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| Àguia da Portela |
Última alegoria da escola será uma réplica do abre-alas de 1980
A águia, símbolo maior da Portela, que tradicionalmente abre os desfiles da escola, estará presente em dois momentos na passagem da agremiação, no domingo de carnaval, pela Marquês de Sapucaí.
Além de surgir no abre-alas, a principal marca da escola vai encerrar o desfile da azul e branco de Madureira, que na última alegoria terá uma réplica da águia de 1980, ano em que a Portela levou o título com o enredo “Hoje tem marmelada”, de Viriato Ferreira.
- A Portela está vivendo um momento maravilhoso, com um samba que está sendo considerado o melhor da safra desse ano, e também por estar com um enredo do estilo que os portelenses gostam, usando um dos maiores ícones da história da escola, a Clara Nunes, como fio condutor do enredo sobre a Bahia. Minha inspiração para levar para a avenida a réplica da águia criada pelo Viriato é justamente por toda essa energia, por esse espírito alegre que está contagiando o portelense – explica o carnavalesco Paulo Menezes, que assina o primeiro desfile na azul e branco de Paulinho da Viola, Monarco e outros bambas.
Como em 1980 não havia os recursos tecnológicos de hoje, a reprodução da águia daquele ano não terá efeitos especiais e será fiel ao estilo da época. A única diferença entre a original e a cópia ficará nas dimensões da alegoria.
- A águia antiga era bem menor porque os carros daquela época não tinham o tamanho dos de hoje. A réplica terá nove metros de altura por 18 de comprimento, incluindo as asas. A águia estará abraçando a alegoria e o único efeito especial utilizado será o som – revelou Paulo Menezes, lembrando que na águia que abrirá o desfile usará recursos mais modernos.
O desafio de reproduzir a águia de 1980, respeitando as características originais, coube à artista plástica Marina Vergara, que há 11 anos atua no carnaval. A pouco mais de um mês do desfile, ela já conseguiu dar o que diz ser o maior passo na construção da escultura que encerrará a passagem da Portela pelo Sambódromo: aprontou a cabeça da águia.
- Criar uma peça é bem mais fácil do que copiar. É muito mais complexo refazer um trabalho criado por outro artista e são muitos detalhes para prestar atenção. Como foi difícil encontrar fotos e vídeos da época e algumas imagens não estavam bem conservadas, o trabalho de pesquisa acabou tomando a maior parte do processo. Mas fizemos uma maquete e o trabalho está ficando bastante satisfatório – afirmou a escultora.
Com o enredo “E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual...”, a Portela tentará quebrar um jejum de 27 anos sem ganhar carnaval.
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