quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O SAMBA ENREDO DA VILA ISABEL 2012




Vila Isabel





Vila Isabel vai exaltar os laços entre Brasil e Angola no Sambódromo

Durante a escravidão, 4 milhões de angolanos foram trazidos para o Brasil.
Samba-enredo vai homenagear rainha Ginga e cantor Martinho da Vila.


A escola de samba Acadêmicos de Vila Isabel vai mostrar no Sambódromo, no carnaval de 2012, os laços culturais entre o Brasil e o país africano Angola, com o samba-enredo "Você Semba Lá... Que Eu Sambo Cá. O Canto Livre de Angola!". O ritmo musical veio com os escravos angolanos: cerca de 4 milhões de negros foram trazidos da região.

“Havia mais angolano no Rio de Janeiro do que brasileiros e portugueses, etc. Então essa influência foi muito grande na nossa cultura, na nossa formação”, explicou Rosa Magalhães, carnavalesca da Vila Isabel.

Segundo ela, uma das figuras mais importantes de Angola é uma mulher. “Um dos símbolos fortes é uma mulher, que é a rainha Ginga, que várias palavras têm origem dela, o gingado da mulata, por exemplo” disse.


O desfile vai encerrar com uma homenagem a Martinho da Vila, músico que mantém fortes ligações musicais com o país. “Vamos terminar com o Martinho da Vila, que fez essa ligação do Brasil com a Angola, que trouxe cantores, que levou cantores, que há mais de 20 anos vem fazendo essa conexão musical com a Angola, da onde vem o nosso samba, que hoje é patrimônio da humanidade”, completou.

 


O samba-enredo "Você Semba Lá... Que Eu Sambo Cá. O Canto Livre de Angola!" é de autoria de Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Artur das Ferragens
Confira abaixo a letra do samba.

Vibra, oh minha Vila
A sua alma tem negra vocação
Somos a pura raiz do samba
Bate meu peito à sua pulsação
Incorpora outra vez Kizomba e segue na missão
Tambor africano ecoando, solo feiticeiro
Na cor da pele, o negro
Fogo aos olhos que invadem,
Pra quem é de lá
Forja o orgulho, chama pra lutar


Reina Ginga, ê matamba
Vem ver a lua de Luanda nos guiar
Reina Ginga, ê matamba
Negra de Zâmbi, sua terra é seu altar


Somos cultura que embarca
Navio negreiro, correntes da escravidão
Temos o sangue de Angola
Correndo na veia, luta e libertação
A saga de ancestrais
Que por aqui perpetuou
A fé, os rituais, um elo de amor
Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira)
Nasce o samba (ao sabor de um chorinho)
Tia Ciata embalou
Com braços de violões e cavaquinhos a tocar
Nesse cortejo (a herança verdadeira)
A nossa Vila (agradece com carinho)
Viva o povo de Angola e o negro Rei Martinho


Semba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive

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