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Praça da Apoteose |
Faltam apenas 27 dias para o carnaval. A cidade respira tensão, com as obras no Sambódromo e o medo de que o grande palco não fique pronto a tempo de receber os reis da festa, os sambistas. A reforma da Passarela é um momento marcante, mas não é novidade nestes 80 de desfiles.
Basta voltar 28 anos no tempo, na época da construção do Sambódromo. Dá para acreditar que no dia 5 de setembro de 1983, ou seja, apenas cinco meses antes do carnaval, o projeto ainda estava sendo encomendado ao arquiteto Oscar Niemeyer? Foi isso mesmo. No mês anterior, agosto, o Governo do Estado chegou a anunciar que os desfiles aconteceriam no Maracanã! Dias depois, a decisão era que a Av. Presidente Vargas seria o palco. E só no dia 11 de setembro apareceram os desenhos de Niemeyer para a Passarela.

O período da construção foi de muito nervosismo — afinal, eram menos de 150 dias para botar de pé uma obra muito mais complexa do que a de hoje. Cerca de 2.700 operários trabalharam 24 horas por dia. E ainda havia problemas a resolver com as Associações de Moradores das redondezas... O custo de toda a operação, orçada inicialmente em Cr$ 5 bilhões, acabou chegando a Cr$ 24 bilhões!
A obra foi entregue a tempo e mudou para sempre a forma de fazer carnaval. Os desfiles, por exemplo, passaram a ser divididos em dois dias. Já a Praça da Apoteose, pensada como um espaço onde as escolas fariam uma apresentação final, sua "apoteose", nunca foi usada desta forma. Outro local cujo uso foi desvirtuado foi o espaço embaixo das arquibancadas. A ideia do projeto era que aquele lugar fosse uma espécie de "geral", colocando o povo próximo dos desfiles. Mas logo optou-se por construir frisas (com ingressos caros, registre-se), e o povão voltou a ficar fora da festa.
O desfile no Mangue
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Portela 1976 |

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