ESPECIAL CARNAVAL DE SÃO PAULO: UNIDOS DE VILA MARIA

Unidos de Vila Maria

Agremiação contratou Chico Spinosa e acredita em seu primeiro título

Vila Maria

HISTÓRIA

A Unidos de Vila Maria, assim como a maioria das agremiações, nasceu de um grupo de amigos que curtia a folia carnavalesca e se reunia para comemorar a data pelas ruas do bairro que leva o nome da atual escola de samba. A cada ano, mais pessoas se juntavam ao grupo e por isso, em 1954, surgiu a Unidos do Morro da Vila Maria.

Assim como os outros grupos de Carnaval da época, a Vila Maria desfilava pelas ruas da cidade, como a Avenida São João, no Centro, e a Celso Garcia, no Brás. Nessa época, a escola chegou a escandalizar com sua bateria, o baliza Zé Caxambu e Claudete, uma passista que desfilava e sambava usando apenas um maiô – o que era um absurdo naqueles tempos.

A casa de Mané Sabino foi escolhida como primeira sede e dependia de contribuições financeiras e de materiais dos comerciantes da região, além dos próprios associados que também ajudavam com a mão de obra.

Dentre as figuras importantes da história da Unidos de Vila Maria está João Franco, o Xangô da Vila Maria, que é ator, cantor, compositor, um dos primeiros componentes da escola e um dos primeiros a entrar para o movimento negro. Ele também chegou a ser homenageado por Leci Brandão em um de seus sambas.

Uma curiosidade bem importante da Vila Maria é que, por muitos anos, apenas negros faziam parte da escola. De acordo com registros do próprio Xangô, os brancos não queriam se misturar e não participavam deste tipo de festa.

O primeiro desfile oficial de escolas de samba da cidade de São Paulo aconteceu em 1968 e teve como campeã do Grupo II, a Vila Maria. Na mesma época, Faria Lima, prefeito da cidade paulistana, entregou o “Apito de Ouro” à agremiação, prêmio dado às melhores baterias.

Apesar do bom desempenho em sua estreia, foi só na década de 90 que a escola de samba alcançou bons resultados com seus desfiles. “Uma Viagem a Atlântida”, em 1998, foi o enredo responsável pela vitória da Vila Maria no Grupo II e, somente em 2001, conquistou o primeiro lugar no Grupo de Acesso e pôde disputar o Carnaval de São Paulo com as principais escolas.

Apesar de não ser campeã no Grupo Especial, a Unidos de Vila Maria conseguiu manter boas colocações, sendo as melhores em 2007, quando se tornou vice-campeã, e nos anos de 2008 e 2011, chegando ao terceiro lugar. 

Unidos de Vila Maria

VIAGEM NO TEMPO

Pretendendo surpreender no Carnaval de 2012, a Vila Maria conta com um novo carnavalesco, Chico Spinosa, e o intérprete Nêgo. “A Força Infinita da Criação, Vila Maria Feita à Mão” é o enredo escolhido pela agremiação e, com força total, ela espera levar seu primeiro título no Anhembi.

O objetivo da escola é apresentar uma verdadeira viagem ao longo dos anos, começando pelo surgimento das estrelas, e de todo o universo. Deus chega com a criação dos homens e da natureza logo em seguida, seguindo pela pré-história e todas as descobertas como a clava, a lança e o fogo.

O homo sapiens e o progresso através do tempo é mostrado a partir da luta pela liberdade e sua jornada pelo conhecimento, civilidade e refinamento social.

Chega então a vez dos artesãos, já expressados na forma de Deus e criadores de tudo o que é útil e belo. Profissionais cuidadosos e de um talento sem igual, eles são os responsáveis por esboçar, pintar, costurar e recriar tudo o que, um dia, outro artesão já criou.

FICHA TÉCNICA

Fundação: 10 de janeiro de 1954
Títulos: 2 no Grupo de Acesso
Símbolo: Um escudo, na parte superior esquerda, instrumentos de percussão, na superior direita, um homem e uma mulher e, na parte inferior, um aperto de uma mão negra com uma mão branca.
Cores: Verde, azul e branco
Presidente: Paulo Sérgio Ferreira (Serginho)
Carnavalesco: Chico Spinosa
Puxador: Nêgo, Quinho e Fernandinho SP
Mestre Sala e Porta Bandeira: Rodrigo e Marina
Rainha de Bateria: Priscila Bonifacio
Endereço: Rua Cabo João Monteiro da Rocha, 447 - Jardim Japão – São Paulo
Telefone: (11) 2981-3154
Site: www.unidosdevilamaria.com.br

Raymondh Júnior