 |
| Bira - Carnavalesco da Beija-Flor |
Há 23 anos, no carnaval de 1989, Ubiratan Silva, o Bira, assistia em casa ao desfile da Beija-Flor. Ao ver o polêmico carro alegórico “Cristo Mendigo”, que fechou o desfile “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”, criação de Joãosinho Trinta, a vontade era de fazer parte daquele espetáculo de alguma forma, na sua produção ou apenas desfilando na Sapucaí. Este ano, Bira, de 35 anos — e, hoje, carnavalesco da escola de Nilópolis — vai realizar seu sonho. Em dose dupla.
A Azul e branco de Nilópolis vai levar novamente o Cristo polêmico para a Avenida, em homenagem a Joãosinho, morto em dezembro do ano passado. Bira não só participa do projeto, como vai desfilar no carro alegórico. Nele, o próprio Joãosinho sairia como destaque, sentado numa grande coroa. Com a sua morte, a escola pensou numa maneira de representá-lo.
— Ele chegou a ver o projeto e o carro, e já estávamos confeccionando sua roupa. Com sua morte, pensamos em colocar algo que pudesse subistituir sua prensença. E achamos que não havia nada melhor do que o Cristo Mendigo — explicar Bira.
Com o Cristo mendigo, a escola de Nilópolis revolucionou não só o mundo do samba, mas também a vida de Bira. Aquele foi, para ele, o grande incentivo, ou, como ele mesmo diz, a “mola propulsora” para sua entrada no carnaval.
— No ano seguinte (1990), comecei a fazer aula de teatro e meu professor era o Milton Cunha. Quando ele foi chamado para ser carnavalesco da Beija-Flor, em 93, vim junto, porque no teatro eu ajudava ele fazendo cenário e figurino. Quando o Milton saiu, em 97, criaram uma comissão de carnavalescos e passei a fazer parte dela — relembra.
No carnaval deste ano, a Beija Flor tem como enredo os 400 anos da fundação de São Luís do Maranhão, cidade natal de Joãosinho Trinta. Para contar essa história, a escola promete novidades. As fantasias, por exemplo, estarão menores, para permitir uma maior movimentação dos integrantes. As alegorias, no entanto, estarão maiores, mas também terão mais movimento e efeitos especiais.
Raymondh Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário