Coreógrafos das Escolas de Samba |
Em tempos de “espetacularização” dos desfiles das escolas de samba, os coreógrafos de comissão de frente ganharão “status” no carnaval carioca. Antes, um quesito que tinha apenas a preocupação de saudar o público, se tornou elemento fundamental dentro de um desfile e já garantiu um campeonato. Atualmente, o trabalho de uma comissão virou um espetáculo dentro do próprio espetáculo. O perigo é até onde isso pode chegar. Os críticos acreditam que o quesito está se descaracterizando. O seminário “Pensando o Carnaval”, desta sexta-feira, promoveu uma discussão sobre o tema e conseguiu reunir grandes coreógrafos para participar do debate. Carlinhos de Jesus (Beija-Flor), Jaime Arôxa (Mangueira), Hélio Bejani (Salgueiro) e Marcelo Misailidis (Vila Isabel) defendem uma reformulação no Manual dos Jurados. O quesito estaria ultrapassado pelo regulamento da Liesa.
- Eu já perdi ponto em elemento cenográfico de comissão de frente. Mas eu não poderia perder ponto nisso. Não há nada no Manual de Julgamento da Liesa que especifique que o elemento cenográfico deve ser julgado pelo responsável no quesito comissão de frente. Falta um critério definido. A regra precisa ser clara – adverte Hélio Bejani.
Para Marcelo Misailidis, o julgador precisa aprender a respeita todos os estilos de coreógrafos. O responsável pelas comissões da Vila Isabel acredita que o jurado deve se comportar como “árbitro”, admitir o que é correto ou não, sem opinar com subjetividade sobre a dança.
- Cada um tem sua dança. Eu e Helio somos do balé clássico. O Renato [Vieira] da dança contemporânea. É difícil o jurado avaliar a dança. Ele também não pode colocar na sua justificativa que faltou algo na dança. Ele não pode virar o coreógrafo. Não pode ser co-autor do processo de criação – acrescente Misaillidis.
Todos os convidados concordam também que é necessário aplicar regras mais objetivas no Manual dos Jurados. Para eles, alguns pontos no julgamento não ficam claros. No artigo 26, inciso IX, do Regulamento da Liesa, permite que a comissão de frente desfile com o limite mínimo de 10 e máximo de 15 componentes. No entanto, em 2009, a Vila Isabel, de Marcelo Misaillidis, trouxe um grupo de pessoas que não aparecia para o público e jurados. Eles carregaram o elemento cenográfico. A escola não foi punida e a Liesa argumentou que era permitido a apresentação de 15 pessoas visíveis. No ano seguinte, a Tijuca levou mais de 40 pessoas em sua comissão que revezavam na atuação, mas apenas 15 dançarinos ficavam visíveis.
- Você precisa colocar regras. A regra pelo menos me ajuda em criar. É uma forma de desafio. Precisamos de limite. Senão, nós piramos – conta Carlinhos de Jesus.
Marcelo Misaillidis e Helio Bejani também querem criar limites no quesito e acham injusto esse “revezamento” de dançarinos usado pela comissão de frente da Tijuca 2010. Embora, elogiem o sucesso e a performance do grupo que trocava roupas a partir de um truque de mágica, eles acreditam ser injusto com as outras comissões. No entanto, Jaime Arôxa contrariou seus colegas.
- Eu sou a favor de regras, mas não limites. O mundo é uma roda que gira e não tem como você parar. O carnaval não tem como voltar atrás – defende Jaime.
Os quatro convidados apóiam a idéia de acabar com a apresentação obrigatória da comissão em todas as cabines de jurados. Eles defendem que volte o regulamento antigo onde a performance para o júri poderia ser em andamento.
- Você para e vira de costas para o público que está atrás de você. Poderia ser uma apresentação contínua, sem essa parada obrigatória - diz Misaillidis
O coreógrafo da Vila crê que os jurados precisam ter uma maior vivência no carnaval. Segundo eles, o julgador tem que possuir um conhecimento cultural de tudo que aquela dança e o quesito representam dentro da festa. Carlinhos de Jesus disse que ficaria orgulhoso se fosse julgado por grandes nomes do carnaval como Maria Augusta, Laíla e Haroldo Costa.
- Alguns jurados não sabem exatamente o que aquilo está sendo representado. Não tem conhecimento de carnaval. O jurado parece ser um expectador que vê algo e diz que aquilo é bonito. Sou a favor que se coloque uma câmera na cabine. Ele pode assistir a coreografia várias vezes gravada. E depois dizer que foi ali que nos descontou ponto – completa Misaillidis.
- Eu já perdi ponto em elemento cenográfico de comissão de frente. Mas eu não poderia perder ponto nisso. Não há nada no Manual de Julgamento da Liesa que especifique que o elemento cenográfico deve ser julgado pelo responsável no quesito comissão de frente. Falta um critério definido. A regra precisa ser clara – adverte Hélio Bejani.
Para Marcelo Misailidis, o julgador precisa aprender a respeita todos os estilos de coreógrafos. O responsável pelas comissões da Vila Isabel acredita que o jurado deve se comportar como “árbitro”, admitir o que é correto ou não, sem opinar com subjetividade sobre a dança.
- Cada um tem sua dança. Eu e Helio somos do balé clássico. O Renato [Vieira] da dança contemporânea. É difícil o jurado avaliar a dança. Ele também não pode colocar na sua justificativa que faltou algo na dança. Ele não pode virar o coreógrafo. Não pode ser co-autor do processo de criação – acrescente Misaillidis.
Todos os convidados concordam também que é necessário aplicar regras mais objetivas no Manual dos Jurados. Para eles, alguns pontos no julgamento não ficam claros. No artigo 26, inciso IX, do Regulamento da Liesa, permite que a comissão de frente desfile com o limite mínimo de 10 e máximo de 15 componentes. No entanto, em 2009, a Vila Isabel, de Marcelo Misaillidis, trouxe um grupo de pessoas que não aparecia para o público e jurados. Eles carregaram o elemento cenográfico. A escola não foi punida e a Liesa argumentou que era permitido a apresentação de 15 pessoas visíveis. No ano seguinte, a Tijuca levou mais de 40 pessoas em sua comissão que revezavam na atuação, mas apenas 15 dançarinos ficavam visíveis.
- Você precisa colocar regras. A regra pelo menos me ajuda em criar. É uma forma de desafio. Precisamos de limite. Senão, nós piramos – conta Carlinhos de Jesus.
Marcelo Misaillidis e Helio Bejani também querem criar limites no quesito e acham injusto esse “revezamento” de dançarinos usado pela comissão de frente da Tijuca 2010. Embora, elogiem o sucesso e a performance do grupo que trocava roupas a partir de um truque de mágica, eles acreditam ser injusto com as outras comissões. No entanto, Jaime Arôxa contrariou seus colegas.
- Eu sou a favor de regras, mas não limites. O mundo é uma roda que gira e não tem como você parar. O carnaval não tem como voltar atrás – defende Jaime.
Os quatro convidados apóiam a idéia de acabar com a apresentação obrigatória da comissão em todas as cabines de jurados. Eles defendem que volte o regulamento antigo onde a performance para o júri poderia ser em andamento.
- Você para e vira de costas para o público que está atrás de você. Poderia ser uma apresentação contínua, sem essa parada obrigatória - diz Misaillidis
O coreógrafo da Vila crê que os jurados precisam ter uma maior vivência no carnaval. Segundo eles, o julgador tem que possuir um conhecimento cultural de tudo que aquela dança e o quesito representam dentro da festa. Carlinhos de Jesus disse que ficaria orgulhoso se fosse julgado por grandes nomes do carnaval como Maria Augusta, Laíla e Haroldo Costa.
- Alguns jurados não sabem exatamente o que aquilo está sendo representado. Não tem conhecimento de carnaval. O jurado parece ser um expectador que vê algo e diz que aquilo é bonito. Sou a favor que se coloque uma câmera na cabine. Ele pode assistir a coreografia várias vezes gravada. E depois dizer que foi ali que nos descontou ponto – completa Misaillidis.
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