sábado, 4 de fevereiro de 2012

INOCENTES DE BELFORD ROXO INVESTE NO CAMPEONATO

O carnavalesco mostra parte de uma das alegorias
Alegoria da Inocentes 2012
 

O carnavalesco mostra parte de uma das alegorias


A Inocentes de Belford Roxo, que ano passado ficou em 8º lugar no grupo A, trouxe este ano alguns nomes de peso para conquistar, de vez, a Sapucaí.

O carnavalesco Wagner Gonçalves, que foi para a Mangueira em 2008, retorna à escola. Além dele, a escola vai contar com o intérprete Thiago Brito, ex-Caprichosos, a porta-bandeira Cíntia Ribeiro (ex-Grande Rio) e o mestre-sala Marcílio Diamante (ex- Mocidade Independente de Padre Miguel), que vão reforçar o quadro de componentes.

O objetivo é brilhar na Avenida, conquistar o título e o acesso ao Grupo Especial. O ritmo no barracão é intenso: 15 horas de trabalho por dia. Para compor as fantasias e alegorias para o enredo Corumbá - Ópera Tupi Guarani, o carnavalesco Wagner Gonçalves, de 33 anos, foi até Corumbá, Mato Grosso do Sul, cidade que faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

Wagner é de uma nova geração de carnavalescos e, para não criar algo que fosse panfletário, resolveu investir em um carnaval moderno, com nuances rústicas mas, ao mesmo tempo, utilizando bastante o tema sustentabilidade.

- Carnavalesco é estilo. É como roupa de grife. Ainda estou afinando a estética, mas vou experimentar cinco estilos na avenida, fundamentado em Macunaíma. Até para as loucuras do carnaval, o enredo tem que ser bem fundamentado. A gente carnavaliza para chegar até o povo, mas os jurados têm olhar técnico.

No ano de 2007, com o enredo Chatô, a fanfarra do homem sério mais engraçado do Brasil, foi Wagner quem levou para a avenida o lado irreverente do jornalista e empresário. Neste ano, a Inocentes levou o vice-campeonato.

O presidente da escola Reginaldo Gomes afirma que o investimento já chegou a R$ 1,8 milhão. Sua aspiração é o grupo especial, se São Pedro colaborar. Segundo Reginaldo, a meta é fortalecer a Inocentes como a terceira força da Baixada Fluminense:

- Nesse grupo, conquistar o segundo ou o oitavo lugar não faz diferença. Nossa meta é ganhar ou ganhar. Ano passado a chuva atrapalhou bastante. A fantasia molhada pesa muito e prejudica a evolução da escola.

Escola quer 10 em todos os quesitos

Para manter a sequência de notas 10, Thiago Brito, de 23 anos, vai assegurar, através da voz, quesitos como evolução, samba-enredo, harmonia e conjunto. É dele a afirmação de que 90% da escola depende do canto firme do intérprete:

- Acredito que o puxador é quem dá o tom da alegria e da empolgação na avenida. Já tive provas de fogo na Sapucaí e posso assegurar que a Inocentes tem tudo para ser uma das grandes favoritas de 2012.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcílio Diamante, de 38 anos, e Cíntia Ribeiro, de 32 anos, é a formação mais recente do Rio de Janeiro, mas já ganhou prêmios juntos. Ano passado, conquistou o prêmio Jorge Lafond. A porta-bandeira, que começou no carnaval aos 11 anos, também já foi campeã do prêmio Samba Net do Grupo A.

Sou de Caxias, mas estou defendendo o pavilhão de Belford Roxo, mais uma vez, de uma tricolor da Baixada — destacou Cíntia.

Ensaios mais intensos na bateria 

No comando da bateria da tricolor da Baixada está o mestre Washington Paz. Ele não faz parte do grupo de contratos recentes: Washington está na escola há oito anos e, há pelo menos três, é quem comanda a cadência da Inocentes. Cheio de mistério, mestre Washington deixa escapar, quase sem querer, que haverá uma surpresa no samba da escola, mas não conta a novidade.

Os ensaios dos ritmistas acontecem desde maio e, a partir de dezembro, passaram a ser mais intensos. Em 2010, falando sobre Água, a escola conseguiu um surpreendente vice-campeonato perdendo só para campeã São Clemente. O fato gerou desconfiança de pessoas e de outras escolas, por ser presidida pelo presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso, a LESGA.

Em 2011, apostou no enredo da banda Mamonas Assassinas, mas ficou em 8º lugar. A Inocentes gera 500 empregos diretos e indiretos na comunidade e fora dela.

Raymondh Júnior


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