segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

80 ANOS DE DESFILES: ALEGORIAS DE PAULO BARROS FORAM O GRANDE DESTAQUE DA ÚLTIMA DÉCADA

Grande Rio, 2001: o astronauta Eric Scott sobrevoa a Sapucaí
Grande Rio 2001
Grande Rio, 2001: o astronauta Eric Scott sobrevoa a Sapucaí

Se com o Sambódromo o desfile das escolas de samba ganhou em grandiosidade, o começo do século 21 extrapolou todos os limites desse crescimento: o samba ganhou os céus. A Grande Rio levou para a Avenida em 2001 um homem voador, que era o prenúncio do começo de uma era no carnaval, cada vez mais hollywoodiano.

O astronauta Eric Scott, trazido dos Estados Unidos, foi ideia de Joãosinho Trinta. Protagonista da festa durante 40 anos, João faria seu último desfile completo em 2004. Curiosamente, no mesmo ano, surgia na Unidos da Tijuca um carnavalesco que vinha se destacando no Grupo de Acesso: Paulo Barros. A tônica de seu trabalho seria causar sensações no público durante todo o desfile.


A comissão de frente da Tijuca em 2010
Tijuca 2010
 

A comissão de frente da Tijuca em 2010

 
E foi assim com o carro do DNA, em 2004; com os vampiros de 2005; com os Elvis de 2006; e com a bateria em cima do carro em 2007. Mas a consagração viria em 2010: com uma comissão de frente arrebatadora e um desfile empolgante, a Unidos da Tijuca chegaria a seu segundo título, repetindo o ano de 1936. E Paulo Barros tomaria para si a coroa de nova estrela do carnaval carioca.


A alegoria censurada da Viradouro em 2008
Viradouro 2008
 


A alegoria censurada da Viradouro em 2008 


 
Neste período, duas tradicionais grandes escolas voltaram aos bons tempos. A Mangueira levantou a Sapucaí em 2002, com um enredo sobre o Nordeste. Já o Salgueiro voltou a disputar títulos com a chegada de Renato Lage: com o "Tambor", a vermelho e branco foi a campeã de 2009.

Na pista, vimos a despedida de Jamelão, em 2006. Neguinho da Beija-Flor e Dominguinhos do Estácio se firmaram como as grandes vozes do carnaval. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho/Selminha e Rogerinho/Lucinha alternaram os prêmios de melhores do ano. E Arlindo Cruz se consolidou como o maior compositor de sambas-enredo, herdeiro de Candeia e Beto Sem Braço.

Beija-Flor, o novo rolo compressor
Selminha Sorriso e Claudinho, símbolo da Beija-Flor, em 2002
Beija-Flor 2002
 
Selminha Sorriso e Claudinho, símbolo da Beija-Flor, em 2002
 
Os anos 2000 viram um domínio de uma escola como não acontecia desde a década de 40, com o heptacampeonato da Portela. De 2003 a 2011, a Beija-Flor venceu seis vezes, alcançando um domínio absoluto no atual carnaval. É verdade que não foi tão fácil: antes disso, a escola de Nilópolis amargou um tetra vice-campeonato, de 1999 a 2002. Mas depois que começou a ganhar não parou mais. Dessa forma, consolidou o formato de uma comissão de carnaval responsável pelo desfile — não há mais a figura do carnavalesco, as decisões artísticas são tomadas por várias cabeças. E consagrou a equipe que tem como expoentes Neguinho da Beija-Flor, Selminha Sorriso, Claudinho e Laíla. Nesse período, um dos desfiles mais marcantes foi a homenagem a Roberto Carlos, em 2011.

Outro homenageado inesquecível foi Silvio Santos, enredo da Tradição em 2001. A passagem dele foi um dos momentos de grande frisson da história da Passarela. Mas depois disso a Tradição sucumbiu: foi para os grupos de baixo, assim como a Caprichosos de Pilares.
Silvio Santos causou frisson no desfile da Tradição, em 2001
Tradição 2001

Raymondh Júnior

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