sábado, 28 de janeiro de 2012

CARTOLA... ESSE MITO DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA!

Cartola - As Rosas Não Falam
 
Cartola (Angenor de Oliveira). Compositor, cantor, instrumentista.
Cartola

Rio de Janeiro RJ 11/10/1908-id. 30/11/1980.


Cartola nasceu no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Tinha oito anos quando sua família se mudou para Laranjeiras e 11 quando passou a viver no morro da Mangueira, de onde não mais se afastaria. Desde menino participou das festas de rua, tocando cavaquinho – que aprendera com o pai – no rancho Arrepiados (de Laranjeiras) e nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de “pastorinhas”. Passando por diversas escolas, conseguiu terminar o curso primário, mas aos 15 anos, depois da morte da mãe, deixou a família e a escola, iniciando sua vida de boêmio.


Após trabalhar em várias tipografias, empregou-se como pedreiro, e dessa época veio seu apelido, pois usava sempre um chapéu para impedir que o cimento lhe sujasse a cabeça, o qual chamava de cartola. Em 1925, com seu amigo Carlos Cachaça, que seria seu mais constante parceiro, foi um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros. Da ampliação e fusão desse bloco com outros existentes no morro, surgiu, em 1928, a segunda escola de samba carioca. Fundada a 28 de abril de 1928, o G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira teve seu nome e as cores verde e rosa escolhidos por ele. Foram também fundadores, entre outros, Saturnino Gonçalves, Marcelino José Claudino, Francisco Ribeiro e Pedro Caymmi. Para o primeiro desfile foi escolhido o samba Chega de Demanda, o primeiro que fez, composto em 1928 e só gravado pelo compositor em 1974, no LP História das escolas de samba: Mangueira, pela Marcus Pereira. Em 1931, Cartola tornou-se conhecido fora da Mangueira, quando Mário Reis, que subira o morro para comprar uma música, comprou dele os direitos de gravação do samba, que infeliz sorte, que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos e conservando a autoria: assim foi com Não faz, amor (com Noel Rosa), Qual foi o mal que eu te fiz? e Divina Dama, todos gravados pela Odeon, os dois primeiros em 1932 e o último em janeiro de 1933. Ainda em 1932, o samba Tenho um novo amor foi gravado por Carmen Miranda. Do mesmo ano é a gravação do samba Na floresta, em parceria com Sílvio Caldas, lançado por este último, e a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça, o samba Pudesse meu ideal, com o qual a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal “O Mundo Esportivo”.


Em 1936, a Mangueira teve premiado no desfile seu samba Não quero mais (com Carlos Cachaça e Zé da Zilda), gravado por Araci de Almeida, na Victor, em 1937, e em 1973 por Paulinho da Viola, na Odeon, com o título mudado para Não quero mais amar a ninguém. Em 1940, participou, ao lado de Donga, Pixinguinha, João da Baiana e outros, de gravações de música popular brasileira para o maestro Leopoldo Stokowski (1882 – 1976), que visitava o Brasil. Realizadas a bordo do navio Uruguai, ancorado no pier da Praça Mauá, essas gravações deram origem a dois álbuns de quatro discos de 78 rpm, lançados nos EUA pela gravadora Columbia. No rádio, atuou como cantor, apresentando músicas suas e de outros compositores. Na Rádio Cruzeiro do Sul, ainda em 1940, criou, com Paulo da Portela, o programa A Voz do Morro, no qual apresentavam sambas inéditos, cujos títulos deviam ser dados pelos ouvintes, sendo premiado o nome escolhido.


Em 1941, formou com Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres o Conjunto Carioca, que durante um mês realizou apresentações em São Paulo, em um programa da Rádio Cosmos. A partir dessa época, o sambista desapareceu do ambiente musical. Muitos pensavam até que tivesse morrido. Chegou-se a compor sambas em sua homenagem. Em 1948, a Mangueira sagrou-se campeã com seu samba-enredo Vale do São Francisco (com Carlos Cachaça).


Cartola só foi redescoberto em 1956, quando o cronista Sérgio Porto o encontrou lavando carros em uma garagem de Ipanema e trabalhando à noite como vigia de edifícios. Sérgio levou-o para cantar na Rádio Mayrinck Veiga e, logo depois, Jota Efegê arranjou-lhe um emprego no jornal “Diário Carioca”.


A partir de 1961, já vivendo com Eusébia Silva do Nascimento, a Zica, com quem se casou mais tarde, sua casa tornou-se ponto de encontro de sambistas. Em 1964, resolveu abrir um restaurante, o Zicartola, na Rua da Carioca, que oferecia, além da boa cozinha administrada por Zica, a presença constante de alguns dos melhores representantes do samba de morro. Freqüentado também por jovens compositores da geração pós bossa-nova (alertados para a sua existência desde o show “Opinião”, no qual Nara Leão incluíra o samba O sol nascerá, de Cartola e Elton Medeiros, que mais tarde gravaria), o Zicartola tornou-se moda na época. Durou pouco essa confraternização morro-cidade: o restaurante fechou as portas, reabrindo em 1974 no bairro paulistano de Vila Formosa.


Contínuo do Ministério da Indústria e Comércio, vivendo na casa verde e rosa que construiu no morro da Mangueira, em terreno doado pelo então Estado da Guanabara, somente em 1974, alguns meses antes de completar 66 anos, o compositor gravou seu primeiro LP, Cartola, na etiqueta Marcus Pereira. O disco recebeu vários prêmios. Logo depois, em 1976, veio o segundo LP, também intitulado Cartola, que continha uma de suas mais famosas criações, As rosas não falam, e o seu primeiro show individual, no Teatro da Galeria, no bairro do Catete, acompanhado pelo Conjunto Galo Preto. O show foi um sucesso de público e se estendeu por 4 meses.


Em julho de 1977, a Rede Globo apresentou com enorme sucesso o programa “Brasil Especial” número 19, dedicado exclusivamente a Cartola. Em setembro do mesmo ano, Cartola participou, acompanhado por João Nogueira, do Projeto Pixinguinha, no Rio. O sucesso do espetáculo levou-os a excursionar por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Ainda em 1977, em outubro, lançou seu terceiro disco-solo: Cartola – Verde que te quero rosa (RCA Victor), com igual sucesso de crítica.


Em 1978, quase aos 70 anos, mudou-se para o bairro de Jacarepaguá, buscando um pouco mais de tranqüilidade, na tentativa de continuar compondo. Neste mesmo ano estreou seu segundo show individual: Acontece, outro sucesso. Em 1979, lançou seu quarto LP: Cartola – 70 anos. Nesta época, descobriu que estava com câncer, doença que causaria sua morte, em 30 de novembro de 1980.

Em 1983, foi lançado, pela Funarte, o livro Cartola, os tempos idos, de Marília T. Barboza da Silva e Arthur Oliveira Filho. Em 1984, a Funarte lançou o LP Cartola, entre amigos. Em 1997, a Editora Globo lançou o CD e o fascículo Cartola, na coleção “MPB Compositores” (n°12).

 Discografia


1968
FALA, MANGUEIRA

LADO A
1.Enquanto Houver Mangueira – (Roberto Roberti / A. Marques Junior)
2.Lá em Mangueira – (Heitor dos Prazeres / Herivelto Martins)
3.Mundo de Zinco – (Antônio Nássara / Wilson Batista)
4.Tempos Idos - (Carlos Cachaça / Cartola)
5.Ao Amanhecer – (Cartola)
6.Alvorada no Morro – (Carlos Cachaça / Cartola / Hermínio Bello de Carvalho)
7.Quem me vê sorrindo – (Cartola / Carlos Cachaça)
8.Alegria – (Cartola)
9.Lacrimário – (Carlos Cachaça)

LADO B
1.Saudosa Mangueira – (Herivelto Martins)
2.Sei, lá Mangueira – (Paulinho da Viola /
Hermínio Bello de Carvalho)
3.Rei Vagabundo; A Mangueira Me Chama;
Sempre Mangueira; Folhas Caídas; Eu e as Flores – (Cartola)
4.Sabiá de Mangueira – (Frazão / B.Lacerda)
5.Exaltação à Mangueira – (E. B. da Silva / A. Augusto da Costa)
6.Despedida de Mangueira – (B. Lacerda / Aldo Cabral)



1970
NOVA HISTÓRIA DA MPB – CARTOLA

1.Divina Dama
2.O Sol Nascerá
3.Tive Sim
4.Preconceito
5.Não Quero Mais Amar Ninguém
6.Acontece
7.Alvorada
8.O Mundo é Um Moinho



1973
CARTOLA – POR SEUS AUTORES E
INTÉRPRETES


1.Que Infeliz Sorte – (Cartola)
2.Divina Dama – (Cartola)
3.Fita meus Olhos – (Cartola / Oswaldo
Vasques)
4.Quem me vê Sorrindo – (Cartola /Carlos
Cachaça)
5.Sim – (Cartola / Martins)
6.Não Posso Viver sem Ela – (Bide / Cartola)
7.Ao Amanhecer – (Cartola)
8.Amor Proibido – (Cartola)
9.Acontece – (Cartola)
10.Nós Dois – (Cartola)
11.Tive Sim – (Cartola)
12.Bem Feito – (Cartola)
13.Peito Vazio – (Cartola / E. Medeiros)
14.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)



1974
CARTOLA

LADO A
1.Disfarça e Chora – (Cartola / Dalmo Casteli)
2.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
3.Corra e Olhe o Céu – (Cartola / Dalmo Casteli)
4.Acontece – (Cartola)
5.Tive Sim – (Cartola)
6.O Sol Nascerá – (Cartola / EltonMedeiros)

LADO B
1.Alvorada – (Cartola / Carlos Cachaça /
Hermínio Bello)
2.Festa da Vinda – (Cartola / Nuno Veloso)
3.Quem Me Vê Sorrindo – (Cartola / Carlos
Cachaça)
4.Amor Proibido – (Cartola)
5.Ordenes e Farei – (Cartola / Aluizio Dias)
6.Alegria – (Cartola)



1976
CARTOLA – Este é o segundo disco

LADO A
1.O Mundo é um Moinho - (Cartola)
2.Minha - (Cartola)
3.Sala de Recepção – (Cartola)
4.Não Posso Viver sem Ela – (Cartola e
Alcebiades Barcelos)
5.Preciso me Encontrar – (Candeia)
6.Peito Vazio – (Cartola)

LADO B
1.Aconteceu – (Cartola)
2.As Rosas não Falam – (Cartola)
3.Sei Chorar – (Cartola)
4.Ensaboa – (Cartola)
5.Senhora de Tentação – (Silas de Oliveira)
6.Cordas de aço – (Cartola)



1977


CARTOLA – VERDE QUE TE QUERO ROSA

LADO A

1.Verde que te quero Rosa- (Cartola / Dalmo Castelo)
2.A Canção que chegou – (Cartola / Nuno Veloso)
3.Autonomia – (Cartola)
4.Desfigurado – (Cartola)
5.Escurinha – (Geraldo Pereira / Arnaldo Passos)
6.Tempos Idos – (Cartola / Carlos Cachaça)

LADO B
1.Pranto de Poeta – (Guilherme de Brito / Nelson Cavaquinho)
2.Grande Deus – (Cartola)
3.Fita meus olhos – (Cartola / Osvaldo Vasques)
4.Que é feito de você – (Cartola)
5.Desta vez eu vou – (Cartola)
6.Nós Dois – (Cartola)



1978


CARTOLA – AO VIVO

LADO A
1.Alvorada – (Cartola / Carlos Cachaça /
Herminio Bello de Carvalho)
2.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
3.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
4.Acontece – (Cartola)
5.Amor Proibido – (Cartola)

LADO B

1.As Rosas não Falam – (Cartola)
2.Verde que te quero Rosa – (Cartola / Dalmo Castelo)
3.Peito Vazio - (Cartola)
4.Alegria – (Cartola)
5.Inverno do meu tempo – (Cartola / Roberto Nascimento)
6.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)


1979



CARTOLA – 70 ANOS

LADO A
1.O Inverno do meu Tempo – (Cartola / Roberto Nascimento)
2.A Cor da Esperança – (Cartola / Roberto
Nascimento)
3.Feriado na Roça – (Cartola)
4.Ciência e Arte – (Cartola / Carlos Cachaça)
5.Senões – (Cartola / Nuno Veloso)
6.Mesma Estória – (Cartola / Elton Medeiros)

LADO B
1.Fim de Estrada – (Cartola)
2.Enquanto Deus Consentir – (Cartola)
3.Dê-me Graças, Senhora – (Cartola / Cláudio Jorge)
4.Evite Meu Amor – (Cartola)
5.Silêncio de um Cipreste – (Cartola / Carlos Cachaça)
6.Bem Feito – (Cartola)


1980



ADEUS MESTRE CARTOLA

LADO A

1.Verde que te quero Rosa – (Cartola / Dalmo Castelo)
2.As Rosas não Falam – (Cartola)
3.Labaredas – (Cartola / Hermínio Bello de
Carvalho)
4.Peito Vazio – (Cartola / Elton Medeiros)
5.Soldado do Amor – (Cartola / Nuno Veloso)

LADO B

1.Fim de Estrada – (Cartola)
2.Que Sejam Bem-vindos – (Cartola)
3.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
4.Pouco Importa – (Cartola)
5.O Inverno do meu Tempo – (Cartola / Roberto Nascimento)


1982



CARTOLA – DOCUMENTO INÉDITO

LADO A

1.Que sejam bem-vindos – (Cartola)
2.Autonomia – (Cartola)
3.Acontece – (Cartola)
4.Senões – (Cartola / Nuno Veloso)

LADO B

1.O Inverno do meu Tempo – (Cartola / Roberto Nascimento)
2.Que sejas bem Feliz – (Cartola)
3.Dê-me Graças, Senhora – (Cartola / Cláudio Jorge)
4.Quem me vê Sorrindo – (Cartola / Carlos
Cachaça)


1982



CARTOLA – HISTÓRIA DA MPB

LADO A
1.Divina Dama – (Cartola)
2.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)
3.Tive, Sim – (Cartola)
4.Tempos Idos – (Cartola / Carlos Cachaça)
5.Não Quero Mais Amar Ninguém – (Cartola / Carlos Cachaça / Zé da Zilda)
6.Acontece – (Cartola)

LADO B
1.Quem me vê sorrindo – (Cartola / Carlos Cachaça)
2.Alvorada – (Cartola / Carlos Cachaça)
3.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
4.As Rosas Não Falam – (Cartola)
5.Ensaboa – (Cartola)
6.Autonomia – (Cartola)


1984



CARTOLA – ENTRE AMIGOS

LADO A

1.Brasil, terra adorada
2.Samba do Operário – (Nélson Sargento)
3.Rolam nos meus olhos – (Creusa)
4.Se outro amor tentasse – (Nuno Veloso)
5.Partiu – (Cartola)

LADO B

1.Festa da Penha – (Padeirinho)
2.Deus te ouça – (Monarco / Doca da Portela)
3.Interroguei uma rosa – (Cláudia Savaget)
4.Tu vais ao samba – (Nadinho da Ilha)
5.Juca Malvado – (Paulo Marques)


1987



CARTOLA - 80 ANOS

LADO A

1.As Rosas Não Falam – (Cartola)
2.Vai, Amigo – (Cartola)
3.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)
4.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
5.Festa da Vinda – (Cartola / Nuno Veloso)
6.Acontece – (Cartola)

LADO B

1.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
2.Alvorada – (Cartola / Carlos Cachaça /
Hermínio Bello de Carvalho)
3.Não Quero Mais Amar a Ninguém – (Zé da Zilda / Cartola /Carlos Cachaça)
4.Corra e Olhe o Céu – (Cartola / Dalmo Castelo)
5.Amor Proibido – (Cartola)


1988



CARTOLA – BATE OUTRA VEZ

LADO A
1.As Rosas não Falam
2.Amor Proibido
3.Disfarça e Chora
4.Minha
5.Autonomia
6.O Sol Nascerá

LADO B
1.O Mundo é um Moinho
2.Acontece
3.Corra e olhe o Céu
4.Peito Vazio
5.Cordas de Aço
6.Tive Fim


1988



CARTOLA 70 – Edição Comemorativa
do LP –“Fala, Mangueira”

LADO A
1.Enquanto Houver Mangueira – (Roberto Roberti / A. Marques Junior)
2.Lá em Mangueira – (Heitor dos Prazeres /
Herivelto Martins)
3.Mundo de Zinco – (Antônio Nássara / Wilson Batista)
4.Tempos Idos - (Carlos Cachaça / Cartola)
5.Ao Amanhecer – (Cartola)
6.Alvorada no Morro – (Carlos Cachaça / Cartola / Hermínio Bello de Carvalho)
7.Quem me vê sorrindo – (Cartola / Carlos
Cachaça)
8.Alegria – (Cartola)
9.Lacrimário – (Carlos Cachaça)

LADO B

1.Saudosa Mangueira – (Herivelto Martins)
2.Sei lá, Mangueira – (Paulinho da Viola /
Hermínio Bello de Carvalho)
3.Rei Vagabundo; A Mangueira Me Chama;
Sempre Mangueira; Folhas Caídas; Eu e as Flores – (Cartola)
4.Sabiá de Mangueira – (Frazão / B. Lacerda)
5.Exaltação à Mangueira – (E. B. da Silva / A. Augusto da Costa)
6.Despedida de Mangueira – (B. Lacerda / Aldo Cabral)


1990



10 ANOS SEM CARTOLA - DISCO 1

LADO A

1.Pranto do Poeta – (Nélson Cavaquinho /
Guilherme de Brito)
2.Tempos Idos – (Cartola / Carlos Cachaça)
3.As Rosas não Falam – (Cartola)
4.A Mesma História – (Cartola / Elton Medeiros)
5.Fita Meus Olhos – (Cartola / Oswaldo Vasques)
6.Que é Feito de Você – (Cartola)

LADO B

1.O Inverno do meu Tempo – (Cartola / Roberto Nascimento)
2.Escurinha – (Geraldo Pereira / Arnaldo Passos)
3.Tive Sim – (Cartola)
4.A Cor da Esperança – (Cartola / Roberto
Nascimento)
5.Desfigurado – (Cartola)
6.Enquanto Deus Consentir – (Cartola)


1990



10 ANOS SEM CARTOLA - DISCO 2

LADO A

1.Autonomia – (Cartola)
2.Sim – (Cartola /Martins)
3.Verde que te quero Rosa – (Cartola / Dalmo Castelo)
4.Nós Dois – (Cartola)
5.A Canção que chegou – (Cartola / Nuno Veloso)
6.Grande Deus – (Cartola)

LADO B

1.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
2.Ciência e Arte – (Cartola / Carlos Cachaça)
3.Pouco Importa – (Cartola)
4.Silêncio de um Cipreste – (Cartola / Carlos Cachaça)
5.Fim de Estrada – (Cartola)
6.Bem Feito – (Cartola)


1998



ARRANCO – SAMBAS DE CARTOLA

1.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)

2.Divina Dama - (Cartola)
3.As Rosas não Falam – (Cartola)
4.A Vila Emudeceu – (Cartola)
5.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
6.Quem Me Vê Sorrindo – (Cartola / Carlos
Cachaça)
7.Amor Proibido – (Cartola)
8.Tive Sim – (Cartola)
9.Ao Amanhecer – (Cartola)
10.Ciência e Arte – (Cartola / Carlos Cachaça)
11.Consideração – (Cartola / Heitor dos
Prazeres)
12.Dê-me Graças, Senhora – (Cartola / Cláudio
Jorge)
13.Não Posso Viver Sem Ela – (Cartola / Bide)


1998



CARTOLA – O SOL NASCERÁ

1.Que Infeliz Sorte – (Cartola)
2.Perdão Meu Bem – (Cartola)
3.Tenho Um Novo Amor – (Cartola)
4.Não Faz Amor – (Cartola)
5.Na Floresta – (Cartola / Sylvio Caldas)
6.Qual Foi O Mal Que Eu Te Fiz? – (Cartola)
7.Divina Dama – (Cartola)
8.Fita Meus Olhos – (Cartola / Oswaldo Vasques)
9.Não Quero Mais – (Carlos Cachaça/Cartola
/José Gonçalves)
10.Quem Me Vê Sorrir – (Cartola / Carlos
Cachaça)
11.Não Posso Viver Sem Ela – (Cartola / Bide)
12.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
13.Grande Deus – (Cartola)
14.Festa da Penha – (Cartola / Asobert)
15.O Sol Nascerá – (Cartola / Elton Medeiros)
16.Canta Esta Canção – (Cartola)
17.Nós Dois – (Cartola)
18.O Mundo é um Moinho – (Cartola)
19.Amor Proibido – (Cartola)
20.Por que Vamos Chorando? - (Cartola)
21.Pot-Pourri: Tempos Idos; Ao Amanhecer; Alvorada no Morro; Quem me vê Sorrindo; Alegria.




CARTOLA – SÉRIE APLAUSO

1.O Inverno do meu tempo – (Cartola / Roberto N.)
2.Autonomia – (Cartola)
3.A Cor Da Esperança – (Cartola / Roberto N.)
4.Fita Meu Olhos – (Cartola / Oswaldo Vasques)
5.Que é Feito de Você – (Cartola)
6.Tempos Idos – (Cartola / Carlos Cachaça)
7.Dê-me Graças, Senhora – (Cartola / Cláudio Jorge)
8.Pranto de Poeta – (Guilherme de Brito / N. Cavaquinho)
9.A canção que chegou – (Cartola / Nuno Veloso)
10.Escurinha – (Geraldo Pereira / Arnaldo Pessoa)
11.Senões – (Cartola / Nuno Veloso)
12.Verde que te quero Rosa – (Cartola / Dalmo Castelo)
13.Grande Deus – (Cartola)
14.Nós Dois – (Cartola)




CARTOLA – MPB COMPOSITORES

1.Cordas de Aço – (Cartola)

2.O Mundo é um Sonho – (Cartola)
3.Não Quero Mais Amar Ninguém – (Cartola / Carlos Cachaça / Zé da Zilda)
4.Acontece – (Cartola)
5.Tive Sim – (Cartola)
6.Autonomia – (Cartola)
7.Corra e olhe o Céu – (Cartola / Dalmo Castelo)
8.As Rosas não Falam – (Cartola)
9.Fiz por Você o que Pude – (Cartola)
10.Vem – (Cartola)
11.Sim – (Cartola / Oswaldo Martins)
12.Alvorada – (Cartola / Carlos Cachaça / Herminio Bello)



Palavras de Cartola
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Meu nome todo é Angenor de Oliveira, e só, não é Agenor, AN. Não tenho culpa se eles botaram errado, meu pai diz que botou Agenor, mas botou um N para atrapalhar e aumentou um bocadinho, ficou por isso mesmo.

Carlos Cachaça é meu amigo, é meu padrinho de crisma,  embora ele me tome a bença. É um grande escritor, ele tem músicas maravilhosas, muito bonito. Eu tenho diversas músicas com o Carlos. Eu conheço ele há muitos anos, ele foi nascido em Mangueira. Eu não. Eu fui pra Mangueira com 11 anos. Eu já o encontrei lá ele era vagabundo, jogador bebedor, mas com todas estas bagunças que ele fazia, ele estudou. Estudou muito e aposentou-se como escriturário da estrada de ferro Central do Brasil. Um dia eu passei na casa do Carlos Cachaça, e conheci a cunhada dele, mocinha mas já viúva. Esta mesma Zica que está aí. A gente combinou logo, desde o início, e num instante estava vivendo junto.


Cartola da Mangueira

Como nasceu a Estação Primeira? È muito simples, uma estação com o nome Mangueira, tinha uma árvore com o nome de mangueira também com umas frutas e umas folhas verdes e aí nasceu a mangueira. Mas não é em todo lugar que a mangueira é como a mangueira da Mangueira, que as mangas são gostosas como as nossas. Um grupo de rapazes, jovens como eu era também. Naquela época eu, Marcelino, falecido Pedro Caymmi, Saturnino que foi o primeiro presidente da Escola e nós formamos a estação Primeira em 1928, não… Nós começamos a pensar na escola Estação Primeira de 27 pra 28 e quando saiu pra 28, já saiu com cores, com nome oficial, tudo preparado… Os Sambas enredo surgiram em 1938 mais ou menos. Era samba de quadra, no tempo que o samba era um samba lento, calmo, bonito, não é que nem agora que é aquela correria, que ninguém agüenta aquela zoada e o samba de hoje tem que ser corrido, tem que cantar correndo. No meu tempo não, era lento…

O primeiro concurso de escolas de samba foi promovido em 1929 ou 1930, na Parça Onze,pele José Spinelli.Ele comprou umas taças numa loça da Praça Onze mesmo, sentou-se como único juiz numa cadeira e assistiu ao desfile das poucas escolas que havia. Ganhou a Mangueira.

Cartola e Nelson Cavaquinho

Bom os compositores do passado da Mangueira foram Geraldo Pereira, Zé com fome, que era Zé da Zilda, eu modéstia a parte, Carlos Cachaça, Aluízio e era só. Da nova geração tem aqui a Leci, que vocês já conhecem é uma grande compositora, tem Padeirinho, tem o Zagaia também muito bom, tem o menino parceiro da Leci, o Darci, bom compositor, o Darci da Mangueira, Darci do Violão e tem um outro pequeno que fez um samba muito bonito também. É uma turma, sabe como é que é, eu quase não vou lá, eu me aposentei e hoje é difícil ir na Mangueira. Me aposentei com todos os direitos, tenho minha carteira de trabalho, de sócio benemérito, entro e saio a hora que quero. Não volto mais lá pois minha escola de samba agora é eu, meu violão e minha patroa me preocupo com estas coisas, eu o violão, a patroa e minhas músicas. Agora a Mangueira eu torço, mas longe dela, fico do lado de fora torcendo.Não deixo de sentir aquela emoção. Vibro quando o povo sauda a Mangueira. Só que a zoada é muito grande. Foi um tal de colocar surdos, taróis e cuícas que não existe tímpano que agüente. Antigamente era muito mais bonito, o tamborim reinava na bateria. Nos primeiros tempos da Mangueira, a escola era conhecida de longe pelo ruído das sandálias de suas pastoras na avenida, marcando o compasso do samba. Hoje, com o excesso de barulho, isso não é mais possível.


Cartola

A Zica foi dá uns passeios por aí, a Zica não para. Ela chegou em São Paulo vira mais paulista do que eu. Eu levanto as vezes e procuro a Zica e ela já deixou um bilhete e saiu, foi em Mirim, não sei o que lá, Bairro de Santa Maria.

 Meu samba tem um ritmo sincopado, um pouco lento. Não sei explicar exatamente por que, mas minha linha melódica é inconfundível. Como também são as de Zé Keti, Paulinho, Nelson Cavaquinho. Reconheço à primeira vista a música deles. Ainda continua a aprender e acho que, daqui para os cem anos, estou fazendo coisa boa.

Transcrição do programa MPB Especial Cartola e Leci Brandão (1974) e pequenos trechos do fascículo Nova História da Música Popular Brasileira.

Cartola foi figura presente no Morro da Mangueira e no início da escola de samba. “Somente” saindo da Mangueira no fim da vida quando foi morar em Jacarépagua.
Cartola

Cartola e seu grande companheiro o violão, instrumento em que Cartola poetisou e ritmou nossas músicas, nossos sambas.
Cartola trabalhou com diversas coisas, mas seu maior trabalho é o imaterial em seus sambas.
Cartola em 1976, gravando o segundo LP, em companhia de sua filha Regina
Cartola e Dona Zica
Dona Zica e Cartola no beiral da janela de sua casa em Mangueira, que foi capa do disco de 1976. Juntos até os fins eles foram um casal produtivo e alegre, e criaram o espaço cultural do Zicartola
Festa de aniversário de 33 anos de Hermínio Bello de Carvalho, na Churrascaria Tijucana. Da esquerda para a direita: o jornalista Arley Pereira, Jacob do Bandolim, Cartola (em pé), e Brício de Abreu.
 
Homenagem da Mangueira a Cartola
 
 
Cartola, Orgulho Mangueirense!
Orgulho do Samba!
Raymondh Júnior

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