Tem Que Respeitar Meu Tamborim |
Há alguns dias eu venho refletindo sobre as reais mudanças na Estação Primeira de Mangueira. Ontem mesmo, eu falava com minha mãe que em 2014 a Mangueira vai brigar pelo título, ela me surpreendeu, dizendo que eu sempre digo a mesma coisa todos os anos, achei engraçado, mas decidi refleti ainda mais no assunto.
O que realmente mudou na 'mais querida do planeta'...
Estávamos numa estrada que muito parecia sem fim, e escura demais para sonhar com os pés no chão, uma série de carnavalescos sem identidade com nossa escola, um entrave gigantesco entre as raízes mangueirenses e a administração, uma incapacidade de gestão fora do comum, um presidente querendo brilhar mais do que o pavilhão verde e rosa, e claro, com tudo isso acontecendo, o povo de Mangueira se afastando cada vez mais.
A retomada do sonho mangueirense se dá justamente quando voltam a nossa casa gente do porte de Hélio Turco e Alcyone Barreto, Alvinho, e tanta gente bamba que vem ao longe destes anos construindo uma escola de samba de verdade.
A mudança se consolida quando temos a oportunidade de um carnaval assinado pela maior campeã da era Sapucaí em atividade, a brilhante artista Rosa Magalhães, quando nosso querido Carlinhos de Jesus volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, quando a neta de Xangô assume uma bandeira que já poderia ter sido sua há muito mais tempo, quando se mantém um mestre de bateria com a qualidade de Ailton, quando se decide manter um dos maiores intérpretes que o mundo do samba possui, Luizito, quando a tradicional ala das baianas tem uma líder que é nada menos que oriunda da família de Dona Neuma (uma das maiores mulheres mangueirenses que já tivemos, devemos muito a ela), quando se decide devolver o Palácio do Samba ao sambista, mas em condições de uso decente, quando se aposta num enredo com a cara da Mangueira, quando se decide honrar dívidas, e claro, quando o mangueirense anônimo, tem a oportunidade de voltar a acreditar.
Pode até não parecer, mais muita coisa está mudando na escola de Cartola e cia. Mudanças que nos dão reais chances de sonhar com uma briga pelo campeonato à altura das grandes agremiações modernas.
Vamos com tudo para um ano de novidade, tradição, respeito aos irmãos mangueirenses, e nossa marca inesquecível: uma comunidade resgando o chão da Sapucaí, para defender a sua escola de samba.
VAMOS MANGUEIRA, TEM QUE RESPEITAR MEU TAMBORIM!
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