terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AGREMIAÇÕES APOSTAM NA JUVENTUDE DE SEUS MESTRES DE BATERIA

MESTRE PABLO, da Viradouro Foto: Cecília Acioli
Mestre Pablo - Viradouro





O ritmo está no sangue deles. E fazer bonito na liderança da bateria das escolas de samba onde se encontram é a principal missão para a qual se preparam o ano inteiro. Para o próximo carnaval, as agremiações de Porto da Pedra, Viradouro e Cubango apostam na juventude de seus mestres para animar público e jurados.

Pelo segundo ano à frente da bateria da Viradouro, Mestre Pablo Gabriel, hoje com 30 anos, sente-se como se tivesse realizado um sonho.

— Quando comecei na ala das crianças olhava para o mestre e pensava: quando crescer quero ser isso aí — lembra.

A primeira vez na Avenida foi emocionante. Após o fim do desfile, Mestre Pablo chorou. Mas ele sabe que é preciso conter as emoções. Ainda mais com a difícil missão que tem pela frente: colocar a escola de volta no Grupo Especial.

— Vamos entrar com garra para voltar ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído — defende.
Nesse sentido, a Viradouro aposta num tema bem carioca: “A vida como ela é, bonitinha mas ordinária, assim falou Nelson Rodrigues”, com o qual espera conquistar o público e os jurados.


Porto da Pedra recruta ritmistas da escolinha de bateria

A paixão é a mesma, mas os objetivos são diferentes. Enquanto mestre Thiago Diogo, da Porto da Pedra, espera realizar um espetáculo cheio de novidades para manter a escola no Grupo Especial; mestre Jonas, da Cubango, ambiciona conquistar um lugar para agremiação na elite do carnaval.
Pelo quarto ano à frente da bateria da Porto da Pedra, o que não falta a mestre Thiago Diogo é confiança. Para alcançar a nota mais alta entre os jurados, ele aposta na ousadia e na técnica de seus componentes. Motivo pelo qual comanda os 280 integrantes da bateria com disciplina e rigidez.

— Por duas vezes, a escola correu risco de cair e foi salva pela nota da bateria. Sempre tiramos dez. Nossa responsabilidade é muito grande, e o desafio aumenta a cada ano — comenta.
Para manter a cara jovem e vibrante da escola, mestre Thiago Diogo recruta ritmistas da escolinha de bateria, que funciona de maio a outubro.

— Aqueles que se destacam já entram no ritmo de trabalho. Em média, pegamos de 25 a 30 alunos — detalha.

No entanto, mestre Thiago ressalta a importância de não levar tudo tão a sério. Ele lembra que a diversão também faz parte do espetáculo. E planeja paradinhas técnicas para brincar com o público e pular carnaval.

— Posso ser o cara mais chato, mais estressado, antes de começar o desfile. Mas depois que toca a sirene, viro o cara mais tranquilo, mais sereno da Avenida. É preciso ser profissional — ressalta.
Mestre Thiago conta que toda a sua vida gira em torno do carnaval. Mesmo depois que fevereiro se vai, a agenda do ritmista permanece ocupada o ano inteiro. Para ele, estar à frente da bateria da Porto da Pedra é mais que uma obrigação. É estar junto da própria família. Dedicação que ele traduz com o ritmo feroz da escola na Avenida, que este ano desfilará com o tema “Da seiva materna ao equilíbrio da vida”, sobre a história do iogurte.

Já mestre Jonas, que está pelo terceiro ano à frente da Cubango, batalha por um lugar ao sol na terra do carnaval. Ele confia que o foco em detalhes técnicos da bateria e a união dos ritmistas sob o seu comando garantirão uma boa nota para a escola. E assim deixar o Grupo de Acesso.

— O chão da Cubango é forte, com muita gente da comunidade e da velha guarda empenhada em levar a escola para a frente. Todo ano a gente bate na trave. Tenho certeza que a agremiação ganhará muito indo para o Grupo Especial — destaca.

Como a Viradouro, a Cubango aposta numa figura bem conhecida e carioca para se levantar em meio aos gigantes. Este ano a escola desfila com o tema “Barão de Mauá e o sonho de um Brasil moderno”. Se depender da empolgação de mestre Jonas, a vaga está garantida.


Raymondh Júnior

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