5 títulos pela escola. Ele faleceu no último dia 17 de dezembro, em São Luís, capital do Maranhão, sua cidade natal.

Certamente a homenagem da Beija ao eterno Trinta levantará o público, justa e sensata, recordará um dos grandes momentos da história do carnaval carioca. Parabéns à azul e branca de Nilópolis  por reservar um confortável espaço ao gênio que remodelou a escola e a fez grande! 




Raymondh Júnior

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E a arte do gênio João...

Por Cláudio Russo, colunista do site SRZD
 
A Presidente Dilma Rousseff, mandou divulgar duas notas em razão de grandes perdas para nosso país: O Carnaval do Brasil fica mais triste sem a alegria e o talento de Joãosinho Trinta... É  uma perda enorme para vida cultural brasileira... em relação ao consagrado ator Sérgio Brito. Perdas no campo da cultura que deixam grandes lacunas, nos restando a esperança de acreditar que seus legados sejam preservados e que o talento dos jovens encontre amparo em obras tão marcantes para construção do futuro da cultura no Brasil.

Tive a honra de conhecer Joãosinho Trinta no ano de 2001, estava eu compondo para um dos melhores enredos que já havia lido. Gentileza, O Profeta do Fogo, na Acadêmicos do Grande Rio, me deu o privilégio de estar próximo ao gênio criador de João, uma sinopse de abordagem direta que facilitou muito meu trabalho. Posteriormente, na fase de pesquisa de minha monografia, percebi ser este artista do carnaval, alguém a frente do seu tempo, a verdadeira essência da criatividade e da inspiração construídas pela revolução salgueirense, se fosse falar dos grandes valores  que a Academia do Samba nos deu estas letras nada seriam.

Em 2007 na Beija Flor ganhei uma camisa com a ilustração dos anos dos campeonatos Nilopolitanos e mais uma vez constatei a grandeza do Maranhense que aqui chegou para se dedicar a dança e fez uma cidade inteira dançar em virtude de sua magia, seus carnavais, seus campeonatos. Pentacampeão, feito inédito, fato marcante.
Foto: Divulgação
Joãosinho Trinta


João deu vida as alegorias, reinventou as fantasias e buscou novos temas para nossa festa, o amigo Neguinho da Beija Flor  afirmou com propriedade: conheço dois carnavais: o antes e o depois de João...  Este ano com o poema encantado do Maranhão o carnavalesco Joãosinho volta a sua grande campeã.

Vai menino, vai descansar com o Rei de França em sua corte, Vai descubra de vez o segredo de Salomão e se por acaso deu Leão foi mais um truque do seu reinado, eu sei o quanto você chorou com as lágrimas de Vovó e na criação do mundo... a tradição Nagô ficou mais perto de nós. Vai que o sol da meia noite raiou na grande constelação e se das trevas fez-se a luz o seu destino é brilhar, estrela...

Por ora me acerco da obra A Peça que falta... do pensador mineiro Geraldo Eustáquio pra tentar traduzir o porquê de tanto amor a arte:

Amor é a peça que falta

no quebra-cabeça da vida

a que resolve todos enigmas,

revela todos os mistérios,

remove todos as contradições...

(...)A peça que dá sentidos a todas as demais...

João se acaso puder me ouvir, nesta sua nova caminhada em busca da luz, eu lhe peço obrigado: por todos os dias de carnaval e por toda forma de alegria, Ratos e Urubus larguem minha fantasia...

O Discurso de Laíla na Beija Flor de Nilópolis

Laíla


No último ensaio de 2011 na quadra da Beija Flor de Nilópolis, seu diretor de harmonia e carnaval o manda chuva Laíla, fez um discurso um pouco quanto estranho na minha humilde opinião, bom vamos lá.

Laíla quis de alguma maneira defender seu patrono, o que poderia de certa forma estar correto, se não fosse a justiça dizer o contrário, porque de fato há muito tempo que essas denúncias acontecem e muita gente dentro da Beija tenta fazer seu torcedor, que não tem nada haver com isso, tomar partido de um lado duvidoso, Laíla mais uma vez cumpriu com esse papel, que não deveria ser do sambista.

Passado este momento vergonhoso para a azul e branca de Nilópolis, Laíla começou uma justa homenagem ao eterno mestre Joãosinho Trinta que há pouco nos deixou,  porém deixando ao carnaval um marco da mudança, do talento e da inovação, criticado por muitos, o que mais me espantou  nesse discurso foi que Laíla teve diversas oportunidades de prestar algum tipo de homenagem e agradecimento, mas sempre se negou a isso, basta lembrarmos as últimas declarações de Joãosinho a respeito de Laíla (nada boas, nada agradáveis), mas fico feliz que mesmo depois de morto nosso grande Joãosinho Trinta seja homenageado por quem tantas vezes o quiz mal. 

Laíla disse ainda que não tem medo de nenhuma escola de samba, e que a Beija Flor vai fazer um grande desfile como sempre, comendo asfalto e levantando a Sapucaí, pediu orações e incentivou um clima de amizade e união dentro da agremiação, com belas palavras quiz mostrar que a Beija Flor de Nilópolis é uma grande família e segue unida custe o que custar, e que sua nova comissão de carnaval não tem baluarte (deve ter sido uma referência ao talentosíssimo Alexandre Louzada que deixou a escola este ano). 


Raymondh Júnior

O Samba Enredo da Portela 2012

Portela


A escola de Oswaldo Cruz e Madureira, querida e guerreira do carnaval carioca, sempre esperada por todos conseguiu de fato superar as expectativas no que tange ao seu samba enredo.

O enredo escolhido pela Portela já é de bom tom, e tem de fato a cara da escola, que vai contar as belas festas da Bahia, com um toque de Clara, a eterna portelense, isso é de fazer o coração do torcedor explodir de emoção e ter vontade de ver sua escola campeã. Desfilando no domingo de carnaval, sendo a segunda escola a entrar na Sapucaí não se esperava muito do seu samba enredo, mas ela mais uma vez surpreendeu e vem nos brindar com uma de suas mais belas obras, porque de fato o samba de Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e Naldo, na voz impecável de Gilsinho é uma obra prima como há muito tempo não se ouvia por aquelas bandas.

A Portela fez seu dever de casa com esse belo samba enredo, mesmo não tendo um carnavalesco de "ponta" pode surpreender, ao menos pela emoção, e ousadia, será belo demais assistir uma comunidade cantando este belo hino. Agora é só aguardar...


Raymondh Júnior

Suzana Vieira Visita o Barracão da Grande Rio

Suzana Vieira
 
Destaque certo em todos os desfiles da Grande Rio, há 13 anos, a atriz Susana Vieira visitou o barracão da agremiação na terça (27), na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio.

Na ocasião, a atriz escolheu a fantasia que vestirá no desfile do ano que vem, no qual a Grande Rio levará para a avenida o tema Eu Acredito Em Você. E Você?, que fala sobre superação através da fé, e aproveitou para ver detalhes de sua escola de coração.
Cahê Rodrigues, carnavalesco da Escola, mostrou quatro modelos de fantasia para a atriz, que escolheu de primeira o mesmo modelo que era o preferido de Cahê, sem saber: Susana será um Anjo de Luz.
"Ela virá abençoando a Escola”, disse Cahê.


Suzana Vieira e Cahê Rodriguês

De acordo com a assessoria da atriz, sua fantasia será de cristais, que valorizará o colo e as pernas de Susana,  feita em Nova York por Michele X.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

BEIJA FLOR E O MARANHÃO

Roseana Sarney e a Beija Flor


Beija Flor 2012
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, visitou na tarde desta sexta-feira, o barracão da Beija-Flor, na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio. Roseana conheceu o local onde estão sendo confeccionadas as alegorias e parte das fantasias do desfile da escola para o próximo Carnaval, que será em homenagem aos 400 anos de fundação de São Luís do Maranhão.

No encontro com o presidente Nelsinho David, com o diretor de carnaval Laíla, com os carnavalescos Fran Sérgio, Ubiratan Silva, Victor Santos e André Cezari e com funcionários da escola, Roseana comentou que a população maranhense está orgulhosa em ter a capital do estado como tema do desfile da azul e branco.

- A ligação do povo maranhense com a Beija-Flor não é de agora. Começou há muitos anos, quando Joãosinho Trinta veio para a escola. A decisão da Beija-Flor de fazer um desfile sobre São Luís, além de contribuir para incrementar o turismo no estado, eleva a autoestima dos maranhenses.
 

A governadora lembrou que a primeira vez que assistiu ao vivo a um desfile de escola de samba carioca foi em 1974, quando o Salgueiro apresentou o enredo “O Rei de França na Ilha da Assombração”. Mas o momento mais marcante que Roseana contou ter assistido na Avenida foi o desfile da Beija-Flor de 1989 (“Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”).

- Foi um espetáculo muito bonito, me emocionei muito, pena que a escola ficou em segundo lugar – recordou a governadora que não confirmou presença no desfile em homenagem ao quarto centenário de São Luís.

- Desfilar, acho difícil. Não gosto de carro alegórico e tenho um problema no joelho que me atrapalharia. Vou tentar vir ao Rio para assistir.

Além de visitar o barracão, Roseana Sarney esteve no estúdio da Cia dos Técnicos, em Copacabana, Zona Sul da cidade, onde ouviu, pela primeira vez, o samba gravado por Neguinho da Beija-Flor para o CD oficial dos sambas-enredos do próximo Carnaval.

O título do enredo da Beija-Flor é “São Luís – O Poema Encantado do Maranhão”.

A CAPA E O TÍTULO - parte I

Por Jorge Mendes, colunista do site Carnavalesco


Quem nunca julgou um livro pela capa ou um filme pelo título? Às vezes por ambos, capa e título? Todos nós, não é mesmo? Comecei o assunto com essas perguntas para abordar o enredo de escola de samba, ou como nós o (pré) avaliamos. A todo momento, ouço pessoas, envolvidas ou não com carnaval, dizendo: "A tua escola vai falar sobre isso? Isso é enredo que preste?". Na realidade, quando dizemos ou pensamos isso, estamos analisando o enredo de modo muito superficial, ou seja, pelo título simplesmente, pela sua potencialidade plástico-visual, ou, quando muito, pelo seu argumento.

Repare, caro internauta, que venho colocando os verbos na 1ª pessoa do plural, ou seja, me incluo também como ex-praticante desse comportamento. Erroneamente achava, por exemplo, que um enredo sobre papel jamais poderia ganhar a mesma nota que um enredo sobre Carlos Drummond de Andrade; que papel já ia entrar no desfile perdendo "feio" para nosso poeta. Ora, se o enredo é a retratação do que foi escrito para a avenida, através de suas fantasias e alegorias, estava eu cometendo um pré-julgamento, totalmente subjetivo, e, o que é pior, injusto a tal ponto que acabava tornando-se um conceito previamente avaliado; em outras palavras, um "pré-conceito".

Para melhor ilustrar, lembro claramente do momento em que soube que o enredo da Estácio de Sá para o carnaval de 1988 seria O Boi dá Bode. "Que enredo é esse?" - pensei. "Com certeza a escola desce!" O mesmo ocorreu quando da divulgação do enredo da Mocidade I. de Padre Miguel para 87: Tupinicópolis. "Já posso imaginar uma enxurrada de índios numa mesmisse só". Perceba, caro internauta, que, em ambos os casos, cometi os mesmos erros de avaliação comentados acima: não avaliei argumento, sua potência criativa, cultura, plástica. O que deu bode foi minha avaliação, pois Rosa Magalhães deu um banho de originalidade e bom gosto naquele ano; enquanto o tal enredo de índios virou ícone como um dos melhores enredos passados na Sapucaí, nas mãos de Fernando Pinto.
Outra afirmação espalhada aos borbotões: " O enredo é afro? Descobrimento? Estado brasileiro? Carnaval? Isso já passou na avenida!..." E daí? Nossos artistas populares (carnavalescos) já provaram que, com uma pitada de criatividade e bom gosto, podem montar verdadeiros espetáculos e inéditos aos nossos olhos, através de diferentes "leituras".

Sugestão: por que, ao invés de conferir e penalizar se a ala 17 veio ou não à frente da 18, o jurado de enredo deixe de apenas OBSERVAR e passe a VALORIZAR itens do enredo como clareza e criatividade.

Comentando o assunto com o amigo Vicente do Babado, passamos a pescar pérolas de criatividade. Além dos dois exemplos acima, "pescamos" flashes de momentos de extrema criatividade dos desfiles:

1990 => ala das borboletas - Estácio de Sá
1991 => carro da bijuteria - Salgueiro  => carro da Enchente - Mocidade
1992 => ala e carro da madeira - Caprichosos
1993 => carro do barro - Vila Isabel  => carro do menino no video-game - Mocidade => carro da Oxum - Viradouro
1994 => carro do acampamento Apache - U Tijuca
1999 => ala da caspa - U do Cabuçu => carro do Tatu - U Tijuca
2000 => enredo sobre o vento => União de Jacarepaguá
2002 => ala da assombração => Mangueira = > ala da Idade Média B Flor
2003 => comissão de frente  e carro dos espantalhos - Paraíso do Tuiuti => abre-alas da Viradouro (teatro)
2004 => carro DNA, cérebros da bateria e ala da múmia - U Tijuca
2005 => carro dos vampiros - U Tijuca => ala estrela de aluguel - Lins Imperial => capela Sistina - Mocidade
2006 => carro do cemitério e ala da lavagem do dinheiro - Rocinha
2008 => carro da vida  - Portela
2008 => ala dos bispos vermelhos - Grande Rio
 
Caro internauta, complete nossa lista, dando seus palpites de criatividade...

O VERDADEIRO INCÊNDIO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO

Por Luis Carlos Magalhães, colunista do site Carnavalesco



E nós que pensávamos que aquele incêndio havia sido devastador.

Entre mortos e feridos salvaram-se todos. A Grande Rio saiu fortalecida, engrandecida até, e a Ilha tirou de letra se agora olharmos com um ano de distanciamento. E a Portela... bem, a Portela ficou mesmo chamuscada, todos lembramos.

E agora este outro, o verdadeiro incêndio.

Aquele outro queimou fantasias, madeiras, arames e isopores. Nada mais que isto.

O novo incêndio, esse que está aí queimando, é o que não queima materiais... logo recompostos, recomprados, reconstruídos. O mais cruel incêndio é o que queima emoções, ilusões, projetos, sonhos e memórias.

Queima nossas tradições, nossas crenças, nossa história.

A justiça federal confirma a reintegração na posse de áreas da União até então ocupadas pelos barracões das escolas do acesso. E aí haverá carnaval do acesso? Haverá um carnaval prejudicado pelo atraso das alegorias? Será que estão só esticando a corda para afinal aparecer um “salvador”? Será que já está sendo pensado um local da cidade para “despejar” os chassis inconcluídos? Será que vai haver uma exposição do descaso, da desconsideração e do desprezo à cultura popular?

Para o carnaval carioca, uma tragédia às vésperas de fevereiro. Uma tragédia anunciada e mais que prevista. O que não sabemos é se é de fato uma tragédia “mesmo” já que esta definição dependerá sempre de uma pergunta que a toda hora deve ser feita: de que carnaval estamos falando?

E, mais, a pergunta mais incisiva ainda é a que busca saber: que acontecerá se os desfiles do acesso não acontecerem? E, pior, e mais grave e incisiva ainda: que acontecerá se o carnaval do acesso nunca mais acontecer?

Quem sentirá falta? Será que há alguma entidade pública se importando com aqueles desfiles por elas vistos como “desinteressantes”, “longínquos” e “pobres” da Intendente Magalhães, ou até mesmo daqueles outros “melhorzinhos” de sábado e de terça? Todos tão desglamourizados...

E olha que não sou daqueles mais entusiasmados com os rumos e com os últimos acontecimentos do acesso principal. Mas não sou mesmo! Sou entusiasmado com as escolas, não com os rumos que lhes estão sendo dados.

Hoje vejo com muito maior racionalidade e, portanto, menos angústia a partir do momento que consegui finalmente enxergar a lógica do “maior espetáculo da terra”.

Como já exaustivamente expus aqui, a equação do carnaval dos desfiles repousa sobre um fantasticamente eficiente e inabalável tripé.

Para mim, toda a razão de tanta desconsideração citada está no fato de o carnaval dos desfiles serem pilotado com exagerada supremacia pelos interesses da RIOTUR.

E não pensem que vai aqui nenhuma crítica quanto ao papel institucional da empresa e muito menos quanto a quem a dirige.

Seu papel, como é sabido, é fomentar o turismo na cidade e, assim, incrementar os fluxos financeiros e a economia dos serviços e do comércio cariocas. E nesta tarefa tanto a empresa quanto seus dirigentes estão se saindo muito bem.

“O carnaval tá bom assim”, pra eles.

No segundo pé do tripé vamos encontrar a LIESA. E qual tem sido sua missão?

Um carnaval tal como era, com atrasos, com alegorias caídas, com a polícia espancando populares, só fazia afastar turistas e depor contra a imagem da cidade e de sua população, certo?

Eis o papel do pé-LIESA do tripé. Normatizar a festa, estruturá-la, organizá-la, fazê-la acontecer de forma a mostrar ao resto do país e à parte do mundo a mais bela, mais original e maior festa da nossa gente. Mostrar que somos capazes de receber a todos competitivamente com as maiores atrações do planeta.

E nisto aí a LIESA tem dado show de bola, sabemos, se superando a cada ano. Para ela, o “carnaval tá bom assim!”.

Mas e aí? De que vale termos a festa que temos, o nível de organização que temos, se ninguém sabe disso?

Este o papel do terceiro pé do inabalável tripé de que estamos falando. Cabe à rede de televisão levar e dar conhecimento a todo o país e um bom pedaço da Terra toda a beleza e a hospitalidade de nossa festa.

Faz isto à sua maneira, é certo. Segundo seus interesses e sua estratégia comercial e artística - empresa que é - mas cumpre com êxito a missão que dela é esperada atraindo hoje o turista que virá amanhã partindo das cidades brasileiras e de portos do mundo inteiro. Há quem diga algo em torno de 50 milhões de telespectadores aqui e 500 milhões no mundo. Quem poderá desprezar tais números, mesmo que exagerados

E é assim que, para ela, “o carnaval tá bom assim”.

Toda essa repetição aí em cima para abordar e trazer a questão do “incêndio de verdade”.

E, para começar, voltemos àquela tal pergunta desta vez mais diretamente, mirando no alvo:

À RioTur, à LIESA, à Rede Globo importa o que acontecer aos desfiles dos grupos de acesso? Ou o carnaval “tá bom assim para eles”?

Vivemos em uma sociedade de massas, de consumo, e à cada geringonça nova, mais globalizada. E é assim que tudo há tem que ser formatado, produzido e vendido. Tal como nosso carnaval.

Mesmo reconhecendo tais imperativos e a extrema competitividade da atração de turistas, não podemos deixar de apontar para necessidade de se encontrar caminhos para a “beirada” cultural de nossa festa exigindo a toda hora a atenção e atitude de outros órgãos desvinculados da ótica turística e voltados para a alma da festa. Tá Claro?

Não estou certo se é o Estado ou a própria Prefeitura que se omite. E até mesmo se são os dois entes. A eles, separadamente ou em conjunto, deveria caber a responsabilidade da dimensão cultural dos desfiles, sobretudo a preservação daqueles menos glamourizados, excluídos da dimensão comercial e turística vigente, ainda que geradores de uma economia setorizada nada desprezível.

Um desfile da Intendente, com suas 41 escolas, por três noites absolutamente pacíficas, com invejável marca comunitária, apresenta atrativos diametralmente opostos aos da Sapucaí representando invejável diversidade cultural.

Eu evento é este capaz de atrair 30 mil pessoas diariamente, mais de cem mil carnavalescos cidadãos nos três dias e sábado seguinte. Famílias inteiras com algum, pouco ou nenhum dinheiro no bolso.

Quanto tempo demoraria para se “construir” um evento com tais números? Entre sambistas, assistentes, público em geral, podemos contar pra lá de 30 a 35 mil foliões da passarela do povo.

Ao Estado, ao Município, NÃO através de seus mecanismos turísticos e de fomento, mas de mecanismos culturais cabe o exame, o debate, o conhecimento de quanto representa para a cidade, para sua memória, para sua originalidade, para a defesa de suas tradições e, ainda, para o fortalecimento daquela outra festa – que é nossa – da Sapucaí, a vitalidade dos desfiles populares das periferias da cidade.

Compreender, valorizar e fortalecer a manutenção e o fortalecimento daqueles carnavais “desglamourizados” tão valorizados alegremente pelas populações locais.

Será que não há ninguém nos quadros desses governos capaz de propor algo, de apresentar alguma alternativa.

Quem sabe ali mesmo no bairro do Caju, tão próximo de tudo, tão degradado, será que a presença ali da vida do carnaval da cidade não amenizaria a marca pesada da morte representada por inúmeros cemitérios? A distância... a avenida Brasil...quem saberá se esta é a melhor saída?

Será que nenhum técnico será capaz de engendrar alguma engenharia financeira, eles tão competentes e despachados em outras ocasiões? Será que o BNDES se disporia a participar de alguma alternativa, com garantia de retorno, claro?

Não, não será a RIOTUR, nem a LIESA e nem a Rede Globo a buscar tais caminhos. Como vimos, o carnaval deles – que é o nosso também – é outro e, como vimos, “está bom assim!”.

Está bom e estará assim até que um dia – será que um dia chegaremos à situação de ter só o desfile principal? – o sambista, tal como o samba-enredo hoje, perderá o protagonismo da festa.

Até que um dia as alegorias fiquem ainda mais atraentes, maiores, mais belas, mais coloridas e iluminadas e mais numerosas. Até que ninguém mais, de casa ou da passarela, turistas ou não, consiga sequer enxergar o chão da pista e , em meio a tanta coreografia, enxergará muito menos os pés dos passistas e os requebros das nossas sambistas.

Um dia em que não se ouvirá mais a voz do canto de ninguém e o desfile deixará de ser uma festa de canto e dança. Será que um dia o imperativo turístico maximizará resultados a partir de um “play back” com o samba enredo pré-gravado? E outro simulando o canto dos componentes?

Mesmo com todo o exagero acima, nos resta delirar e imaginar o povo carioca outra vez reinventar outra festa, que tenha sua cara, cantando, dançando e contando sua história, seus dramas e suas comédias... sua inquebrantável alegria de viver.

ALAS COMERCIAIS DO SALGUEIRO, CONFIRA!

Salgueiro


O Salgueiro divulgou as fotos das fantasias das alas comerciais para o Carnaval 2012, quando vai entrar na Sapucaí com o enredo "Cordel Branco e Encarnado", de autoria dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. A vermelha e branca será a terceira escola a desfilar no dia 20 de fevereiro.

Os interessados em sair na escola no próximo Carnaval devem entrar em contato com os responsáveis das alas para obter mais informações. Vale destacar que o processo de aquisição da fantasia é feito com o presidente de cada ala, sem que haja interferência da diretoria da escola.


Confira as fantasias:

Foto: Montagem
Ala Narcisa - Boi Mandingueiro
Ala Raça Salgueirense - Cavaleiros do Imperador
Ala Com Jeito Vai - Criador da Geringonça
Ala Furacão - Dona Morte


Foto: Montagem
Ala dos Estudantes - Luar Sobre Atenas
Ala do Lalá - Onça Caetana
Ala Pura Simpatia - Padim Ciço
Ala Fina Estampa - Relicário


Foto: Montagem
Ala Zuk - Repentista
Ala Show de Bola - Romeiros
Ala Inflasal - Zabumbeiros
Ala Tati - Cordel Branco e Encarnado

CONFIRA A CAPA DO CD DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO 2012

As baterias das escolas de samba do Grupo Especial, acompanhadas pelo coro dos integrantes, conluíram a gravação dos sambas oficiais para o Carnaval 2012 no último sábado, dia 22 de outubro.
O CD com as obras está sendo preparado e deve chegar às lojas na segunda quinzena de novembro, conforme a previsão do diretor artístico do disco, Zacarias Siqueira de Oliveira.

Confira a capa e a contracapa do CD do Carnaval 2012:


Foto: Divulgação
Cd Escolas de Sambas 2012


Foto: Divulgação

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

50 ANOS DE SÃO CLEMENTE


São Clemente 2012


Meio século de samba é o tempo que a São Clemente comemorou na última terça-feira. A escola da Zona Sul festejou 50 anos de história com festa. A família Almeida Gomes, que preside a agremiação desde que foi fundada, recebeu convidados do Carnaval e delegou a Milton Cunha a célebre tarefa de apresentar o evento.

A Orquestra Tabajara embalou a noite, que teve como homenageada Marina Gomes, matriarca da família e viúva de Ivo Rocha Gomes, fundador principal da agremiação. O intérprete Igor Sorriso celebrou a horaria de Marina acompanhado dos aplausos dos convidados. Ela recebeu uma medalha comemorativa do cinquentenário da escola.

Foto: Lorena Linhares/Divulgação

Baluartes e personalidades da história da agremiação e do time de futebol de praia também foram lembrados. Entre os convidados ilustres, marcaram presença no evento o empresário Luiz Calainho e a equipe da Aventura Entretenimento, Jairo Valério, presidente da Unidos de Villa Rica, Elmo José dos Santos, diretor de carnaval da Liesa, Gustavo Houstoff, diretor de operações da RioTur, Julinho e Rute Alves, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Vila Isabel, que dançaram junto com os casais clementianos em honra à escola.


Conheça um pouco da história da São Clemente

Fundada em 1961 no bairro de Botafogo, a escola surgiu a partir de um time de futebol de praia idealizada por Ivo da Rocha Gomes. Atualmente a agremiação é dirigida por seus filhos Renato Almeida Gomes, presidente, Roberto Almeida Gomes, vice-presidente administrativo, Ricardo Almeida Gomes, vice-presidente de Carnaval e Regina Almeida, diretora de bateria (chocalhos).

Ao longo de sua história, a agremiação da Zona Sul conta com cinco títulos: 1964 e 1966 no Grupo 1, 2003, 2007 e 2010 no Acesso A. Para o Carnaval 2012, a agremiação desfilará na segunda de Carnaval com o enredo "Uma aventura musical na Sapucaí", desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Ricardo.

CALENDÁRIO ENSAIOS TÉCNICOS SAPUCAÍ 2012

O calendário dos ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí foi divulgado. Assim como nos anos anteriores, as agremiações do Grupo Especial poderão realizar até dois ensaios. No caso das escolas do Acesso, será apenas uma passagem pela Sapucaí antes do desfile de 2012.
Confira as datas:

JANEIRO

Dia 08
22h - Beija-Flor

Dia 13
20h - Império Serrano
22h - União da Ilha

Dia 14
19h - Paraíso do Tuiuti
20h - Acadêmicos da Rocinha
22h - Portela

Dia 15
19h - Renascer de Jacarepaguá
20h - Mocidade
22h - Unidos da Tijuca

Dia 21
20h - Inocentes de Belford Roxo
22h - Porto da Pedra

Dia 22
19h - Acadêmicos de Santa Cruz
20h - Grande Rio
22h - Vila Isabel

Dia 27
20h - Acadêmicos do Cubango
22h - Império da Tijuca

Dia 28
20h - Estácio de Sá
22h - Imperatriz Leopoldinense

Dia 29
19h - Unidos do Viradouro
20h - União da Ilha
22h - Salgueiro

FEVEREIRO

Dia 03
20h - Vila Isabel

Dia 04
19h - Renascer de Jacarepaguá
20h - São Clemente
22h - Porto da Pedra

Dia 05
20h - Mangueira
22h - Unidos da Tijuca

Dia 10
20h - Mocidade
22h - Salgueiro

Dia 11
20h - Portela
22h - Imperatriz Leopoldinense

Dia 12
22h - Beija-Flor
(Teste de som e luz)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MAX LOPES E O CULTURAL ENREDO DA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE

Fã confesso da cultura nordestina, Max Lopes assistia com entusiasmo a novela Cordel Encantado, da Rede Globo, no momento em que falava com a imprensa. Em mais uma passagem artística pela respectiva região do país, o carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense prepara de forma ilustre as cenas do movimentado cotidiano de Jorge Amado. O escritor baiano, enredo da escola de Ramos em 2012, será retratado pelo Mago das Cores com base em toda a intensidade com a qual vivenciou as manifestações culturais de seu estado.

A inevitável associação entre a religiosidade e a Bahia têm sua síntese em um dos aspectos da vida do amado Jorge revelado por Max Lopes. "Ele era um dos ministros de Xangô. Esse título foi concedido por Mãe Menininha", relata.

Esta atribuição espiritual feita pela famosa mãe de santo baiana se assemelha à outra ligação destacada pelo carnavalesco: a vida de Jorge Amado está intrinsecamente ligada ao estado baiano. Por coincidência, outra relação forte se dá entre o público e a obra do escritor.

Embora haja muitas histórias além de Tieta, Dona Flor e Gabriela, Max demonstra sua crença de que nada no enredo ficará nas entrelinhas. "Jorge Amado é um enredo popular e muito didático. Gosto de temas fortes que deem ao povo uma aula de cultura", argumenta. A pluralidade do escritor estará explícita nas fantasias, que já estão com os protótipos prontos. Muito em breve, a Imperatriz vai começar o trabalho de produção dos carros alegóricos.

Marca forte do carnavalesco nas alegorias, o traço único de Max nas esculturas será aplicado a inúmeras nuances do enredo. "Vou trabalhar com esculturas clássicas, mas o enredo também tem um lado cômico. Também vou usar figuras que explorem o lado sensual e engraçado", adianta. Literatura, religião, festas e misticismo são algumas variantes que o tema sugere para dar subsídios à criação do artista.

A matéria-prima para os compositores é densa. A riqueza dos versos dos sambas-concorrentes já impressiona o carnavalesco. "Há sambas com letras excelentes. Os compositores foram fieis à ideia do enredo", comemora. Sobre as expectativas para o próximo Carnaval, Max Lopes é incisivo. "Estou levando muita fé. A escola está alegre, virá bonita e bem colorida. Espero que impressione os jurados", resume.

Inspirado no imenso manancial de cultura que reside na região Nordeste, Max Lopes acredita na identificação dos espectadores do desfile com o que será retratado pela Impertatriz. Muitas obras de Jorge Amado permeiam o imaginário popular, principalmente quando se diz respeito às atrizes e atores que eternizaram os personagens do escritor na televisão. O carnavalesco adianta que nenhuma presença desses intérpretes está garantida no desfile, mas os convites à Sônia Braga, Beth Faria e Paulo José são primordiais para a escola.

Para criar uma narrativa visual envolvente, o carnavalesco tem uma receita básica. "Eu gosto de enredo que tenha enredo. Gosto de ter histórias para contar", encerra o autor do próximo capítulo da história da nação leopoldinense.

WANTUIR: "A SAFRA DE SAMBAS ESTÁ DO JEITO QUE A GENTE GOSTA"

Digno gogó de ouro da Marquês de Sapucaí, Wantuir atualmente empresta sua voz às parcerias na disputa de sambas-enredo para o Carnaval 2012. Para manter o ritmo nas eliminatórias de várias escolas do Grupo Especial, o intérprete da Grande Rio aqueceu as cordas vocais e conta os segredos de sua preparação.

Mais de 20 sambas-enredo campeões foram entoados por Wantuir na fase de eliminatórias.

Atualmente, o grito de guerra "Dá um show bateria" está ecoando em várias quadras, como Beija-Flor, Salgueiro, Imperatriz e Portela. Para encarar a maratona nas disputas, o intérprete revela seus cuidados. "Meu lema é: acabou de cantar, caminho de casa", frisa.

Descanso, horas de sono bem aproveitadas e caminhadas fazem parte da rotina disciplinada de Wantuir, característica que resume a Grande Rio durante este período de preparação do próximo carnaval. "A escola está muito bem organizada em todos os setores. Temos um carnavalesco maravilhoso que está cercado de pessoas competentes", reconhece.

Colhendo os frutos de sua nova jornada, a Grande Rio já demonstra o vigor composições para o Carnaval 2012, fato constatado por Wantuir. "A safra de sambas está do jeito que a gente gosta", destaca.

Atuante no sentido de escrever uma nova história junto com a Grande Rio, o intérprete destaca que os novos torcedores conquistados em 2011 elevaram ainda mais a autoestima da escola. "Adquirimos um novo olhar do público. Nos livramos de alguns estigmas como o de ser a 'escola dos artistas'. Agora, somos vistos pelo mundo como a escola de guerreiros", ressalta.

Sobre fechar o desfile de 2012, o intérprete acredita que será mais um momento de superação. Porém, o foco da Grande Rio parece ir além da responsabilidade de encerrar as apresentações do Grupo Especial. "A escola que está preocupada em ganhar o Carnaval não quer saber de ordem de desfile, de hora, do lado em que vai ficar na concentração. Ela quer mostrar um espetáculo digno", enfatiza.

FEIJOADA DA MANGUEIRA É ELEITA A MELHOR DO RIO DE JANEIRO

Foto: Divulgação

A feijoada da Estação Primeira de Mangueira foi eleita a melhor entre oito escolas de samba, segundo jurados do festival Rio Gastronomia, organizado pelo jornal "O Globo".
Durante as visitas, eles analisaram o sabor e apresentação do prato, além da ambientação e da animação da quadra durante o evento.

A vitória da verde e rosa foi anunciada durante uma festa no Circo Voador, no último sábado, dia 27 de agosto, quando recebeu o troféu Feijoada Nota 10 - Rio Gastronomia.

Porto da Pedra conquista o segundo lugar

A tradicional feijoada da Família Tigre foi eleita a segunda melhor do Rio de Janeiro, no Rio Gastronomia.

O presidente da escola, Francisco Marins, declarou que o vice-campeonato teve sabor de título e ficou muito feliz com a o resultado do concurso.

"Desde que assumimos a direção, nossa equipe tem trabalhado muito para valorizar cada vez mais a comunidade de São Gonçalo e fortalecer a imagem da Porto da Pedra. Este ano está sendo muito especial. Estamos organizados e uma prova disso foi a nova roupagem que demos a feijoada da Família Tigre há três meses. Somos a segunda melhor do Rio e essa colocação tem gosto de título", disse.


Foto: Divulgação

D. Ângela, responsável pelo proncipal prato da festa, e que agrada paladares mais exigentes, disse que prepara a feijoada como muito "amor e dedicação" e está muito orgulhosa com a premiação.

domingo, 21 de agosto de 2011

CARNAVAL 2012: CONFIRA AS DATAS DAS FINAIS DE SAMBA ENREDO



GRUPO ESPECIAL



Grande Rio: 8/10/2011

Estação Primeira de Mangueira: 8/10/2011

Renascer: 8/10/2011

Beija-Flor: 11/10/2011

Salgueiro: 11/10/2011

Portela: 14/10/2011

Porto da Pedra: 14/10/2011

São Clemente:  14/10/2011 (a confirmar)

Unidos da Tijuca: 15/10/2011

Vila Isabel: 15/10/2011

União da Ilha: 16/10/2011

Mocidade: 16/10/2011

Imperatriz: 17/10/2011




GRUPO DE ACESSO A

Rocinha: 02/10/2011

Império Serrano: 10/10/2011

Paraíso do Tuiuti: 14/10/11

Cubango: 16/10/2011

Estácio de Sá: 21/10/2011

Viradouro: 22/10/2011

Santa Cruz: 23/10/2011

Inocentes de Belford Roxo: 28/10/2011

Império da Tijuca: 29/10/2011





GRUPO DE ACESSO B

Sereno de Campo Grande - 14/10

Difícil é o Nome - 28/10

Mocidade de Vicente Carvalho - 29/10

 União de Jacarepaguá - 01/11

 Arranco - 01/11

 Tradição - 03/11

Unidos de Padre Miguel - 04/11

Alegria Da Zona Sul - 04/11

Unidos da Vila Santa Tereza - 05/11

Caprichosos de Pilares - 06/11

União Do Parque Curicica - aguardando definição

CACIQUE DE RAMOS LANÇA LOGOMARCA EM HOMENAGEM À MANGUEIRA

Foto: Divulgação
Cacique de Ramos 50 anos

O Cacique de Ramos, que completa cinquenta anos de existência e que será o enredo da Estação Primeira de Mangueira em 2012, vai retribuir a homenagem da verde e rosa com o lançamento da logomarca comemorativa para reverenciar a nação mangueirense.

A festa será neste domingo, dia 21 de agosto, a partir de 13h, durante a primeira feijoada do Grêmio Recreativo Cacique de Ramos. A iniciativa da homenagem foi de Bira, que é fundador e presidente do bloco. Ele e a diretoria já prepara o desfile comemorativo dos 50 anos do Cacique, que será na Av. Rio Branco.

André Cezari, membro da comissão de Carnaval da Beija-Flor, foi o responsável por desenvolver a logomarga. Ele também é integrante da diretoria de arte do Cacique de Ramos. Segundo ele, a ideia da ilustração é formar uma única personificação, uma só entidade e uma grande nação: "A Tribo do Samba".

A feijoada deste domingo terá como atração o grupo Voz Ativa, além de muitos convidados do mundo do samba. A partir de 17h, Renatinho Partideiro vai comandar a roda de samba com o grupo Cacique de Ramos.