ESPECIAL CARNAVAL DE SÃO PAULO: MOCIDADE ALEGRE

Mocidade Alegre

A escola é uma das mais conhecidas e adoradas do estado

Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira da Mocidade Alegre

HISTÓRIA

Uma das escolas com mais títulos, a Mocidade Alegre nasceu na década de 60, quando homens fantasiados de mulher saíam pelas ruas do bairro do Limão na época do Carnaval. Juarez Cruz, carioca apaixonado pela festividade, formou o grupo das Mariposas Recuperadas e, com a ascensão feminina e das crianças, o nome se transformou no atual.

A escola de samba foi campeã do Grupo III já em 1969 e, no ano seguinte, do Grupo II. Em 1971, pela primeira vez no Grupo I, atual Especial, a Mocidade Alegre já se consagrou e levou o primeiro lugar no desfile. O mesmo aconteceu em 1972 e 1973, onde a agremiação faturou o tricampeonato consecutivo. Reconhecida entre as maiores, a Mocidade também venceu o Desfile das Escolas de Samba de São Paulo em 1980.

Mas, infelizmente, passou por um jejum de títulos. Somente em 2004, após longos 24 anos sem vitórias, mas nunca rebaixada, foi que ela voltou a gritar “é campeã”.

Ainda em 2003, assim que os preparativos para o Carnaval seguinte terminaram, Elaine Cristina Cruz Bichara, presidente da escola por muitos anos, faleceu e colocou a agremiação nas mãos de Solange Cruz Bichara, sua irmã.

O fundador da escola faleceu anos mais tarde, em 2009, logo após o final da apuração que deu mais um título à Mocidade Alegre. Os anos seguintes também deixaram a desejar e, em 2011, com o enredo “Carrossel das Ilusões”, a agremiação até chegou a ser cogitada entre as vencedoras, mas um de seus carros quebrou no meio da avenida e tirou a escola da disputa.

Jorge Amado

AMADO JORGE

Para este ano, a Mocidade Alegre pretende levar seu oitavo título com o enredo “Ojuobá – No Céu, Os Olhos do Rei... Na Terra, A Morada Dos Milagres... No Coração, um Obá Muito Amado!”, que vai contar uma das principais obras de Jorge Amado, “Tenda dos Milagres”.

O autor completaria cem anos em 2012 e, claro, não poderia deixar de ser homenageado.

O romance publicado em 1969 fala sobre o preconceito racial e religioso, servindo como um grito de justiça social, assim como diversas outras obras do escritor. Em “Tenda dos Milagres”, o povo da Bahia é mostrado como um povo sensual, cheio de misticismo e crenças populares.

A agremiação vai mostrar todas essas características em seu desfile, além das festas, a capoeira, o Candomblé e as batucadas que deram origem ao samba.

Sidnei França, o autor do enredo, afirma: “E assim, rumo a mais um grandioso Carnaval, a Morada do Samba fará do seu desfile uma exaltação ao povo mestiço e sincretizado… Um elo ancestral e eterno entre África e Brasil; e como ponto central para o seu novo enredo, a Mocidade Alegre evoca Xangô, que foi rei de Oyó e sagrou-se o orixá da justiça!”. 

Mocidade Alegre

 FICHA TÉCNICA

Fundação: 24 de setembro de 1967
Títulos: 7 pelo Grupo Especial e 1 pelo Grupo de Acesso
Símbolo: Um casal de jovens representando a mocidade além de um batuqueiro e uma cabrocha, representando a alegria
Cores: Vermelho, verde e branco
Presidente: Solange Cruz Bichara Rezende
Carnavalesco: Márcio Gonçalves e Sidnei França
Puxador: Clóvis Pê e Igor Sorriso
Mestre Sala e Porta Bandeira: Emerson Ramires e Adriana Gomes
Rainha de Bateria: Naninha
Endereço: Av. Casa Verde, 3498 - Bairro do Limão – São Paulo
Telefone: (11) 3857-7525
Site: www.mocidadealegre.com.br

Raymondh Júnior