Cidade do Samba |
O sonho é antigo, alimentado há mais de meio século por idealistas como Ismael Silva, Cartola e Paulo da Portela, que lutaram pela dignidade do samba. Aos poucos, as Escolas de Samba foram montando um espetáculo inigualável, acabando por consolidar a primeira grande conquista: a construção do Sambódromo, em 1984, patrocinada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.Já com as grandes Escolas reunidas na LIESA, entidade que passou a representá-las, a nova meta era mais ousada e instigante: conseguir o espaço definitivo para que as agremiações pudessem instalar os seus centros de produção.
O sonho começou a ganhar contornos de realidade em 1999, quando surgiu a idéia de se criar um projeto semelhante aos que existem no Caribe, atraindo turistas em viagens de cruzeiros. A LIESA passou a procurar terrenos ociosos nas proximidades do Cais, solidificando a parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro – com a qual já dividia as responsabilidades de organização dos desfiles.
O prefeito Cesar Maia autorizou a compra de um terreno de 130.000 m² de propriedade da Rede Ferroviária Federal, situado no coração da Gamboa, próximo aos armazéns do Porto. Assumiu, também, a responsabilidade pela construção das fábricas de carnaval, de uma praça central e, na parte posterior do terreno, de uma vila olímpica para as comunidades da periferia. O que parecia impossível tornou-se realidade em dois anos e meio de pesquisa, trabalho e dedicação. Mais do que um centro de visitação turística, a Cidade do Samba se consolida como um núcleo de produção da genuína arte brasileira.
Técnicos do Instituto Pereira Passos cuidaram de refazer o traçado das antigas ruas da região, dando-lhes dimensões capazes de suportar o transporte de gigantescas alegorias no trajeto de ida e volta para o Sambódromo. Os sistemas de esgotamento sanitário e águas pluviais, bem como os de abastecimento de água, luz, gás e telefone foram remanejados de forma a comportar a demanda excepcional que surgiria a partir do funcionamento do novo parque industrial.
A pedra fundamental do empreendimento foi lançada no dia 11 de novembro daquele ano, quando o prefeito César Maia reuniu o mundo do samba no canteiro de obras para anunciar que “a Prefeitura estava apenas demonstrando o reconhecimento pelo trabalho que as Escolas de Samba vêm fazendo, elevando o prestígio do Rio de Janeiro no mundo inteiro”. Desde então, os sambistas passaram a acompanhar a obra de perto com um carinho especial, como se fosse a construção de sua própria casa. A Sane-Rio foi responsável pela montagem das tendas na Praça Central.
O Renascimento da Zona Portuária
O projeto Cidade do Samba é uma iniciativa conjunta da Prefeitura do Rio de Janeiro e a LIESA. Faz parte do conjunto de obras de recuperação e revitalização da Zona Portuária. Cria um novo e definitivo espaço para o Carnaval Carioca, concentrando as principais atividades de produção artística das Escolas de Samba e, conseqüentemente, oferecendo uma nova opção para o turismo.
O projeto Cidade do Samba é uma iniciativa conjunta da Prefeitura do Rio de Janeiro e a LIESA. Faz parte do conjunto de obras de recuperação e revitalização da Zona Portuária. Cria um novo e definitivo espaço para o Carnaval Carioca, concentrando as principais atividades de produção artística das Escolas de Samba e, conseqüentemente, oferecendo uma nova opção para o turismo.
Situado numa área de 92 mil m2 – equivalente a dez campos oficiais de futebol – o empreendimento envolveu investimentos superiores a R$ 100 milhões, aplicados pela Prefeitura do Rio. Reúne 14 Barracões (cada um com um prédio de três pavimentos), um prédio administrativo, uma praça central equipada com duas lonas – uma para espetáculos, cobrindo uma área de 2.550 m2 e outra para exposições, quatro lanchonetes com cinco banheiros, dois módulos sanitários públicos e 186 vagas de estacionamento. Iniciadas em agosto de 2003, as obras foram executadas pelo consórcio Delta-Oriente. Conheça os números que formam a grandeza do empreendimento.
EQUIPAMENTOS | TOTAL |
Cobertura com estrutura metálica (telhados) | 37.800 m² |
Tendas (duas) | 2.550 m² |
Elevadores (unidades) | 17 |
Estrutura metálica | 4.050 t |
Painéis de concreto (paredes externas) | 45.330 m² |
Alvenaria de bloco de concreto (paredes internas) | 33.300 m² |
Estacas cravadas (unidades) | 869 |
Estacas cravadas (metros lineares) | 12.420 m |
Aço | 342 t |
Concreto | 12.000 m³ |
Área pintada | 93.000 m² |
Forma metálica (lajes) – Steel Deck | 58.290 m² |
Esquadria de Alumínio | 2.930 m² |
Portões de ferro (unidades) | 59 |
Proteção contra incêndio da estrutura metálica | 61.883 m² |
Equipamento contra incêndio –“chuveiros” Sprinklers (unid) | 7.504 |
Vidro | 2.923 m² |
Luminárias (unidades) | 7.393 |
Refletores (unidades) | 1.043 |
Monovias | 2.042 m |
Exaustão mecânica – lanternins (telhados) | 510 m |
Drenagem - galeria | 3.000 m |
Esgoto de 1,20 m | 250 m |
Pavimentação - asfalto | 18.000 m² |
Pavimentação da praça central – blocos intervalados | 20.000 m² |
O plenário da LIESA decidiu que a ocupação das fábricas seria feita através da ordem de colocação do Carnaval 2004. Coube à Beija-Flor de Nilópolis, que conquistara o bicampeonato, ser a primeira a escolher. Optou pela fábrica nº 11. As imediatamente classificadas indicaram a preferência de acordo com as disponibilidades. Os presidentes vinham “namorando” as suas prediletas desde o dia 17 de abril de 2004, quando fizeram a primeira visita à Cidade do Samba e posaram para uma foto histórica. Emoção maior aconteceu em 17 e 18 de setembro de 2005, quando as Escolas de Samba receberam a autorização da Prefeitura para ocupar os seus novos centros de produção, a fim de iniciar os trabalhos voltados ao Carnaval de 2006. Sob chuva e intenso foguetório, os presidentes deram-se as mãos, abrindo alas para um cortejo de alegorias que se espichava desde os galpões das Docas. A Cidade parou para aplaudir a vitória do samba. A ocupação, no entanto, só está assegurada por um ano, já que as últimas colocadas no desfile perderão a posse de suas fábricas, como aconteceu no último desfile, quando a Estácio de Sá e o Império Serrano tiveram que deixar os Barracões 9 e 7, respectivamente. A partir do Carnaval 2008 apenas a última colocada desce para o Grupo de Acesso A. Ao prefeito que de fato se interessou pelo mundo do samba, ao homem que deu dignidade a construção do maior espetáculo da terra: o carnaval carioca! Nosso muito obrigado... Obrigado César Maia! |
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Veja algumas imagens da inauguração da Cidade do Samba
César Maia |
César Maia e a Beija-Flor de Nilópolis |
Escolas de Samba |
César Maia e Mocidade Independente de Padre Miguel |
César Maia se emociona na inauguração da Cidade do Samba |
César Maia O Prefeito do Samba |
César Maia |
César Maia com sambistas da Beija-Flor |
Raymondh Júnior
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