quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SER OU NÃO SER PRESIDENTE? EIS A QUESTÃO

Por  José Carlos Netto, colunista do site SRZD
 
Mangueira
 
Perto de emplacar um galo e mais três de Estação Primeira, eis que me vejo brindado com o pomposo e honroso título de BALUARTE DA MANGUEIRA.

A iniciativa do presidente Ivo Meirelles não só me deixou com aquela alegria, que faltou - me na maior parte do ano findo, como também, acredito, faz coroar todo o meu trabalho desde idos do final da década de 50.

Ao agradecer indicação do presidente IM, o faço com o coração nas mãos.

Em tempo algum, jamais outro mandatário da escola (talvez se vivo fosse o saudoso sue Juvenal Lopes o teria feito) soube reconhecer este velho e sofrido mangueirense como alguém que tenha serviços relevantes prestados ao grêmio.

Precisou vir o polêmico e sempre combatido (as vez injustamente), Ivo Meirelles para tal fato acontecer.

Forjado na grande escola de Harmonia do nosso saudoso Mestre Olivério Ferreira, o popular Xangô da Mangueira, consegui chegar aonde cheguei.

Foram os seus ensinamentos, conselhos e até algumas broncas que me moldaram assim.

Sob o comando do grande Mestre Xangô aprendi cedo amar a cada dia o glorioso pavilhão verde e rosa da nossa gloriosa Mangueira.

Nesse momento sublime para este filho de UBÁ, a ocasião é deveras oportuna para dizer ao presidente Ivo Meirelles que continuo nas minhas preces rogando a Deus que o proteja sempre.

Principalmente de alguns invejosos, falsos e vingativos, que infelizmente ainda existem na Mangueira.

Por tudo devo continuar lutando tenazmente para que a minha saúde, no momento, apesar da notória recuperação, está um tanto que combalida, volte á plenitude.

Afinal, quero ser campeão na gestão do presidente Ivo Meirelles.

A propósito dessas mal traçadas linhas já inscritas, risco também sobre outro tema que deve mexer muito com gente do mundo do samba.

São as chamadas administrações nas escolas de samba.

Reparei, depois de uma breve pesquisa, que nas agremiações onde as eleições correm os mandatários não apresentam melhores desempenhos nos cargos com relação aos seus antecessores.

O fato é que antigamente existia nas escolas a chamada oposição. Essa oposição só cobrava o melhor. Ou seja: melhor carnaval; melhor samba e por fim exigiam as temidas prestações de contas.

O próprio JCN assistiu em Mangueira, arengações homéricas envolvendo as figuras mais tradicionais da escola.

Eram intermináveis reuniões que quase sempre acabavam em brigas e discussões.

De tempos pra cá, as coisas mudaram. Não existe mais oposição nas escolas, mas nem assim seus presidentes apresentam desempenho a contento.

Existe ainda a chamada oposição burra. São aqueles que só querem criticar por criticar e sonham para dia estar no poder.

Em outras escolas o presidente, para se livrar da oposição faz farta distribuição de títulos de sócios beneméritos (com direito a voto) onde até bebezinhos são aquinhoados.

Com isso ele julga se livrar dos opositores e ainda granjear novos adeptos.

Só numa escola de samba, que tem apresentado carnavais ridículos, o presidente distribuiu a torto e direito cerca de 800 títulos de sócios beneméritos ou proprietários.

No caso de sócios proprietários, que mal me pergunte: proprietário de que, se a escola só acumula dividas em suas finanças?

Até mesmo a construção, daquilo que no futuro poderia próprio, é a Prefeitura que está construindo.

Isso lhe garantiu uma reeleição tranqüila para o desespero da chamada oposição, que ele próprio presidente chama de burra.

Mas passados três carnavais essa escola nem sequer consegue voltar no desfile das campeãs.

Em outras escolas o poder circula em família, passando de pai para filho em eleição onde as cartas ou cédulas eleitorais são devidamente escolhidas a dedo.

Já em certas escolas onde a eleição é direta o problema é a burrice do eleitorado.

Em determinada agremiação rolou uma eleição livre com os sócios participando diretamente.

Notem bem: essa escola há anos está no maior bagaço em termos de desfile. Logo ela que já foi uma das rainhas da passarela desfilando no grupo de elite.

Pois bem. Duas chapas concorreram. Resultado do pleito: ocorreu um empate no número de votos e resultado foi proclamado pela famigerada "mão no saco".

No ano seguinte nova eleição desta vez com três chapas concorrendo. O resultado: ganhou um candidato em quem ninguém na escola fazia fé.

O certo seria a união das três chapas e juntas formassem uma boa diretoria para tirar a escola no sufoco.

Cito também como exemplo em administração de escola de samba uma eleição onde ex- marido e ex- mulher concorreram um contra o outro.

O resultado todos já sabe qual foi, mas o candidato perdedor continua mantendo uma ferrenha oposição contra a atual diretoria louco para voltar ao poder.

Quando falo tais citações é porque sou de uma época em que se fazia oposição nas escolas sempre visando o melhor para cada agremiação.

Hoje oposição é sinônimo de oportunismo e busca por cargos. Ninguém mais pensa em soerguer escola de samba.

Antes o discurso é um só: "vamos fazer um grande carnaval e pagar as dividas que essa diretoria está fazendo"

Isso é antes da eleição.  Dois ou três meses após tudo fica como estava. Os exemplos estão por ai afora. Em quase todas as escolas de samba cujo processo eleitoral é muito acirrado tal fato é notório.

Ficam aqui então perguntinhas: Ser presidente de escola de samba é um bom negócio? Traz algum lucro pessoal para quem ocupa tal cargo?

Se não é bom negócio, então por que será que todo mundo quer ser presidente de escola de samba?

E que os estão nos cargos não querem largar o osso?

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