Imperatriz 1990 |
A vista frontal do enorme carro do castelo medieval em "Terra brasilis" Foto: Otávio Magalhães
Para os sambistas mais tradicionais, as alegorias são responsáveis por ofuscar o verdadeiro samba no pé. Mas não se pode negar que elas são um show à parte e enchem os olhos do público nos desfiles. E assim como as memórias de baluartes, cabrochas e passistas, a história dos carros alegóricos na Avenida pode ser cheia de glórias... mas também de apuros!
Em 1989, no desfile campeão "Liberdade, Liberdade, Abre as Asas Sobre Nós", um dos grandes momentos da Imperatriz foi a passagem da alegoria que retratava a Guerra do Paraguai. O carnavalesco Max Lopes apostou na grandiosidade. Sobre o cavalo mais alto, veio o destaque Zacarias de Oxóssi, representando Duque de Caxias. A posição do componente ultrapassava os nove metros e meio da torre de televisão. Ao se aproximar do monumento, um mecanismo fez com que o cavalo abaixasse. O destaque tirou o chapéu, a alegoria passou e o povo aplaudiu.
Zacarias de Oxossi - destaque da Imperatriz |
Vinte anos depois, a escola “reeditaria” este carro, no enredo em que falava de sua própria história, mas num tripé com tamanho bem menor e de gosto duvidoso, o que causou muita frustração nos espectadores, veja abaixo.
Imperatriz 2009 |
Em 1990, no ano seguinte àquele título, com "Terra Brasilis: O que se Plantou Deu", Max Lopes investiu ainda mais na grandiosidade. Uma das alegorias era um castelo medieval, cuja altura também ultrapassava os limites impostos pela torre de televisão da Sapucaí. Antes mesmo do carnaval, a imprensa deu destaque à alegoria, que já fazia sucesso no barracão. As reportagens anunciavam que, para resolver o problema da altura, a escola havia investido alto num sistema de elevadores que faria a torre central do castelo abaixar. Mas na hora do desfile...
Novamente estava lá o bravo Zacarias de Oxóssi, com uma fantasia bem maior do que a do ano anterior. Era de fato um carro alegórico com uma altura descomunal. A aproximação da torre de TV causava um frio na espinha da diretoria. O medo era que o mecanismo não funcionasse. E não funcionou... A alegoria ficou parada alguns intermináveis minutos e prejudicou a evolução da escola. O destaque não só teve que tirar o chapéu, mas também foi obrigado a fazer um sofrido exercício de contorcionismo. Alguns adereços tiveram que ser dobrados pelos componentes para não esbarrar no monumento. Um susto e tanto!
Raymondh Júnior
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